Imaturo

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Não sei exatamente do que você lembra da noite anterior, mas posso lhe assegurar que nada aconteceu, você apenas adormeceu no meu quarto, espero que não esteja com ressaca, mas mesmo assim deixei remédio para você.

     Com carinho, Alexander.

Felizmente ou infelizmente eu lembrava de cada mísero detalhe da noite anterior, lembrava de dançar como um prostituto no Herondale, lembro de tentar beijar Alexander, lembro do  "Estou louco para provar seus lábios, mas quero o consentimento do seu eu sóbrio para isso, quando ele quiser, me procure"

Saio da cama dele, do quarto dele e me questiono se eu deveria sair da vida dele, eu sabia desde o primeiro olhar que Alexander viraria minha cabeça do avesso, mas quem poderia me julgar? O homem parece ser perfeito, Raziel realmente tem seus escolhidos, mas com toda certeza ele não é  pro meu humilde bico.

Depois de tomar um banho e de tentar inutilmente limpar toda a merda que fiz na noite passada, desço para tomar meu café, vamos pelo menos passar de barriga cheia.

Vênus estava sentada ao lado de Jace, ele fazia um carinho leve no braço dela, queria saber como eles conseguem ser tão calmos, talvez isso seja o amor, a calmaria, a falta do medo, a sensação de que apenas estar ao lado da pessoa basta para encarar o mundo, ou talvez seja só loucura mesma.

— Bom dia – minha voz sai bem mais baixa do que imaginei, Jace me olha com tédio, como se minha presença fosse tão insignificante para ele — Onde está Alexander?

— Bom dia, ele saiu para trabalhar, foi só ficar sóbrio né? – eu a fuzilei com o olhar 

— Claro que não – me jogo na cadeira 

— Está bem? Papai falou que deixou remédio, você tomou?– Vênus parecia genuinamente preocupada, confesso que eu até me espantei com a mudança repentina.

— Não, estou me sentindo bem, estou apenas com vergonha – Vênus sorriu minimamente para mim 

— O papo está maravilhoso, mas eu preciso ir – Jace anuncia, ele deixa um beijo casto na testa da namorada? Afilhada? — Vai lá pra casa? – a pergunta veio como uma forma de súplica.

— Preciso ver com o meu pai, mas acho que vou sim – Ele sorri e sai, sem nem se despedir, mal educado.

— Acho que ele não gosta de mim 

— Ele é meio estranho, não é nada pessoal – ela me olha — Então ontem você e meu pai…

— NÃO, não aconteceu nada – me apresso em dizer 

— Mas você queria que tivesse acontecido que eu sei – Sinto minhas bochechas pegarem fogo 

— Tenha mais respeito por mim, menina – tento soar sério, ela me olha com uma cara culpada.

— Ah, você tem razão, eu realmente deveria ter te respeitado – ela sorri — Afinal agora você vai casar com o papai,e  será meu padrasto – pego a primeira coisa que vejo, um pão, e jogo nela.

— Para com isso menina, eu apenas bebi e fiz bosta, isso não quer dizer que eu vou atacar seu pai quando ver ele pessoalmente 

— Meu pai gostaria de ser atacado por você – ela disse despreocupada — Olha, permita-se viver, meu pai tá louco para ficar contigo, você não tá diferente.

— Eu tenho uma ótima relação com seu pai, é preciso ter essa ótima relação pela June, me envolver com ele pode ruir tudo.

— Magnus, vocês dois são adultos, se isso não der certo, se for realmente apenas tesão, é só agirem como adultos. 

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