Ainda bem

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— Eu sou Alexander Lightwood – Ele faz uma pausa dramática — Estou procurando por Magnus Bane 

— Sou eu… aconteceu alguma coisa? – digo fechando a porta atrás de mim, ele encarou a porta — Não é nada pessoal, mas minha irmã está lá dentro e você é um desconhecido – merda, eu não deveria ter falado isso para o um estranho 

— Eu entendo, mas eu vim falar exatamente sobre ela – ele se mexe um pouco para pegar algo no bolso, olho para a cintura dele e vejo o distintivo, ele é um policial 

— Eu sou um delegado, há algum problema nisso? – merda, falei em voz 

— Olha, são quase oito da noite, você chegou aqui e disse que queria falar comigo e o assunto é a minha irmã, daí eu descobri que você é da polícia, obviamente algo está errado – tento parecer o menos culpado possível.

— Há um justificativa bastante plausível para isso, a alguns dias eu recebi uma mensagem de um senhora que supostamente é a sua avó, ela me disse que estava morrendo e que sua irmã, é a minha filha, e ela achou que você não teria condições financeiras e emocional para cuidar da menina sozinho – ele me entregou um papel, estava dobrado em 2 partes — Aqui está a carta.

Faço uma leitura rápida por cima, minha avó realmente achou que não sou apto para cuidar da June, eu sempre fiz tudo por ela.

— Não se sinta mal, você só tem 19 anos, não é sua obrigação cuidar da menina, muito menos ter todos os quesitos para isso, isso é obrigação da sua mãe, e supostamente minha também – O cara falou, sorri para ele e devolvi a carta 

— Imagino que queira fazer um exame de DNA 

— Sim, mas também queria ver a menina – algo nesse cara realmente me incomoda, talvez seja esse olhos azuis demais ou talvez a barba perfeitamente aparada, não, com toda certeza é esse cabelo impecável.

— Ah, claro só não fala nada sobre esse lance da paternidade 

— Claro, não queremos dar falsas esperanças a garota 

— June – ele me encarou em dúvida — O nome dela é June 

— Obrigada, sua avó não mencionou o nome na carta, se referiu a menina como pequeno anjo 

— Eu li isso 

— Você lê bem rápido, podemos entrar ? – ele já estava com a mão na maçaneta quando disse 

— Eu tinha que estudar e cuidar da June, precisava ler rápido – coloco minha mão sobre a dele e abro a porta, June ainda assistia TV, alheia a qualquer coisa que acontecia 

— Meu anjo, eu quero te apresentar a um amigo – June olha para nós assim que eu calo a boca, eu realmente deixei o estranho entrar?

— Olá, eu sou a June, você é namorado do meu irmão?  – June estendeu a mão para Alexander 

— Eu sou Alec, e não, eu não sou o namorado do seu irmão – havia uma pontada de humor na voz dele — Pequena June, o que está assistindo? – Ele parecia realmente interessado, eu juro que vi os olhinhos dela brilharem, por um segundo, apenas por um segundo eu desejei que ele realmente fosse o pai dela.

— Vem Alec – ela disse puxando ele até o pequeno sofá — Eu tô vendo o filme da Mirabel, quer pipoca? 

— Quero sim – e eles ficaram lá sentados no sofá assistindo o filme, não demorou muito e a June dormiu, com a cabeça encostada nele, isso nem fazia sentido, é encostada em mim que ele sempre dorme, ela nem conhece esse delegado gostoso com 2m de altura que parece incrivelmente confortável e acolhedor.

Não sei se estou com inveja por ela está perto de realizar meu maior sonho de infância, ciúmes por ela ter gostado tanto dele em tão pouco tempo… ou se estou apenas feliz por ela, ela é minha menininha, dediquei uma parte da minha vida a ela, não é fácil aceitar que esse cara pode levar ela embora por causa da porra de um código genética, eu sei é egoísmo demais.

Minha avó achou que eu não sou apto para cuidar dela, eu entendo um pouco o lado dela, eu sou apenas um adolescente que recebe mal e tem uma péssima família que não acredita nele.

Olho para eles novamente, não dá para negar a semelhança, os cabelos dela são tão escuros quanto os deles, a pele é incrivelmente branca, os narizes são bizarros de tão parecidos… mas os olhos, esses são iguais aos meus.

— Ele tá dormindo – depois de constatar o óbvio vou até eles, pego ela no colo e levo até o quarto, obviamente ela não escovou os dentes, mas não vou acordá-la agora.

Quando volto para a sala Alexander está sentado olhando ao redor dele.

— Me desculpe por ter dormido – apenas assenti e sorri — Seria um incômodo para vocês o exame ser amanhã às 12:00hrs? Apesar de não achar necessário 

— É um ótimo horário, e porque não seria necessário? 

— Ela é a cópia da minha filha, agora da minha filha mais velha, com exceção dos olhos, os olhos são idênticos aos seus – ele me encarou por alguns segundos antes de desviar o olhar para a TV, que estava desligada.

— É… sua filha tem a idade de June? Ou algum idade próxima – por alguma motivo isso me deixou bastante desconfortável 

— Ah não, Vênus tem 16 anos, quase 17 – ele com certeza é um pai babão 

— Ah, achava que você era bem mais novo, não parece ter idade para ter uma filha adolescente 

— Tenho 34, não sei se deveria falar da minha vida assim para um estranho – dava para perceber que ele tentou soar engraçado, mas falhou miseravelmente — Ok, na real você deveria estar preocupado, você deixou um cara que você não conhece entra armado na sua casa, você nem conferiu se eu realmente sou um delegado – Estou realmente me sentindo patético — Eu poderia ser um assassino, um drogado, um traficante de órgãos ou um pedófilo.

— Ok, estou me sentindo incrivelmente burro agora – assumo e ele volta o olhar a TV — mas você poderia ser um psicopata que está secretamente obcecado por mim, e que faria de tudo para que eu fosse feliz –  ele ri de mim 

— Eu conheço esse romance garoto, mas sinto em lhe informar que psicopatas não são bonzinhos assim.


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