Pq eu te amo

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Duas coisas que combinam bem: eu e ele.”

P.o.v Alexander 

— E você e Jace, estão se falando? – me viro para encarar minha filha, estávamos a exatamente 36 minutos esperando Magnus 

— Ah, sim… ele acabou de me mandar mensagem… – Ela sorriu — Ele está realmente determinado a mostrar que podemos dar certo 

— E vocês podem? – ela assente e encara a janela 

— Eu amo ele, mas sinto que estamos em momentos muitos diferentes… – Ela me encarou e tudo ficou claro 

— Você quer ir com Max, não é? – ela assente, eu sabia sobre a bolsa de estudos, sei que esse é o sonho dela — Você tem que seguir seus sonhos, você não precisa ficar longe do Jace ou negar seus sentimentos, seja sincera e se realmente quer ir, vá… Se ele lhe ama de verdade, ele vai entender.

Magnus não demorou muito a aparecer depois disso, ele estava incrivelmente nervoso com o fato de que conheceria meus pais, tentei tranquilizá-lo, porém o fato dele saber que minha mãe aparentemente não gosta da própria neta não ajudou muito.

Minha mãe sempre teve uma certa implicância com a Esther, nunca imaginei que essa implicância passaria para minha filha, a situação começou a ficar realmente chata no aniversário de 12 anos da Vênus, foi quando meu irmão mais novo anunciou que estava saindo do país para cursar artes. Naquele dia meu pai brincou com o fato de que o futuro da empresa da família estava nas mãos da minha filha.

Quando finalmente chegamos na residência oficial dos Lightwood's, encaro Magnus que tentava secar as mãos na calça, que a propósito estava formal demais para ele, a roupa toda estava.

— Meninas, poderiam entrar na nossa frente, nós já vamos – June parecia alheia a tudo que acontecia ao seu redor, Vênus apenas assentiu puxando a irmã e começou a falar sobre a comida — Quer fugir? 

— Fugir? Como assim fugir? – foi impossível não rir da cara de susto dele como se pensasse "isso é possível "

— Se não se sente confortável, não precisa fazer isso, se quiser podemos ir pra casa e depois venho buscar as meninas – ele me olha perdido 

— Eu quero, não é como se eu fosse conhecer um monstro de sete cabeças… e só que…

— Não se preocupe, o monstro tem apenas duas cabeças – ele bate no meu braço e sorrir — Eu não preciso da aprovação deles, mesmo que eles não gostem de você, eu ainda vou te amar, mas acho realmente improvável que não gostem 

— O que você disse? – ele me perguntou perplexo 

— Que é improvável que não gostem de você? 

— Não essa parte, a parte que disse que me ama – Começo a vasculhar na minha mente e percebo que realmente nunca havia dito, não diretamente, quantas oportunidades eu perdi de dizer isso a ele? Em vários momentos tentei deixar claro o meu amor por ser desatento.

— Eu te amo Magnus Bane, te amo a cada batida do meu coração, te amo com cada força do meu ser – ele segura meu rosto e me beija 

— Eu te amo Alexander Lightwood, te amo como suas filhas amam chocolate – faço a melhor cara de medo que consigo e me afasto

— Preciso pedir uma medida protetiva com urgência – ele sorri e me bate — Vou pedir pela agressão também 

— Vamos entrar logo, antes que venham atrás de nós.

°°°

Magnus conversava animadamente com a minha mãe, pareciam amigos de longa data, descobri hoje que eles compartilham um amor por casos de  serial killers, ótimo saber que ando dormindo com um cara que sabe desovar um corpo, prefiro quando eu sou o cara que sabe dessas coisas.

— Namorado novo? – Max praticamente senta em meu colo 

— Tentando levar minha filha embora ? – ele levanta as mãos em sinal de rendição 

— Culpado, mas o garoto, é realmente seu garoto? – Max dizia encarando Magnus 

— Sim, ele é meu garoto… você não é hetero? – ele me encara e começa a gargalhar 

— Nenhum Lightwood é realmente hetero – ele olhou na direção do Magnus e sorriu — Fico feliz que finalmente tenha encontrado alguém, falando em encontrar alguém…

— Você tá namorando? – pergunto perplexo 

— Não, mas… eu vim conversando com uma pessoa, só tem um único problema – Olhei para ele pedindo respostas — Ele é o Raphael 

— Ele tem namorando Max, e… – Não haviam outros argumentos 

— Eu sei Alec, eu nunca atrapalharia o relacionamento deles, a gente só conversa na amizade mesmo sabe… mas eu… você sabe – procurei algo que eu pudesse falar mas não encontrei nada  — Eu já me acostumei com a ideia… só amizade entre a gente, uma hora minha paixão por ele passa, seu namorado tá vindo – Max simplesmente se levanta e sai.

Encarei Magnus, ele estava vindo na minha direção com a minha mãe, minha cabeça volta na conversa com Max, meu irmão supostamente hetero, coração de gelo estava apaixonado por um cara comprometido. As coisas não podem piorar para ele.

Minha mãe mal conversou comigo e já foi atrás do Max, Magnus parecia feliz por ter caído nas graças da minha mãe.

— Eu tô com fome – Magnus fez um biquinho fofo enquanto falava 

— Ainda falta muito para a hora da Ceia – Suspiro — Vamos na cozinha – peguei sua mão e o puxei 

Na cozinha peço a Anne que  faça um lanche, não demora muito para que um pequeno lanche apareça na minha frente. 

— Quem é Isabelle? – Magnus perguntou, Anne que sorria para ele mudou a expressão e se retirou 

— Onde você ouviu falar sobre ela? – a pergunta saiu baixa, ninguém falava sobre Isabelle a anos 

— Vi uma foto, perguntei quem era para a sua mãe, ela disse que era a Isabelle e mudou de assunto… 

— Isabelle era… é minha irmã, ela morreu a uns 10 anos – ele me olhou com pena a morte de Isabelle sempre foi um assunto sensível na família — Minha mãe não gosta de falar sobre ela… Ela nunca superou, ninguém aqui realmente superou 

— Me desculpa… eu não sabia 

— Não tinha como você saber… a forma como aconteceu foi… foi dolorosa.

Ficamos em silêncio, talvez eu devesse ter contando como aconteceu ou pelo ter dado uma explicação melhor, mas como eu iria dizer que vi minha irmãzinha morrendo de overdose, como dizer que minha mãe passou anos sem nem sair do quarto ou que meu pai se fechou completamente e colocou toda a esperança da família na neta, como contar que isso destruiu tanto o meu irmão que na primeira oportunidade ele saiu do país.

Não tinha como contar sem me desmanchar em lágrimas, eu contaria em outro momento, em um momento em que eu pudesse chorar no colo dele.



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