Legiões- A feiticeira

19- I fell like i'm drowning

Voltei para o salão, para o Marcos, coloquei um sorriso ligeiramente falso e continuei a conversar como se aquele momento com Callon nunca houvesse acontecido, como se o surto por ver ele com Celina apenas não tivesse ocorrido.

Callon entrou no grande salão com a feição indecifrável, não conseguia ler em seu rosto o que ele estava pensando sobre o que eu havia falado. Celina foi de encontro a ele o questionando sobre a onde ele teria ido, parte de mim queria rir com aquele projeto de fada falando daquela forma com ele e o mesmo sem saber o que dizer.

Marcos me convidou para dançar e eu aceitei, mas desta vez não dançávamos como no pub, nossa dança era bonita de se olhar, Marcos me guiava como se eu fosse uma bonequinha bailarina e eu o seguia, rodopiávamos por todo o salão de forma graciosa, todos a nossa volta pararam para nos observar, pois éramos arte pura naquele momento.

A dança encerrou com Marcos me jogando para trás de forma delicada, assim que ele me levantou nos olhamos por alguns segundos e eu sorri verdadeiramente.

Olhando para Marcos eu percebi que ele despertava o melhor em mim, ele via o lado gracioso, delicado e frágil que eu tinha, ele gostava de mim como eu era, mas adorava me lembrar desse lado que na maior parte do tempo eu me esquecia. Eu gostava de Marcos por isso, ele era selvagem mas era cavalheiro, delicado e se importava comigo.

Todos nos olhavam esperando uma reação nossa e nos continuávamos parados apenas nos olhando e sorrido, sinto que naqueles segundos Marcos pensou as mesmas coisas que eu havia pensado. Quando reparei nos olhares me soltei de Marcos e fui pegar uma taça de vinho para beber.

Peguei uma taça de vinho e segui para a sacada do grande salão, estava admirando a vista e pensando em como minha mãe teria gostado de estar aqui hoje quando Marcos apareceu ao meu lado, não precisávamos dizer nada, nós nos sentíamos muito a vontade um com o outro.

Marcos passou a mão em minha nuca fazendo carinho de uma forma preguiçosa, arrepiando totalmente o meu corpo, eu me virei para ele, olhávamos diretamente um para o outro.

— Eu gosto muito de você Celeste, vou sempre te proteger. – Marcos falou e ao invés de responde-lo eu sorri.

Logo em seguida me puxou para si e nossas bocas roçaram uma na outra, conseguia sentir seu hálito quente, e então ele me beijou, um beijo de amor, lento, sem desespero, sua língua passeava de forma graciosa dentro da minha boca. Por mais que estivesse quente, seu beijo não havia maldade ou segundas intenções, era um beijo de declaração.

Assim que o beijo acabou olhei para a porta e pude ver ao longe Callon serio com Celina em seu colo, pelo menos eu não tinha sido a única da noite a ficar desconfortável com algo.

Marcos entrou para o salão me deixando sozinha na sacada novamente, e ali permaneci com meus pensamentos. Eu gostava de Marcos mas por qual motivo eu não havia conseguido dizer isso para ele, era algo que não estava fazendo sentido para mim, da mesma forma que não fazia sentido eu ter digo aquelas coisas para Callon, eu não gostava dele, ele é uma pessoa arrogante, repulsiva, nojenta, sempre brigamos, não tinha motivo para entrar em um jogo com ele, ou melhor para me incomodar com a Celina e ele.

Pensar nos dois machos chegava a me dar dor de cabeça, graças aos Deuses que a festa estava acabando, eu havia amado, claro, mas já estava bom, já havia passado por emoções demais, como sempre.

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Assim que todos foram embora sem muita demora subi para o meu quarto, estava apoiada na janela quando escutei alguém entrar no quarto, rapidamente me virei para ver quem poderia ser.