15- Lilith

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No momento em que aquela mulher anunciou para mim que ela era a morte fiquei paralisada, não conseguia ter nenhuma reação. Meu desejo de algumas horas mais cedo era conseguir invocar um dos Deuses, e agora por conta de eu ter morrido eu estava na presença de uma.

— Vo- você veio me levar para o pós morte? – Perguntei gaguejando.

— Vamos conversar primeiro e depois vemos o que acontece. – Ela falou com sua voz suave.

— Tudo bem, mas o que uma Deusa quer saber de mim? – Questionei curiosa.

— Acredito que você queria saber algumas coisas Celeste, estamos de olho em você desde o momento em que nasceu. Então pode perguntar o que quiser. – Ela disse.

— Certo,então vamos lá, primeiro, por que eu? – Perguntei gesticulando com os braços.

— Celeste você nasceu entre mundos, filha do mundo mortal e do mágico, ligada por natureza aos dois mundos, a chave para os portais, a salvação e o caos. – Ela disse me oferecendo um sorriso.

— Todos me dizem isso, e eu temo essa parte do caos, quero ser apenas uma garota. Outra de minhas questões era se há alguma forma de não me tornar rainha quando derrotássemos o circulo, mas agora eu morri. – Falei suspirando.

— Há sim, você abdicaria de sua posição, ou seja, seu trono, e de seus poderes também, o devolvendo para Serdarin achar outra pessoa que assuma o trono. – Ela respondeu.

— Celeste, você nunca foi somente uma garota, sempre esteve destinada a grandezas, seu lugar é o com poder máximo. Mesmo que não houvesse o circulo, a escolhida seria você, por nascer de uma mortal e o antigo rei, portador da magia. Sua mãe acreditava que havia portado a magia de seu pai, mas ela portou a sua, quando estava no ventre dela. Ela não roubou a magia de seu pai, ela usou a sua, se tornando uma aprendiz de feiticeiro. – Ela completou.

Confusão estampava meus olhos depois da revelação que a Deusa havia feito, sempre acreditei que meu pai havia nos abandonado, mas sabendo disso agora, talvez quem tenha o abandonado tenha sido minha mãe e eu em seu ventre.

Frustração, ódio e decepção estampavam meu rosto, em meu pensamento eu só conseguia imaginar como meu pai, o rei, deveria ter ficado vendo que sua esposa estava fugindo com sua filha e aparentemente com sua magia que ela havia roubado para si.

Neste momento então que tudo fez sentido em minha cabeça, quem deixou o rei louco por poder e em proteger o seu poder fora minha mãe e eu, nós duas causamos isso, mesmo que eu não tenha participado diretamente das escolhas que minha mãe havia tomado, a magia era minha, crescia em mim. O motivo de Serdarin estar desta forma agora era de alguma forma culpa minha, por isso eu era a escolhida, sou fruto de uma humana que havia se tornado aprendiz de feiticeiro e um rei freéico poderoso, a magia que roubei de meu pai, de Serdarin, cresceu comigo e agora eu tinha que concertar tudo de alguma forma, eu precisava voltar, não podia morrer, não agora.

— Preciso voltar e concertar tudo isso. – Falei com convicção.

— Não sei se será possível. – Ela falou seria.

— Faço o que for preciso, necessito voltar para arrumar tudo isso. – Falei seria olhando para a Deusa.

— Certo, vamos lhe dar a chance de voltar, mas você terá que vir quando dizermos que é sua hora. – Ela falou esticando seu braço para que eu pudesse pega-lo.

— Sem problemas, contanto que eu consiga resolver tudo em Serdarin. – Falei estendendo meu braço.

Nossos braços se entrelaçaram e então pude sentir um frio correr por toda a extensão de meu corpo, uma dor intensa me tomou por completa e então fechei meus olhos.

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