29- Once upon a dream

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Meu sangue fervilhava ainda com a batalha que havíamos acabado de vencer, minha respiração era profunda e ofegante, a sensação de quentura se espalhava por meu corpo inteiro observando todos os soldados ajoelhados em meio aos corpos de nossos inimigos, ajoelhados perante a sua rainha, a mim.

Seguimos para a casa com o espírito de vitoria em todos nós ainda, podia ouvir as risadas, as brincadeiras, cantorias, o clima estava mais leve, havíamos conseguido libertar Serdarin do circulo.

Chegando a casa todos nos juntamos na área externa para comemorar entre nós a grande vitória, vinho, champanhe e outras bebidas alcoólicas foram levadas até lá e distribuídas em mesas, junto com mesas extensas de pães, frutas e petiscos. A música alegre tocada ao fundo, muitos soldados bebendo, rindo e dançando.

— Quer dançar comigo? – Uma voz familiar disse atrás de mim enquanto eu observava os outros.

Eu me virei para Callon que estava com aquele maldito sorriso lindo no rosto e peguei sua mão e fui dançar com ele entre os soldados. Pela primeira vez Callon e eu dançávamos de forma descontraída, sem tensão sexual, estávamos apenas nos divertindo.

Ele me rodava de um lado para o outro entre os soldados me fazendo gargalhar, algo que eu não fazia a muito tempo, nossa dança não estava muito bonita de se ver, na realidade estava bem engraçada, a forma como galopávamos de um lado para o outro rindo e fazendo até as pessoas próximas rirem.

Paramos de dançar após minhas pernas cansarem de tanto rodopiar e galopar de um lado para o outro, fui para um canto mais afastado na intenção de tomar um pouco de ar e de poder observar a felicidade de todos.

Ali parada próxima a uma das mesas pude ver Marcos parado próximo a uma arvore tomando vinho e observando Dalia, e somente naquele momento consegui ver algo que não havia conseguido ver antes, Dalia sempre elogiou Marcos, sempre que ele contava uma piada sem graça ela ria mesmo sem achar graça, e Marcos sempre a olhava com um sorriso bobo no rosto, nunca soube conversar com ela direito, sempre se atrapalhava, tanto que uma vez ele foi falar com ela e acabou falando sobre a poluição na atmosfera e a ela mal entendeu o que ele disse mas concordou com tudo.

— Ela vai embora após a coroação junto com a Lyss né. – Falei me aproximando dele e ele se virou levando um susto.

— Sim, ela vai embora amanhã. – Ele falou suspirando.

— Sabe, você sempre foi péssimo em esconder as coisas de mim e também sempre foi péssimo em falar com meninas que gostava. Diga a ela o que sente, peça que fique. – Falei com um sorriso acolhedor no rosto.

— Mas eu não sei o que eu sinto. – Ele falou confuso.

— Bom, parece que tivemos uma conversa parecida com essa já, mas era ao contrario. No fundo você sabe o que sente. – Falei brincando.

— Aceitaria ela aqui? – Ele perguntou.

— Mais é claro! – Respondi com entusiasmo.

Marcos concordou com a cabeça e então foi próximo a Dalia e a chamou para conversar sobre o que ele sentia e o que ela sentia por ele.

O restante da tarde e da noite fora tranqüila, muita bebedeira, musica, risadas, dança e comemoração.

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A manhã seguinte já começou agitada, no café da manhã fui avisada que Rohan, Freda e Cairos não estavam muito felizes com algumas atitudes minhas, então me adiantei e marquei uma reunião para trinta minutos mais tarde, assim esclareceríamos tudo e não teríamos boatos espalhados pelas legiões ou por toda Serdarin no dia de minha coroação.

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