Meu sangue fervilhava ainda com a batalha que havíamos acabado de vencer, minha respiração era profunda e ofegante, a sensação de quentura se espalhava por meu corpo inteiro observando todos os soldados ajoelhados em meio aos corpos de nossos inimigos, ajoelhados perante a sua rainha, a mim.
Seguimos para a casa com o espírito de vitoria em todos nós ainda, podia ouvir as risadas, as brincadeiras, cantorias, o clima estava mais leve, havíamos conseguido libertar Serdarin do circulo.
Chegando a casa todos nos juntamos na área externa para comemorar entre nós a grande vitória, vinho, champanhe e outras bebidas alcoólicas foram levadas até lá e distribuídas em mesas, junto com mesas extensas de pães, frutas e petiscos. A música alegre tocada ao fundo, muitos soldados bebendo, rindo e dançando.
— Quer dançar comigo? – Uma voz familiar disse atrás de mim enquanto eu observava os outros.
Eu me virei para Callon que estava com aquele maldito sorriso lindo no rosto e peguei sua mão e fui dançar com ele entre os soldados. Pela primeira vez Callon e eu dançávamos de forma descontraída, sem tensão sexual, estávamos apenas nos divertindo.
Ele me rodava de um lado para o outro entre os soldados me fazendo gargalhar, algo que eu não fazia a muito tempo, nossa dança não estava muito bonita de se ver, na realidade estava bem engraçada, a forma como galopávamos de um lado para o outro rindo e fazendo até as pessoas próximas rirem.
Paramos de dançar após minhas pernas cansarem de tanto rodopiar e galopar de um lado para o outro, fui para um canto mais afastado na intenção de tomar um pouco de ar e de poder observar a felicidade de todos.
Ali parada próxima a uma das mesas pude ver Marcos parado próximo a uma arvore tomando vinho e observando Dalia, e somente naquele momento consegui ver algo que não havia conseguido ver antes, Dalia sempre elogiou Marcos, sempre que ele contava uma piada sem graça ela ria mesmo sem achar graça, e Marcos sempre a olhava com um sorriso bobo no rosto, nunca soube conversar com ela direito, sempre se atrapalhava, tanto que uma vez ele foi falar com ela e acabou falando sobre a poluição na atmosfera e a ela mal entendeu o que ele disse mas concordou com tudo.
— Ela vai embora após a coroação junto com a Lyss né. – Falei me aproximando dele e ele se virou levando um susto.
— Sim, ela vai embora amanhã. – Ele falou suspirando.
— Sabe, você sempre foi péssimo em esconder as coisas de mim e também sempre foi péssimo em falar com meninas que gostava. Diga a ela o que sente, peça que fique. – Falei com um sorriso acolhedor no rosto.
— Mas eu não sei o que eu sinto. – Ele falou confuso.
— Bom, parece que tivemos uma conversa parecida com essa já, mas era ao contrario. No fundo você sabe o que sente. – Falei brincando.
— Aceitaria ela aqui? – Ele perguntou.
— Mais é claro! – Respondi com entusiasmo.
Marcos concordou com a cabeça e então foi próximo a Dalia e a chamou para conversar sobre o que ele sentia e o que ela sentia por ele.
O restante da tarde e da noite fora tranqüila, muita bebedeira, musica, risadas, dança e comemoração.
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A manhã seguinte já começou agitada, no café da manhã fui avisada que Rohan, Freda e Cairos não estavam muito felizes com algumas atitudes minhas, então me adiantei e marquei uma reunião para trinta minutos mais tarde, assim esclareceríamos tudo e não teríamos boatos espalhados pelas legiões ou por toda Serdarin no dia de minha coroação.
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Legiões- A feiticeira
FantasiMinha vida sempre foi simples e monótona, pelo menos era o que eu achava até aquela noite.