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Sem revisão



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Jihyo Yang

Sean observava a gente com um divertimento no olhar, intercalando entre mim e Minho. Ele sabia o que acabara de acontecer e estava só esperando o guardião ao meu lado sair para pedir-me uma explicação sobre o ocorrido. Minho, ao meu lado, apertava forte os punhos ao redor do corpo, estava tenso. O mais velho parecia não gostar de jeito nenhum do mais novo, mas não entendia o motivo, pelo o que eu sei, eles nunca tinha se falado antes.

Ainda estou meio desconexa com o que aconteceu, tínhamos nos beijado e algo em mim pareceu despertar. Não sabia como explicar, pois era como se eu já tivesse sentindo o gosto dos seus lábios no meu, a sensação de sua mão em minha cintura, a chama que senti só com seu toque...

Minho era um incógnita para mim e tinha consciência de que para desvendar isso, acabaria me machucando; ou a ele, as pessoas ao nosso redor, meus amigos. Nessas horas eu desejava a vida de um humano normal, sem ter que me preocupar com algo além da conta. Só me preocuparia em ir para escola, arrumar um emprego e tirar notas boas; ou me preocupar com algum carinha da escola que achei bonitinho e ficar apaixonada, preocupando se seria retribuída ou não.

Suspiro cansada.

- Está escurecendo, temos que ir. - Falou Minho, abrindo espaço para que Sean passa-se por nós. - Vá na frente, iremos logo atrás de você. - ia caminhando junto a Sean, contudo, Minho puxou meu braço, maneando a cabeça em sinal negativo. - deixe ele ir na frente. - sussurrou próximo ao meu ouvido, fazendo os pelos de minha nuca se arrepiarem.

Concordei, criando expectativas de que continuaríamos de onde paramos, mas não. Com o mais novo mais a frente, Minho e eu começamos a caminhar para dentro a instituição. Agora, com ele a alguns metros de distância de mim.

***

Quando chegamos a instituição, Minho me pediu desculpas e disse que tinha um compromisso, dizendo que mais tarde iriamos conversar. Algo nele estava me deixando preocupada. Seu semblante talvez, ou a angustia em seus olhos? Ele teve um passado trágico, consegui perceber isso pela sua história, mas algo me dizia que isso não terminaria por ali....

- O que há entre você e o guardião Lee? - Perguntou Sean, na sala de jogos que, pelo horário, estava vazia. - E nem tente me enrolar garota, até o lerdo do Hyunjin conseguiria perceber que tem algo rolando entre vocês. - Ele riu, se recostando na cadeira e fazendo um gesto com a mão para que eu prosseguisse.

- Eu não sei, ok? ao mesmo tempo sinto que nada, mas meu coração diz que tudo? - bufei, também me recostando na cadeira. - antes eu só sentia ódio e raiva, por ele ter nos trazido de volta e seu ar de superioridade,sabe? ''ah Jihyo, como foi burro da sua parte querer atacar todo mundo, burra, mas corajosa''. - tentei imitar sua voz, mas falhei e comecei a rir, sendo seguida de Sean. - ele é mais complicado do que pensei, porém também é muito gentil e atencioso. Algo nele me parece familiar... - cruzei os braços, descansando minha cabeça no encosto da cadeira e parando para pensar. - Sean, você por um acaso acredita em reencarnações? - decidi perguntar, confiava minha vida ao garoto.

Ele me olhou desconfiado e depois surpreso. Sean se remexeu desconfortavelmente na cadeira e pigarreou, se aproximando.

- Bom, acreditar eu não acredito, contudo, em um mundo que vivemos, talvez seja possível? - foi mais uma pergunta do que uma afirmação. - no tempo que estive na alcateia do pai do Chan, conheci uma bruxa anciã e pelos relatos das historias que ela contava para os lobos, possível era sim, mas era muito raro. Você precisa de uma alta fonte de poder e fazer um sacrifício humano para isso acontecer, Jihyo. Magia das trevas, vai contra a natureza das bruxas e, só uma bruxa poderosa conseguiria fazer isso. O mesmo serve pra' um feitiço para trazer os mortos de volta. - agora ele me olhava. - então, acho que só vou conseguir acreditar se presenciar isso com meus próprios olhos.

- Acha que vai conseguir presenciar isso um dia? – Perguntei em dúvidas, pois também  acho que só vou conseguir acreditar em reencarnações se presenciar uma.

- Não sei. Talvez sim, talvez não... Quem Sabe, hm? – Apoiando suas mãos nos joelhos, ele chega seu corpo para frente, sussurrando devagar como se estivesse prestes a me contar um segredo. – agora me diga, o que tanto você e Felix fazem na caverna junto a Seungmin? – arregalei os olhos surpresa, o mais velho chegou a instituição a pouco tempo, como sabia disso?

- Como soube disso? – Torcia para Felix não ter aberto a boca, ele era como Jisung, não sabia guarda um segredo. Por mais que Han fosse bem pior que ele.

- Cheguei antes mesmo do que imagina, Jihyo. Vi você entrar na caverna logo depois de conversar com Hyunjin e vi Felix entrar bem depois de você. Está acontecendo algo? Talvez eu possa ajudar. – Disse ele.

Eu não queria envolver mais ninguém nessa bola de neve que estava se formando. Lix e Seungmin já eram o suficiente, mas Sean passou boa parte da vida dele fora desses murros, conhecendo novos ares, novas profecias, bruxos e vampiros mais velhos. Se tinha alguém com mais conhecimento sobre isso tudo, era ele. Talvez ele poderia me ajudar a descobrir minha verdadeira origem. O fato de eu ter apagões, sonhar com meus amigos mortos... ou talvez eu fique ainda mais em dúvidas sobre isso.

Eu quero saber sobre tudo, porém temia colocar mais gente em perigo. Temia um perigo que nem sabia de onde surgiria, mas pelo menos tinha meus amigos no qual eu confiava.

- Venha comigo. – Disse me levantando, levando ele até a caverna, onde encontraria Seungmin e Felix.

Espero que eles não surtem, principalmente o bruxinho.



TRUE BLOOD | ᴸᴱᴱ ᴷᴺᴼᵂOnde histórias criam vida. Descubra agora