Future

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Frank narrando
Eu sinceramente queria entender a lógica de Leo, Percy e Piper. Mas eu não consigo. E a pior parte é que esses três influenciam Hazel, e quem paga a pato depois? Pois é, o metamorfo aqui.

O episódio da vez é que todos eles querem saber como vão ser quando ficarem mais velhos, e por isso eles passaram um baita tempo conversando e projetando algo com o Chalé de Apolo e o de Hipnos, o que significa que eles querem projetar um sonho para verem a si mesmos no futuro. Adivinha quem é a cobaia? Exato. Eu. Annabeth já estava fora de cogitação e Jason se negou veementemente, e como Hazel me pediu com aquela carinha pidona dela, eu não consegui negar. Agora eu supostamente verei a mim mesmo num sonho hoje à noite. E não, não estou feliz. Já participei de experiências malucas desses quatro demais pra gostar de algo que eles decidam testar.

Tanto que eu até tentei me manter acordado, só tem um problema: ser pretor cansa muito. O dia inteiro indo de um lado para o outro, fazendo planejamentos sobre as atividades dos legionários, conferindo a ordem dos recursos da legião, lidando com imprevistos bizarros, participando de sessões no Senado, ouvindo as reclamações de Término, administrando a quantia bancária da legião nos bancos mortais, treinando a legião com arquearia (os atuais legionários são horríveis com arco e flecha), tendo que convencer os Lares de que estava tudo certo, sendo diplomático com as briguinhas dentro de Nova Roma, conciliando tudo isso com a minha suposta rotina pessoal, que inclui treinar com Reyna e lavar minhas roupas (essa coisa de rotina pessoal não tem a menor graça).

Basicamente, deitei na cama = apaguei. Ou seja: bora testar a maluquice do pedaço mais insano do meu grupo de amigos.

Enfim. No sonho, inicialmente, não havia nada. Apenas um grande branco ao meu redor. Mas depois de algum tempo, o entorno começou a materializar um cenário familiar: o cenário de Nova Roma. Ok, talvez estivesse dando certo. Mas era cedo demais para me ater a qualquer esperança. O lugar havia finalmente se materializado, e realmente era Nova Roma. Maior e com mais seres, muitos dos quais eu não conhecia o nome pessoal. Flutuei por algumas ruas e quadras, para ver se conseguia alcançar o objetivo de encontrar meu eu do futuro. Fui em todos os lugares que costumava ir, em alguns que eu ia com pouca frequência, alguns locais novos, mas nada. Apesar disso, Nova Roma do futuro era bem legal, até. Fui ao Acampamento Júpiter de fato, que não só havia crescido: estava tão grande quanto a própria Roma Antiga. Ok, talvez não tanto, mas quase. Fiquei confuso sobre que lugar eu deveria visitar pra encontrar meu eu do futuro, e quase me perguntei se por acaso eu não me acharia como um espírito ou algo assim, mas afastei esses pensamentos. O último lugar que me ocorreu foi olhar no grande Palácio branco no centro do acampamento, que parecia ser um prédio administrativo. Fui flutuando pelas salas e vendo alguns legionários antigos, outros novos, alguns conhecidos e amigos mas nada de mim. Enfim eu fui olhar na sala principal.
E eu me achei.

Foi um pouco difícil de reconhecer, mas era eu. Achei que tivesse parado de crescer aos 16 anos, com meus 1,90 de altura, mas descobri que cresceria ainda uns 40 centímetros. Uma cicatriz de garra cortava pelo lado da têmpora esquerda, haviam rugas ao redor dos meus olhos, havia também uma boa quantidade de cabelos grisalhos na minha cabeça, ainda com o mesmo corte militar, e meus músculos estavam obviamente mais fortes e rígidos. Eu estava usando uma toga tipicamente romana, só que mais arrumada do que eu normalmente consigo ajeitar. Eu estava sentado em uma cadeira relativamente comum, mas posicionada numa pequena rede de três degraus, que me permitia ver as outras pessoas presentes com mais clareza. Ao lado da cadeira, havia o que eu reconheci como um fasces, um machado feito apenas para a classe romana mais superior na hierarquia, e a arma brilhava em uma luz avermelhada, irradiando poder e vibrando o ar à sua volta. Isso, somado ao fato de que eu tinha uma coroa de louro dourada na cabeça, me fez perceber que, de alguma forma, eu me tornara Imperador. Minha expressão era calma, e eu parecia bastante paciente, ouvindo alguém falar sobre algo que parecia importante. Eu claramente estava acostumado com aquela situação, porque não demonstrava surpresa. Quando o rapaz terminou de falar o que quer que fosse, eu parecia ponderar algo. Meu veredito foi um acenar de cabeça para os romanos ao lado, que fizeram uma pequena reverência e acompanharam o que viera falar, este que já tagarelava sobre algum projeto que estava empolgado para concretizar. Eu me levantei, e, com uma voz umas três vezes mais grave que a de agora, eu pronunciei:

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