Hazel narrandoEu não achava que um dia fosse entender tão precisamente como Frank se sentia quando conhecemos Leo. Quer dizer, às vezes eu tenho um ciuminho, nada demais, só umas inseguranças bobas que logo passam. Mas isso mudou com a chegada de uma nova legionária. Ela tinha cabelos e olhos castanhos escuros e pele clara, um sorriso fácil, humorista e até fofa, de nome Amaya. Era uma semideusa de Mercúrio e foi apadrinhada por alguém da Quinta Coorte. Devia ter uns 15 ou 16 anos. Eu falei um pouco com ela quando chegou, e ela até me lembrou um pouco Leo. Eu estava feliz em recebê-la no início, mas isso pôs meu namoro à prova. Obviamente, começou quando ela conheceu Frank. Ela falou que ele a lembrava um amigo muito querido que ela tivera no mundo mortal, que ficou feliz em conhecer Frank e até fez algumas piadinhas. Parecia tudo normal, mas não estava exatamente.
Amaya começou a ficar incrivelmente próxima de Frank, e isso começou a me deixar desconfortável. Ela dizia que era somente amizade, que eu não precisava me preocupar, e tudo o mais. Já Frank não se preocupava em insistir que era só amizade, e foi aí que eu percebi algo estranho: por que Amaya via tanta necessidade de afirmar que eles eram só amigos o tempo todo? Comecei a me perguntar se ela estava sentindo mais que fraternidade em relação ao Frank, e isso despertou em mim um ciúme, uma insegurança e uma raiva tão grandes que eu sem querer quebrei um ponto na parede ao dar um soco enquanto pensava sobre. Eu sabia que Frank não iria me trair (qual é, ele literalmente deu a vida dele nas minhas mãos para que eu pudesse cuidar, se eu não puder confiar nele tanto quanto ele confiou em mim vai ser o cúmulo da hipocrisisa), mas eu me sentia insegura em relação a Amaya. Sei lá, por algum motivo eu ainda senti medo de ser rejeitada e trocada, não sei de onde eu tirei isso, exatamente. Frank continuava me tratando como se eu fosse a garota mais espetacular que ele já havia conhecido. Mas... eu não sei.Certo dia, eu estava voltando do meu posto como sentinela leste quando Amaya apareceu correndo e disse que precisava falar comigo. Eu passei a não gostar mais muito dela, principalmente se Frank estivesse por perto. Ela foi para o templo de Mercúrio e sentou-se no último degrau, batendo ao seu lado para que eu me sentasse junto. Me sentei e a encarei, esperando que ela falasse.
A:- então... é. Eu acho que preciso abrir o jogo. Eu meio que me apaixonei pelo seu namorado.
Um gosto amargo se formou na minha língua.
H:- é, eu imaginei.
Meu tom saiu mais rude que eu pretendia, mas meu ciúme acabou falando mais alto que eu.
A:- escuta, desculpa se eu causei algum transtorno por isso. Eu não quero começar uma briga com você por causa de um cara. Por causa nenhuma, na verdade. Juro que não vou tentar nada com ele. Não mais.
H:- "não mais"??
A:- é... Era essa parte que eu estava com medo de contar. Eu meio que tentei beijar ele ontem. Foi impulso, me desculpe.
Respirei fundo.
H:- e como ele reagiu?
Amaya deu um sorriso dolorido. Então puxou a camiseta para o lado, expondo uma atadura no ombro. Ao puxar a atadura, uma marca de garras, não muito profunda e ainda fresca estava exposta.
A:- digamos que ele me empurrou pra longe... sem intenção de machucar, mas acidentalmente machucando. Esqueci que ele fazia isso quando se assustava. E ele não parece disposto a se aproximar de mim de novo.
Aos poucos, essa história se concluiu. Amaya de fato superou depois de algumas semanas, mesmo Frank não indo mais com a cara dela de jeito nenhum. Eu me senti quase besta por ficar tão irritada.
Eu estava no quarto de Frank, curtindo um pouco a presença dele e tudo mais, quando decidi perguntar sobre o arranhão que ele acabou fazendo nela.
F:- foi sem querer. Mas não me arrependo.
Ergui a sobrancelha.
F:- que foi? Eu fiquei com raiva dela.
Eu acabei rindo. Céus, Frank é tão fofo.
H:- acho que agora entendo o que você passou quando conhecemos Leo.
Ele franziu a testa.
F:- como assim?
H:- o ciúme, oras.
Ele ficou vermelho.
F:- eu achei que ia te perder pra ele, na época. Você parecia gostar dele. E a forma como ele fazia piadas comigo... acho que eu me sentia um pouco pior, ainda. Fiquei surpreso por... sabe... não ter sido trocado.
Foi aí que eu percebi que não entendia exatamente o que Frank passou. Ele também havia sofrido bulliyng de Leo, mesmo não sendo proposital. E por causa da coisa toda com Sammy, podia dar a entender que eu gostava de Leo. Mas acho que ninguém jamais poderia chegar onde Frank chegou. Gostar era pouco pra expressar o que eu sentia por Frank. Eu ainda não havia dito diretamente que o amava, mesmo já sendo verdade. Por algum motivo, quando ele falava que me amava, tinha tanta convicção no que dizia que me deixava nervosa com a perspectiva de não responder à altura. Ele não parecia se importar. Sempre paciente, sempre lá para me esperar se eu precisasse. Fofo. Beijei seus lábios com calma e carinho e me acomodei em seu peito, ouvindo seu coração. Isso sempre me acalma. Saber que ele está vivo, que está aqui, que sou eu a causa das batidas retumbantes, fortes e aceleradas em seu coração.
Uma finalização meio ruim, mas sla, tem dias que eu não tô boa pra fazer começos, dias que eu não tô boa pra fazer desenvolvimentos, dias que eu não tô boa pra fazer finais e dias que eu não tô boa pra escrever (esses são a maioria, foi mal kkk)
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Contos Frazel
FanfictionIsso aqui existe porque eu tenho surtos aleatórios de amor a determinados personagens, e o que sai é basicamente isso.