Bulliyng

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Seguinte: teremos aqui um genderbend (gênero oposto), onde ao invés de Hazel teremos Heinz e ao invés de Frank teremos Faiha. Teremos algumas menções à sexo e provavelmente algum hot. Boa leituraaa!

Heinz narrando

Ela. Ela se chamava Faiha Zhang, tinha minha idade. Tinha cabelos pretos, lisos e sedosos na altura da cintura, quase sempre soltos, olhos estreitos e castanhos brilhantes, lábios finos, carnudinhos e perfeitamente desenhados, um rosto fofo e adorável, apesar de frequentemente sério, e um corpo de me fazer acordar sujo de madrugada, com coxas grossas, ombros largos, bumbum volumoso e seios médios. Ela estava sempre quieta, agarrada aos seus livros, de roupas largas e tentando passar despercebida, porém, ela sempre falha nessa tarefa, já que eu, meus amigos e a grande maioria dos grupinhos da escola caçoavam dela na maior parte do tempo. Ela era a maior vítima de bulliyng que já pisou nessa escola. Começou no 5⁰ ano, quando ela chegou. Faiha pediu para jogar futebol com nós, meninos. Nós rimos dela e dissemos que era ridículo, zoando o fato de que ela estava de sapatilhas e o campo estava todo orvalhado. Mas, mesmo de sapatilhas e com orvalho no campo, ela tomou a bola e driblou todos os meninos, fazendo o gol mais bonito que eu já vi. Ela levantou o rosto, orgulhosa, sorrindo para nós e perguntando se podia jogar novamente. Mas ela tinha ferido nosso orgulho fazendo aquilo, então os meninos a agrediram alí mesmo. Ela conseguiu escapar e sair correndo antes que fosse fatalmente ferida, mas isso gerou a maior onda de zoeiras da história. Ela virou a chacota geral da escola, e em todos os anos, os estudantes que antes eram alvo de bulliyng foram esquecidos e substituídos unicamente por ela, sendo que alguns até mesmo passaram a participar disso.
Na ocasião do futebol, eu estava entre os meninos e fiquei furioso na hora em que fui humilhado por ela. Mas, na noite do mesmo dia, a raiva foi substituída por fascínio. Mais tarde, quando chegamos ao 6⁰ ano, procurei por ela nas redes sociais, e facilmente a encontrei. A partir disso, stalkeei tudo o que pude, sem ela notar. Descobri que era intolerante à lactose, sabia tocar violão, amava ler, praticava artes marciais, era forte, era canadense, praticava arquearia, andava de skate, amava animais (sobretudo cães e elefantes), gostava de futebol, cantava maravilhosamente bem e era extremamente dedicada aos estudos. Eu suspirei quando contabilizei suas habilidades. Essa garota era espetacular.

Passei a zombar dela com mais afinco depois disso, mas não por maldade: eu era um garoto imaturo e besta, apaixonado por uma garota. Isso me tornou o "mestre da zoeira" da escola. Eu me sentia ridículo quando via Faiha triste ou magoada, mas eu só estava tentando chamar a atenção dela. De maneira infantil e inconsciente, mas estava.

Isso perdurou bastante, até que, um dia, no 2⁰ ano do médio na aula de história, onde éramos colegas, a professora nos dividiu em duplas a partir da ordem alfabética na chamada. Não havia ninguém com a letra G no nome, e eu era o único com a letra H. E, graças ao destino, a única pessoa com a letra F no nome era ela. Definitivamente, era o destino sorrindo para mim (não sei porquê, já que eu sempre fui um babaca). A encarei lá no fundo, na extrema direita da sala, encolhida, me olhando de olhos arregalados. Dei a ela um sorriso debochado, para não perder a pose. Quando a aula acabou e os alunos que ficavam um pouco mais para incomodá-la foram embora, sentei na mesa dela.

H:- oi Faiha. Como vai?

Falei em tom debochado.

F:- eu... normal.

H:- olha, se quer mesmo fazer esse trabalho, me passa o seu endereço falou?

Ela me olhou desconfiada, desviou o olhar para o caderno um segundo e depois anotou algo num papel que ela destacou do bloquinho de post-its salmão dela. E então me entregou. Seu endereço... e seu número de telefone?

H:- pra que o número, almôndega?

Eu sei, pesado. Eu sou ridículo, podem me apedrejar.

F:- pra mandar mensagem quando chegar. Não quero que minha avó te atenda.

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