01. O começo do fim

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EMILY DICKINSON:

Ouço Vinnie falar e tento sorrir de volta, apesar de achar que jamais conseguirei sorrir após acordar naquele leito de hospital e me dar conta de que meus pais morreram por minha culpa, eu não gostava deles mas também não desejava suas mortes. Meus irmãos não sabem que tudo aconteceu porque acordei assustada com a discussão e gritei, e pretendo que nunca descubram, não quero que me odeiem mais do que já me odeio.

Volto a olhar meus irmãos e entramos juntos ao orfanato, ao entrar, percebo que existem mais pessoas do que aquele lugar suporta. haha se fode aí otaria, é isso que o universo certamente está me dizendo após tudo o que fiz.

Vejo uma senhora, um pouco mais de 50 anos, ela sinaliza para meus irmãos e eu e caminha a nosso encontro.

- Olá, jovens, me chamo Maggie, sou a responsável por deixar esse lugar em ordem - ela nos cumprimenta e faz expressões com as mãos para enfatizar "esse lugar" como a mesma diz - venham, crianças, irei levamos aos seus aposentos - ela diz virando de costas e subindo as escadas.

Caminhamos silenciosamente pelas escadas. Apesar de haver um número considerável de gente acordada, a maioria já estava dormindo. Maggie deixa Vinnie em seu quarto e avisa que cada cama é uma beliche de casal e que dormem duas pessoas em cada cama. Em seguida, deixa Austin em seu quarto, um quarto consideravelmente grande, se considerar o de Vinnie e, por fim, abre a porta do meu quarto, onde, para meu azar, existe apenas uma vaga e em uma cama ocupada por um garota que me olha de cima a baixo de uma forma que me intriga.
- Susan, essa é sua nova colega de quarto e de cama, Emily - Maggie diz com um sorriso de orelha a orelha, o que não me agrada já que odeio contato com estranhos, principalmente agora que estou determinada a nunca mais me aproximar de mais ninguém - Emily? - Maggie diz me despertando do transe - Emily? Vou deixar você se ajeitar agora. O café da manhã é às 7:00h e a escola de todos é pela tarde. - em seguida, sai me deixando sozinha com aquela completa estranha de nome lindo, Susan.

- Ô patricinha? - Susan diz olhando para mim de uma forma indecifrável - já vou avisando que odeio que invadam meu espaço, também não tô muito afim de fazer amizades não -vira de costas para mim - se quiser amizade, tem uns riquinhos feito você por aqui também. E apaga logo essa luz porque minha cabeça parece que vai explodir - completa.

- Oi para você também, Susan - Digo colocando minhas coisas no pé da cama e desligando a luz - e ... relaxa - me deito - não estou nem um pouco afim de fazer amizades, seja com vocês ou qualquer um desses "riquinhos" - faço aspas com as mãos apesar de estar no e escuro e Susan deitada de costas para mim - ótimo, já vi que isso será o começo do fim - murmuro para que somente eu ouça.

SUSAN GILBERT

Meu dia não poderia ter sido pior: não pude ir para o colégio por conta dessa dor de cabeça infernal, o que me impediu de tocar piano na aula de música - minha única diversão seja no colégio ou nesse orfanamos - e, pra piorar, Maggie me informa que uma tal de Emily Dickinson irá dividir a cama comigo. Ótimo, mais uma garota rica que irá dividir a cama comigo e ser adotada em menos de uma semana enquanto apodreço nesse inferno até completar 18 anos. Valeu universo.

Mas ao ver aquela garota na minha frente, algo aconteceu, minha dor de cabeça passou quase que no mesmo instante, vejo Maggie falar algo mas não consigo entender o que é, só consigo focar naquela garota de olhos castanhos com tons esverdeados, droga, pensa, Susan, Pensa. Você não pode se encantar por uma Dickinson, por uma mimadinha não.

Ao ver que Maggie vai embora, falo coisas com a garota que me arrependo automaticamente, porque eu disse isso? Eu quero sim ela como amiga, quero mais que isso, não, foca Sue, foca.

Em seguida, ouço ela murmurar algo sobre começo do fim, finjo que não ouvi e fico em silêncio até perceber que ela adormeceu, em seguida, pego meu celular (todos aqui recebem um celular por conta do colégio) e mando uma mensagem para Jane, minha melhor amiga.

EU: Janie???
EU: Jane caralho acorda cachorra.
EU: Caralho, vou ter que te ligar?
JANE MANINHA: Caraljo Sue
JANE MANINHA: caralho** inferno de corretor
EU: Tu não sabe quem é minha nova colega de cama porra
JANE MANINHA: se tu me contar eu vou saber né desgraça
EU: uma das Dickinsons, e ela é mó chatona, nem quero papo, então qualquer coisa você me salva dela blz
JANE MANINHA: meu colega de cama é um gatinho, você precisa ver, o nome dele é Austin Dickinson
JANE MANINHA: Ai caralho são irmãos
EU: ÓTIMO. Vou te perder pros riquinhos.

Em seguida, desligo meu celular e passo a ignorar a Jane, que aparentemente está surtando e só não vem aqui agora porque já passou das 23:00h e começou o toque de recolher.

Óbvio que não contei para a Jane que a Dickinson fez meu coração acelerar, até porque foi só um erro na matriz, puf erro, sei, beleza, cérebro, já deu, né?! Tudo o que eu não preciso agora é gostar de uma pessoa como os Dickinson. Sem contar que ela já falou que não quer amizades.

NARRADOR:

Essa menina não engana nem ela mesma, tadinha. Ficou pensando na Emily até tarde e custou muito até adormecer.

O que será que essa história aguarda??

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IAI MEUS PITICOS, ESPERO QUE GOSTEM DA HISTÓRIA, ao decorrer da trama vou introduzindo o restante dos personagens e aumentando o tamanho dos capítulos.

Não esqueçam de dar estrelinha e comentar pra eu saber se devo continuar ou não

O Acaso - EmisueOnde histórias criam vida. Descubra agora