024. Assim nasce uma rainha - parte 2

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JANE HUMPHREY:

Quatro anos e sete meses antes:

Por incrível que pareça, estou a par de basicamente tudo o que acontece por aqui. Virei a ajudante número um de Ship, claro que tem alguns impasses mas nada que eu naoco siga atuar... nada a não ser Thomas Gilbert.

Eu não aguento mais respirar o mesmo ar que esse verme; ele passa por mim e ri; faz ameaças quando ninguém está presente e eu estou aturando tudo isso calada.

Mas hoje será diferente, farei com que Ship veja o que está acontecendo e, para a minha sorte, ele está completamente apaixonado por mim. Eu não gosto dele mas já que passarei a vida inteira aqui, terei de seguir o roteiro.

Passar os dias aqui não tem sido de todo mal. Eu sei exatamente todos os tipos de armas, tipos de munição, como deixar uma arma e bala irastreável... sei também quanto valem as drogas e todo o processo de produção, distribuição e venda. Eu sei que saber tudo isso não é algo para se vangloriar mas isso é tudo o que eu tenho para fazer.

A única parte realmente ruim é ter que sequestrar e matar pessoas que geralmente são inocentes. Gostaria de convencer Ship a sequestrar um público específico mas Henry Shipley não segue ordens, sem contar que seria "arriscado", pois atrairia muito mais atenção.

+++

- Ship... precisamos conversar. - preciso ser direta, não posso aturar o desaforo que acabou de acontecer novamente.

- Jane, querida, o que houve? - Ship responde sério.

- Eu farei uma loucura, escute bem.

- Do que você está falando?

- Thomas! Ele acabou de me ameaçar e eu não irei tolerar mais isso, entendeu?!

- Que tipo de ameaça? Eu já deixei bem claro que ele não pode se aproximar de você. - Ele levanta da poltrona.

- Se você for no banheiro agora, irá ver que ele está se masturbando! Aquele estrume estava roçando em mim e eu não pude gritar pois ele colocou uma arma na minha cintura.

- Jane, essa é uma acusação muito séria, você tem certeza? - ele se aproxima.

- Tenho e posso provar! Me acompanhe, por favor, mas não fique em um lugar que ele possa te ver.

Ship concorda com a cabeça e seguimos dois andares para baixo, onde Thomas se masturbava no banheiro como um animal no cio.

- Hey, tem alguém no banheiro? Preciso fazer xixi. - Digo batendo na porta.

Ele nada diz, apenas abre a porta, com as calças arriadas e me encara sorrindo. Sei que naquele momento ele sentiu o ódio em meus olhos.

- Finalmente se deu conta de que me quer? Não seja tímida, olhe e deguste. - Thomas diz com um sorriso sínico.

- Ah, é você que está aí... eu volto depois. - faço menção de ir embora mas ele segura firme no meu braço.

- Agora somos só nós e você não tem para onde fugir, sua puta.

- Me solta, Thomas, ou será pior para você!

O Acaso - EmisueOnde histórias criam vida. Descubra agora