ZOMBIE

Capítulo: 29

Gael Narrando 

Ainda continuava procurando, as portas do elevador se abriram, me dando visão de mais um imenso bloco de celas, coloquei meus pês para fora do elevador, logo as luzes se acenderam. Percebi que essa era a ala dos zumbis inteligentes, eu  teria que ficar mais atento.

Comecei a andar por entre as celas e os zumbis começaram a se agitar, mais a frente tinha uma cela que estava quase caindo, quando eu passei na frente dela, a grade da mesma acabou despencando por conta do zumbis que estavam agitados, os dois zumbis que estavam dentro da cela saiu, um deles foi para o outro lado e o outro seguiu em minha direção.

Comecei a correr rapidamente, mais a frente o zumbi conseguiu me derrubar no chão, tentei ao máximo chuta-lo, mas estava impossível despista-lo. Com um descuido meu, ele acabou mordendo o meu braço esquerdo me fazendo gritar de dor, o zumbi subitamente se afastou de mim, eu percebi que estava acontecendo algo de errado, pois ele estava se debatendo no chão. 

Depois de alguns minutos ele se levanta, fiquei com medo e estava prestes a correr, mas o momento me fez congelar 

- onde estou ?- perguntou o zumbi que agora era um homem

-vo-você está na Alana Corpus - falei ainda surpreso pelo o que tinha acontecido diante de meus olhos 

- e quem é você ?- perguntou mais confuso que eu 

- eu me chamo Gael, posso te acompanhar até a saída - falei imaginando que aquilo tudo não passava de um mero sonho  

- Sim, tenho que encontrar minha filha

pegamos o elevador e logo em seguida, as portas se abriu revelando a saída, acabei sendo parado por alguns seguranças. O homem apenas foi escoltado para fora por outros dois  

- o que você está fazendo andando sozinho pelos corredores garoto ?- perguntou o homem 

- a doutora Alana deixou eu visitar meus amigos, eles são zumbis bonitinhos, e eu não estou conseguindo encontra-los - essa foi a primeira mentira que veio em minha cabeça

- que estranho, ela sempre manda as pessoas acompanhada de um guarda, mas não tem problema, eu te acompanho até lá - falou passando um de seus braços pelo meu pescoço 

entramos novamente no elevador, e o homem apertou o botão que continha escrito "C1", depois de alguns minutos as portas se abriu revelando mais algumas celas, coloquei o pé fora do elevador, e as luzes se acenderam 

- tem vinte minutos de visita, qualquer coisa grite, estarei parado bem aqui- falou o home cruzando os braços 

comecei a andar pelas celas, quando estava quase desistindo de procurar, escuto Davi chamando meu nome, me aproximei da cela e notei que tinha um homem dentro 

- Davi, você está bem ?- perguntei preocupado 

- Sim, a doutora Alana nos colocou aqui, ela disse que era para a segurança do acampamento 

- e quem é esse homem que está ai com vocês ? 

- ele se chama Plinio, ele meio que teve um desentendimento com a doutora, e ela acabou trancando ele aqui 

nesse momento senti algumas fisgadas em meu braço, olhei para ele e percebi que a mordida estava se fechando

- o que foi ?, por que seu braço estava mordido ?- perguntou Davi preocupado 

- como sabe ?

- senti cheiro de sangue fresco - falou dando um meio sorriso 

- Davi, se eu te pedir um favor você faz ?

- depende do favor

- eu fui mordido na ala dos inteligentes, só que ao invés da mordida me afetar, acabou afetando o zumbi, ele meio que se tornou humano novamente - falei encarando meu braço 

- como assim humano ?- Bruno finalmente se pronunciou 

- humano real, de carne e osso 

- ok, e qual e o favor ?- perguntou Davi me encarando 

- me morda

- por que ?- perguntou ele recuando 

- por que só assim vou ter certeza de que tudo foi realidade, por favor - falei quase implorando 

coloquei o braço na abertura que tinha na grade, o homem que estava lá dentro me olhou totalmente assustado 

- você está louco, isso vai te transformar nessas coisas - falou ele quase gritando 

- morda Davi 

e assim aconteceu, Davi fechou seus dentes mordendo meu braço, senti a mesma dor, mas dessa vez era mediana. Assim que ele retirou os dentes do meu braço acabou caindo no chão, e igual ao outro zumbi ele começou a se debater. Isaac, Edu e bruno estavam extremamente preocupados. 

porém logo Davi se levanta do chão

- Davi você está bem ?- perguntei preocupado 

- quem são vocês, por que que eu estou dentro de uma gaiola cheio de zumbis ?- perguntou ele se virando para mim 

era possível notar que seus olhos ao invés de estarem cinza, estavam azuis, eu estava feliz por ter meu namorado, mesmo que ele não lembre de algumas coisas 

- ele deve estar com perda de memoria recente afinal vocês dois namoravam quando ele ainda era um zumbi, mas acho que logo ele deve lembrar - falou Isaac filosofando 

- garoto, chame o guarde e tire o seu amigo da cela, precisamos ir até a Alana, ela tem que saber disso- falou Plinio surpreso com o que acabou de presenciar  

dei um grito, e rapidamente o guarda apareceu onde eu estava 

- o que aconteceu ?- perguntou assustado 

- tem dois humanos dentro dessa gaiola - falei apontando 

- como entraram ai ?

- não nos lembramos, apenas nos tire daqui - falei Plinio sem paciência 

o guarda colocou o dedo no leitor de digital, e logo a porta e destrancada, Davi correu e me abraçou 

- por que me abraçou ?- perguntou ele confuso 

- você que me abraçou 

ele ficou parado e aos poucos foi se aproximando de mim, acabei encostando nossos lábios, começamos um beijo lento e molhado, depois de um tempinho nos separamos 

- Gael, eu me lembro de tudo- falou ele me abraçando novamente 

- eu disse que era apenas temporário- falou Isaac sorrindo  

- vamos logo- disse Plinio que estava de vela 

mais uma vez pegamos o elevador, Plinio apertou o botão do vigésimo sétimo andar, e depois de alguns segundos as portas se abriram revelando mais uma vez aquele andar já visitado. 

Seguimos para a sala duzentos e sete, dei algumas batidas na porta e logo escutei um leve "entre", empurrei a porta e a mulher mais uma vez estava sentada na frente do computador

- Alana, eu tenho uma ótima noticia para você - falou Plinio entrando na sala 

- seja rápido Plinio, tenho muito o que fazer 

- nós finalmente encontramos a cura

- como assim ?- perguntou a doutora confusa

Plinio puxou Davi que estava segurando minha mão 

- esse garoto era um zumbi até poucos minutos atrás 

- eu me lembro dele, eu mesma me encarreguei de fazer o teste - falou ela sorrindo - me contem o que aconteceu 

eu expliquei tudo detalhadamente, e a cada palavra a mulher dava um sorriso de orelha a orelha  

- por isso que eu nunca consegui criar uma cura, era impossível, você esse tempo todo estava com ela correndo em suas veias- falou ela sorrindo   

agora eu sabia que podia salvar todo mundo que eu gostava, isso era extremamente incrível.