Capítulo 35

120 7 3
                                    


Amanheceu e Manuel se acordou, coçando os olhos e checando a hora no celular. Era dia de levar Isabela para a escola e ele esperava que a greve dela não fosse de assistir aula porque essa realmente ele não permitiria. O homem se levantou, fez as higienes e se arrumou, passando pelo quarto da filha e vendo tudo em silêncio, ou ela estava no banho ou ainda dormia e ele resolveu deixá-la enquanto preparava o café da manhã, mas assim que terminou, tratou de acordá-la.

− Vamos, Isabela, você pode até ficar com fome, mas não vai perder aula. – Manuel bateu na porta.

Manuel estranhou que Isabela nem mesmo reclamou por ser acordada e entrou no quarto, vendo a cama desfeita, mas o quarto aparentemente vazio.

− Isabela! – Manuel chamou mais alto, mas não houve respostas.

Manuel não ouviu barulho do chuveiro e só então percebeu um papelzinho dobrado na mesa de cabeceira, pegando-o imediatamente.

"Fui procurar a mamãe, já que você não deixa ela me ver, eu vou ver ela. Não a culpe, pensei nisso sozinha. Isabela."

Manuel passou a mão na testa, desacreditado. Não podia ser, Isabela estava só lhe pregando uma peça, podia estar escondida em qualquer lugar daquela casa, por isso ele procurou desesperado até nos cantos mais improváveis, pois sabia como a filha era danadinha. Mas ela não estava em casa e Manuel foi procurar nos arredores, se desesperando mais ao não encontrá-la. Como era possível que Isabela estivesse saído sozinha e ele não percebeu? Então ele voltou para casa e ligou para cada um da família que também não soube dizer onde ela estava, por isso ele decidiu tomar a decisão mais difícil da sua vida e discou para a única pessoa que saberia onde Isabela estava.

~ ♥ ~

Como sempre, Lucero aproveitava sua folga para dormir, afinal ainda era cedo e infelizmente ela não tinha mais que ajudar Isabela a se arrumar para ir à escola e nem mesmo deixá-la. Mas seu sono foi interrompido pelo toque do seu celular e ela atendeu sem ver quem era.

INÍCIO DA LIGAÇÃO

− Alô? – Lucero atendeu sonolenta.

Manuel parou por um momento ao ouvir a voz de Lucero. Como sentia falta daquela voz rouca e sexy de sono que quase sempre o acordava antes da hora pedindo para fazer amor, mas ele balançou a cabeça para afastar os pensamentos, Lucero não merecia ser lembrada e nem era hora para aquilo. A mulher estranhou o silêncio e já ia checar para ver quem ligava quando ele falou.

− Lucero, sou eu. – Manuel falou sem graça.

O coração de Lucero deu um sobressalto, assim como seu corpo, fazendo com que ela se sentasse de vez. Se Manuel estava lhe ligando, mesmo quando estava magoado e tentando evitá-la a todo custo, era porque algo grave tinha acontecido.

− Aconteceu algo com a Isabela?

− Bom, era isso que eu queria que você me respondesse. – Manuel falou irônico e respirou fundo. – Ela deixou um bilhete dizendo que ia te procurar e fugiu.

Lucero suspirou, passando a mão no cabelo. Isabela era realmente impossível e sem ela por perto ainda mais, pois Manuel não tinha pulso firme e ainda era tão teimoso quanto ela, não tinha paciência para conversar com a menina.

− Eu a proibi de fazer isso. – Lucero bufou.

− Então você sabia? – Manuel franziu o cenho.

− Sim. Quer dizer, não quando ela faria, mas da última vez que nos vimos, ela me disse que se você não a deixasse me ver, ela fugiria.

− E você não sabe mesmo onde ela está?

− Não, Manuel. Acha que se eu soubesse, eu não diria?

Crime De AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora