Capítulo 49

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Leia escutando:


 − Lucero.

Lucero se assustou e se virou para Manuel. Ela não queria que ele a visse ali ainda, era para ter ido embora desde que aquele carro quebrou nem que fosse a pé com barriga e malas pesadas mesmo.

− Manuel? Olha, o carro quebrou e o motorista ficou ajeitando, por isso eu não fui ainda e... – Lucero falava alvoroçada, mas Manuel a interrompeu.

− Não, você não vai mais. Vem comigo. – Manuel abriu a porta do carro.

− Como é que é? – Lucero estranhou, mas mesmo assim aceitou a mão que Manuel estendeu para ajudá-la a descer do carro.

− Espera um pouquinho. – Manuel falou e se virou para o táxi. – Você pode tirar as malas, por favor? E me diz quanto foi, amigo.

− 78 pesos, senhor.

− Ótimo, aqui está, obrigado. – Manuel tirou o dinheiro do bolso e entregou ao motorista.

− Manuel, pode me dizer o que está acontecendo? – Lucero agarrou o braço de Manuel, confusa.

− O que está acontecendo é que eu não posso viver sem você, nem eu, nem a Isabela e nem mesmo o Spaw. Eu quero apagar tudo de ruim que aconteceu e deixar somente as lembranças boas que foram maiores do que qualquer coisa. Eu quero dar um lar feliz aos nossos filhos, quero você do meu lado para sempre, quero te amar a cada instante da minha vida como era antes, então eu peço, volte para essa casa, seu lugar é aqui com a família que você me fez reconstruir com todo o amor que você sempre teve guardado aí.

Lucero chorava assim como Manuel. Por muito tempo, ela sonhou em ouvir aquilo dele e não negava ter ficado magoada quando ele fez amor com ela e voltou a desprezá-la no mesmo segundo, mas se ele pisou em cima do orgulho para voltar com ela que fez coisas muito piores, ela não desperdiçaria a oportunidade de ter a família de volta por apenas mais um dia em que a raiva de Manuel falou por cima do amor deles.

− É claro que eu volto, meu amor, é o que eu mais quero. – Lucero se jogou nos braços de Manuel, mas logo o soltou para segurar seu rosto, o olhando nos olhos. – Eu sempre te amei até quando não devia e agora nós vamos ficar juntos pelo resto das nossas vidas sem mais nada que nos separe.

Manuel beijou Lucero apaixonadamente e diferente do último beijo, ela sentiu o amor dele através dos seus lábios e não dor, mágoa e agressividade como antes. O motorista parou de ajeitar o carro e observou-os, sorrindo. Ele não conhecia aquele casal, mas ficava feliz de ver que eles fizeram as pazes antes que fosse tarde. O beijo acabou, mas eles sorriram ainda de lábios colados e Lucero passou o nariz no de Manuel com carinho.

− Com licença, me desculpem a intromissão. – o motorista falou sem graça e Lucero e Manuel o encararam, ele com o braço na cintura da esposa e ela o cotovelo apoiado em seu ombro. – Eu não conheço vocês, mas pelo que ouvi, vocês decidiram se reconciliar e não posso deixar de parabenizá-los por isso, a família é o que temos de mais importante na vida e não devemos nunca deixar de lutar por ela, principalmente vocês que esperam um bebêzinho. – ele sorriu.

− E nós temos mais uma mocinha lá dentro. – Lucero comentou orgulhosa, acariciando a barriga junto com Manuel.

− Ah, mais um motivo para vocês nunca mais se separarem. Olhem, eu sou casado há quase cinquenta anos, claro que acontecem as briguinhas bobas, mas eu jamais conseguiria viver longe da minha mulher.

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