Capítulo 29

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DIAS DEPOIS

Lucero estava em casa esperando apenas o dia em que seria supostamente liberada pelo médico para viver normalmente, inclusive dormir com Manuel quando a tal barriga falsa pudesse sumir e por isso ela fingia que estava malhando para recuperar o corpo de antes. Finalmente chegou o dia em que iria voltar ao trabalho e depois de cuidar de Isabela e auxiliá-la a ir à escola com Manuel, ela chegou ao regimento, onde Carlos a aguardava com uma cara nada boa e a arrastou para a sala dele assim que a viu.

− O que foi?! Você está me machucando! – Lucero falou assustada, tentando se soltar de Carlos, mas não conseguiu.

− Você ainda não viu nada. – Carlos soltou Lucero com brutalidade.

Carlos caminhou para trás da mesa, ficando de costas e passando a mão no cabelo até se virar para Lucero, se apoiando na cadeira à sua frente.

− Você pode me explicar o porquê não me contou que todos os bens do Manuel estavam no seu nome? – Carlos perguntou ameaçadoramente baixo.

Lucero arregalou os olhos, colocando a mão no peito. Ela já sabia que nem tudo seria flores eternamente, só não esperava que sua vida perfeita fosse desabar tão rápido.

− Como você soube? – Lucero perguntou com a voz falha.

− Eu sempre sei de tudo e quem faz as perguntas aqui sou eu.

− Eu posso explicar.

− Estou esperando. – Carlos cruzou os braços.

Lucero abaixou a cabeça, tentando pensar em alguma desculpa enquanto Carlos apenas a aguardava, com um sorrisinho debochado no rosto. Ele sabia muito bem o que estava acontecendo, mas queria ouvir da boca da mulher.

− Eu... Queria aproveitar mais da boa vida que ele está me dando, é isso. – Lucero falou rápido e encarou Carlos.

Carlos riu. Lucero não mentia tão bem quanto achava.

− Tem certeza que é só isso? – Carlos ergueu a sobrancelha.

Lucero fechou os olhos, apertando-os. Carlos estava a enchendo de perguntas só para ver ela se enrolando mais, ele sabia da verdade e não adiantava negar, o que lhe restava era implorar pela vida da sua família.

− Não, eu sei o que você quer saber e a verdade é que você estava certo o tempo todo. Eu me apaixonei, eu amo o meu marido, a minha filha e estou disposta a pagar qualquer preço por eles. – Lucero encarou Carlos, com os olhos transbordando.

Carlos bufou, esmurrando a mesa e jogando um objeto na parede bem ao lado de Lucero, fazendo com que ela se assustasse e se encolhesse. Saber de toda a verdade não era como ouvir da própria boca dela, mais uma vez Manuel lhe roubava algo que era seu, mas ele não iria se dar bem.

− Então você está disposta a tudo?

− Sim, estou, por isso pode me matar quando quiser. – Lucero tirou a arma da cintura e colocou sobre a mesa.

Carlos observou Lucero por um tempo e pegou a arma devagar. A mulher fechou os olhos quando o viu apontá-la para ela e engatilhar. Ela quem devia morrer ali, afinal traiu a todos, Manuel, Isabela e até Carlos, já que entrou naquela missão para cumprir o seu objetivo e terminou não fazendo. Mas ela foi despertada por uma risada do capitão.

− Poupe seu tempo, bonita, eu jamais machucaria esse rostinho lindo. – Carlos se aproximou de Lucero e acariciou o rosto dela que se afastou bruscamente. – Guarde essa arma e volte ao trabalho. – ele a entregou a arma.

Lucero encarou Carlos, desconfiada. Ele estava muito calmo para quem tinha acabado de ser contrariado.

− É mesmo? E o que você pretende fazer? – Lucero ergueu a sobrancelha.

− Isso não é mais da sua conta, eu devia saber que toda mulher, por mais forte que seja, sucumbe ao amor, só é uma pena que não tenha sido por mim. Tome. – Carlos insistiu em entregar a arma para Lucero.

Lucero pegou a arma e a guardou novamente sem parar de encarar Carlos que apontou a porta, indicando que era para ela sair. Ela o fez, mas decidiu contar toda a verdade a Manuel mesmo que o perdesse para sempre, pois o capitão não desistiria de agir e ela precisava proteger a todos que amava. Lucero pegou o celular e discou para o marido.

INÍCIO DA LIGAÇÃO

− Oi, amor.

− Você está em casa? – Lucero perguntou com a voz trêmula.

− Sim, por quê? – Manuel estranhou.

− Eu preciso que você me espere. Tranque tudo, não deixe ninguém entrar e nem sair.

− Está acontecendo alguma coisa?

− No fim do plantão, eu vou te contar tudo, só faça o que eu disse.

− Está bem, amor, estarei te esperando.

− Te amo. – Lucero falou com a voz embargada.

− Eu te amo mais, esposa. – Manuel riu.

FIM DA LIGAÇÃO

Lucero respirou fundo para não chorar e guardou o celular, decidida a ficar mesmo no trabalho até dar o seu horário de sair, afinal ali estava de olho em cada passo de Carlos, pelo menos teria tempo para pensar em como salvaria Manuel.

                                                                           ~ * ~

Eu tô rindo porque paramos na melhor parte e agora vocês vão ter que aguentar a ansiedade até terça KKKKKKKKKKKKKKKKK

Bom, meus amores, será que agora a verdade vem à tona mesmo? Até semana que vem <3

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