− Meu Deus, e o que a gente faz?! – Manuel se desesperou.
− Calma. As malas estão aqui embaixo, eu só preciso da mala do bebê que está no armário do quarto de hóspedes. – Lucero respirou fundo, sentindo a dor aliviar momentaneamente.
− Tá, eu vou buscar.
− Eu quero ir com vocês, papai. – Isabela se manifestou.
− Não, hospital não é lugar para criança e eu vou ter que entrar com a sua mãe, você não pode ficar sozinha. Eu vou ligar para sua tia. Vem, senta aqui, amor. – Manuel segurou a mão e as costas de Lucero e a guiou até o sofá.
Depois que acomodou Lucero, Manuel subiu correndo para buscar a mala do filho enquanto discava para Morgana. Isabela observava a mãe respirar ofegante agarrada ao braço do sofá. Ela não queria incomodá-la questionando a decisão do pai, mas também não perderia a chegada do irmão.
− Eu vou abrindo o carro. – Isabela mentiu, pegando a chave do carro e saindo rápido.
Nem se Lucero quisesse teria como contestar Isabela, pois estava se concentrando em não morrer de dor a cada vez que seu útero se contorcia em uma contração. Manuel logo desceu carregando a mala em uma mão e ajudando Lucero a se levantar com a outra.
− A Morgana não atendeu, mas eu ligo do caminho, a Isabela pode ficar sozinha por alguns minutos. Vamos. – Manuel ajudava Lucero a andar com a mão em sua cintura.
Lucero e Manuel chegaram à garagem e o homem abriu a porta do passageiro, olhando ao redor ao não ver Isabela e percebendo que o carro já estava aberto.
− Cadê a Isabela?
− Ela veio abrir o carro para ajudar e depois não sei, deve ter subido e eu não vi. – Lucero sentiu outra contração e se abaixou com a mão na barriga. – O tempo das contrações está diminuindo, amor, nós temos que ir logo. – ela falou com os olhos marejados.
− Ah meu Deus do céu. Claro, vamos. – Manuel ajudou Lucero a entrar no carro e colocou as malas aos pés dela, dando a volta e entrando no banco do motorista, logo partindo.
No caminho, as contrações de Lucero aumentavam gradativamente e por mais forte que ela fosse, ela já gritava e se contorcia de dor.
− Amor, isso é normal, não é? – Manuel perguntou nervoso.
− É claro, amor, o meu corpo está se preparando para o nascimento do nosso filho, não se preocupa. – Lucero forçou um sorriso com o rosto banhado de lágrimas. – Liga para a Morgana de novo, me preocupa a Isabela sozinha em casa.
Isabela estava escondida no piso do banco de trás do carro e achou que seria pior caso Morgana chegasse à sua casa e não a encontrasse, por isso resolveu se revelar.
− Eu estou aqui, não precisam se preocupar. – Isabela se levantou e se ajeitou no banco de trás.
Lucero e Manuel se assustaram. Como eles não pensaram que Isabela jamais ficaria quieta ou sumiria do nada sem que estivesse aprontando?!
− Garota, eu mandei você ficar em casa. – Manuel falou entredentes.
− Ai, papai, vocês não acham que eu perderia esse momento, não é? Além do mais, eu não quero deixar minha mãe. – Isabela abraçou Lucero por trás e ela acariciou seu braço.
− Quando chegarmos lá, eu vou ligar para sua tia ir lhe buscar. – Manuel suspirou.
Nesse momento, Lucero deu um grito alto sentindo outra contração forte e se contorcendo enquanto Manuel e Isabela faziam careta. Ele agradecia internamente por ter nascido um homem e não poder gerar um bebê e a menina pensava se deveria mesmo ter filho no futuro, pois se não estava legal ver sua mãe sofrer para dar à luz, ela se imaginava no lugar dela passando pela mesma dor.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Crime De Amor
RomanceLucero era uma policial, a melhor e mais requisitada de todo o batalhão. Contratada por Carlos Gómez, seu inescrupuloso chefe, para se aproximar do cantor Manuel Mijares, se casar com ele, roubar toda a sua fortuna e matá-lo em seguida, a bela tenen...