Capítulo 60

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MESES DEPOIS

Lucero e Manuel tentavam manter tudo dentro da normalidade, mas ainda assim sabiam que só estariam seguros mesmo quando Carlos fosse encontrado. O homem parecia ter evaporado da Terra, não o acharam pelos arredores do local do acidente e nem tinha vestígios de que ele havia se machucado, o que dificultava bastante a procura, pois se não fosse isso, talvez seria mais fácil de encontrá-lo sem que ele pudesse ir tão longe. No mais, tudo estava bem, Isabela continuava sendo uma mocinha bastante interessada nos estudos e obediente aos mais velhos e Manuelzinho, agora com um ano de idade, também era muito esperto e inteligente. O casal não tinha do que reclamar, se amavam cada dia mais e sempre demonstravam isso mesmo com a rotina bastante agitada. No trabalho, Manuel fazia cada vez mais sucesso e emendava um projeto no outro para não sair da mídia e Lucero estava para ser promovida a capitã, o que sempre foi um sonho em sua vida. Naquela noite, ela tinha acabado de colocar as crianças na cama e foi para o quarto, onde encontrou o marido deitado e lendo um livro.

− Ai, finalmente essas duas crianças dormiram. Manuel estava tão agitado que nem as musiquinhas para dormir conseguiram acalmá-lo. – Lucero suspirou, tirando o robe e se deitando.

− Eu não entendo porque você não me deixa ajudar. – Manuel largou o livro e encarou Lucero.

− Para você entrar na brincadeira e ninguém dormir nunca mais? – Lucero ergueu a sobrancelha e Manuel riu. – Não, meu querido, já é muito duro ter que manter uma rotina com eles. – ela também riu.

− Só tem uma rotina que eu gosto de manter. – Manuel ficou por cima de Lucero. – A de te amar a noite inteira. – ele a beijou com paixão.

Horas depois, Lucero e Manuel dormiam abraçados como sempre quando se acordaram com um barulho de algo caindo e se levantaram em um sobressalto. Todas as noites eles checavam as janelas e os alarmes da casa e estava tudo na mais perfeita ordem.

− O que foi isso? – Lucero perguntou.

− Você também ouviu? – Manuel perguntou ao mesmo tempo.

Lucero e Manuel se vestiram rapidamente.

− Eu vou checar o quarto da Isabela. – Manuel avisou.

− Eu vou ao do bebê. – Lucero puxou a arma do fundo da gaveta e guardou na cintura.

Desde que Carlos a levou apenas por ela estar desprevenida dentro de casa, Lucero nunca mais se separou da própria arma, apesar de sempre mantê-la longe das crianças. Lucero entrou no quarto de Manuelzinho e tudo estava como ela havia deixado, o bebê dormia com a janela trancada.

− A Isabela não está no quarto. – Manuel apareceu avisando.

− Era só o que faltava. – Lucero bufou. – Fica aqui que eu vou procurá-la. – ela deu um selinho em Manuel.

− Não, amor, é melhor eu ir.

− Manuel, o porte de arma aqui é meu. – Lucero ironizou, brincando com o revólver entre os dedos.

Manuel suspirou, coçando a nuca. Às vezes ele se esquecia de que não era casado com uma mocinha indefesa, mas sim com uma quase capitã do exército.

− Qualquer coisa, grita. – Manuel falou.

Lucero assentiu e procurou Isabela pelos cômodos de cima rapidamente, logo descendo correndo e se preocupando ao constatar que a menina não estava em casa e saindo porta à fora para procurá-la.

− Isabela! – Lucero chamou alto e continuou correndo pelo jardim.

Até que ao se aproximar do parquinho que Manuel mandou construir para os filhos, Lucero conseguiu ouvir a voz de Isabela e sua pele se arrepiou ao vê-la a poucos metros de Carlos. A menina tinha ouvido Spaw latindo e não pensou duas vezes em correr para ver o que era, mas se arrependeu de não ter chamado os pais no exato momento em que viu o pior bandido da face da Terra.

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