Capítulo 41

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Lucero se acordou horas depois em um lugar estranho, era um hospital diferente do que ia sempre no regimento e também não era o que ela foi para confirmar a gravidez, mas ela percebeu que estava vestida em um vestido branco e tomava soro, por isso se assustou, achando que algo tinha acontecido com seu bebê e tentou se levantar, mas Isabela correu e a segurou.

− Mamãe, o que está fazendo? Você tem que descansar. – Isabela voltou a deitar Lucero.

− Isabela, o que o médico falou? – Lucero perguntou com a voz trêmula.

− Só para você ficar em total repouso e que você está esperando um bebê. Por que não me contou que eu vou ter um irmãozinho? Desde quando você sabia? – Isabela perguntou com um sorriso enorme no rosto.

− Eu... Te respondo depois tudo que você quiser. Agora me dá um abraço? Eu preciso tanto de você. – Lucero falou com a voz embargada e estendeu os braços.

Isabela simplesmente abraçou Lucero que começou a chorar. Nem todas as lágrimas que já tinha liberado naquele dia foram suficientes para aliviar tudo que ela levava no peito, era tristeza por tudo que tinha acontecido desde a morte da sua mãe, raiva por Carlos ter lhe tirado todas as pessoas que ela amava, dor por cada pancada que sofreu e medo por não saber o que tinha acontecido com o bebê.

− Fica calma, eu estou aqui agora. – Isabela falou, acariciando o cabelo de Lucero e tentou soltá-la para olhar em seu rosto, mas ela não deixou.

− Não, fica aqui, não me deixa.

Lucero chorou por vários minutos até ir se acalmando aos poucos e Isabela experimentar soltá-la mais uma vez, segurando sua mão enquanto ela nem a encarava.

− Está se sentindo melhor? – Isabela perguntou cautelosamente.

− Eu estou, me desculpa. – Lucero fungou ainda sem encarar Isabela.

− Você não precisa pedir desculpas por chorar, você também é um ser humano e eu sou sua filha, estou aqui para te apoiar quando você precisar. – Isabela acariciou o rosto de Lucero devagar por conta dos machucados e a fez olhar em seus olhos.

− Você é o meu motivo de ter aguentado tudo e de estar aqui porque se não fosse você chegando em casa, eu nem sei o que seria de mim. – Lucero suspirou com os olhos marejados e abraçou Isabela novamente.

− Mas eu cheguei e o que importa é que você e com certeza o meu irmão também estão salvos. – Isabela beijou o cabelo de Lucero e a soltou. – Me conta o que está acontecendo. Quem fez isso com você? Por que não me avisou que voltou?

Lucero pensou se deveria contar mesmo tudo que aconteceu a Isabela, ela sempre temeu que a menina também a virasse as costas e ela jamais suportaria perder mais uma pessoa, ainda mais a filha. Mas a mulher foi salva pela entrada do médico.

− Olha, vejo que já se acordou. Como se sente? – o médico se aproximou e checou o soro.

− Bem, só com um pouco de dor, mas e o meu filho? O senhor deve saber que eu estou grávida. – Lucero falou preocupada.

− Foi a primeira coisa que detectamos nos exames e não se preocupe quanto a isso, seu bebê está ótimo, nada o atingiu.

Lucero respirou aliviada. Se perdesse aquele filho, nunca se perdoaria pelo momento em que aceitou a chantagem de Carlos e permitiu que ele entrasse na sua casa.

− Viu? Eu disse. – Isabela sorriu e Lucero retribuiu de leve, apertando sua mão.

− Mas como assim "quanto a isso"? Há algo de errado comigo? – Lucero voltou a encarar o médico.

Crime De AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora