8. Vilões

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Taehyung demonstrava o que sentia por Alice na maneira que a tratava. Aquilo era evidente para a brasileira desde o momento que eles se conheceram. Ele sempre se certificava de que ela estivesse confortável, não importava a situação. O moreno era aquele que oferecia palavras de consolo, que fazia o maior esforço para que tudo transcorresse de forma pacífica, mesmo quando as condições não permitiam.

Mesmo depois de meses juntos, Alice as vezes não esperava por tal comportamento. Já que com os fãs, frequentemente ele estourava e demonstrava não se importar tanto com certas opiniões. Mensagens apagadas no weverse eram frequentes. Seu rosto transparecendo desgosto em certas premiações era um assunto recorrente na internet. Mas ao lado dela, ele era seu protetor. Talvez por isso ela sentia tanta confiança naquele relacionamento. Ele nunca havia dado nenhum sinal de instabilidade perto dela.

Naquele dia, quando ela avistou da cafeteria todos os membros do grupo saírem do prédio da Hybe, um por um, sem que seu namorado fosse um deles, ela sentiu que algo estava diferente. Taehyung tinha o costume de se isolar quando algo lhe perturbava. Os rostos de insatisfação de cada um dos homens que desfilava em direção a saída já indicava que aquela reunião não tinha transcorrido como o esperado.

Alguns minutos depois ele ainda não havia saído, então Alice resolveu procurá-lo. Começando pela sala onde a reunião havia acontecido, ela vasculhou o andar onde acreditava que ele estaria. Passavam das dez da noite, então não havia ninguém mais trabalhando no local. De longe, ela viu as luzes da escada para o terraço acesas e logo concluiu que era ali que ele deveria estar. Taehyung fumava olhando a cidade iluminada pelas luzes da noite.

— Está tudo bem? — A voz dela o assustou.

Rapidamente ele apagou o cigarro e jogou-o em uma lixeira próxima a ele. Taehyung sabia que Alice não gostava de vê-lo fumando. Mesmo que em nenhuma ocasião ela tivesse reclamado do hábito, ele percebia que ela evitava beijá-lo quando ele o fazia. Por outro lado, a brasileira sabia que, quanto ele recorria ao cigarro, havia algo perturbando seus pensamentos.

— Fiquei te esperando na cafeteria, mas todos saíram e você não aparecia... — Ela continuou diante da falta de resposta dele.

— Eu precisava pensar em algumas coisas. — Pontuou enquanto ela se aproximava. — Você quer sair para algum lugar?

Ele não era de fazer convites repentinos. Taehyung sempre planejava seus encontros meticulosamente. Alice sabia que aquilo significava que ele tinha algo importante para conversar. Saindo do prédio da empresa, eles se dirigiram a um restaurante no centro de Seul. O horário era especialmente favorável, pois facilitava encontrar estabelecimentos menos cheios.

— Me desculpe por hoje, eu deveria ter checado se você estava indo com a equipe. — Ele disse no carro. Alice não imaginava que Jungkook conversaria com o moreno sobre o assunto. — Por sorte Jungkook ainda estava lá. 

— Pensei que você ficaria bravo. — Ela admitiu. Porém demonstrar ciúme não era do feitio de Taehyung. Ele era do tipo que guardava seus sentimentos ruins.

— Eu tentei te ligar. Confesso que fiquei um pouco frustrado, mas está tudo bem. — Finalizou. — Não há motivos para isso, certo? Já faz tempo demais. — Falou retirando uma das mãos do voltante e tocando nas mãos dela, que repousavam sob suas pernas.

— Certo. — Respondeu seca. Ele tinha razão, Alice não havia dado motivos para que ele se sentisse desconfortável com a proximidade dela e de Jungkook. Afinal, os dois mal se falaram nos últimos meses.

— Vocês fizeram as pazes? — Taehyung perguntou curioso. A briga dos dois era algo tão antigo que Alice teve que se esforçar para entender do que ele estava falando. 

Corações de Papel #2Onde histórias criam vida. Descubra agora