"Selenofilia"

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Esperava por Oliver no terraço enquanto sentia a brisa do vento.

- Lyn? - Ele aparece.

- Você veio.

- Não era mais fácil ter falado comigo ao invés de um bilhete?

- Era.

- E então...

- Eu não sou mal educada.

- E o que o terraço tem a ver?

- Eu precisava falar isso.

- Me chamou aqui só para falar isso?

- Não, eu ia te dar uma lição de moral e te xingar, mas começou a me fazer questionamentos e esqueci desse detalhe.

- E então...

- Então, o que?

- Não ia me xingar e dar lição de moral? - Se aproximou de Madelyn e olhou para a lua também.

- Perdi a vontade.

- Você é sempre impulsiva assim?

- Eu não sou impulsiva. Eu sou impulsiva?

- Acho que te falta um pouco de autoconhecimento.

- Eu também acho.

- Gosta da lua?

- Ela me atrai de alguma forma.

- Selenofilia, conhecida também como fascinação pela lua, talvez isso te defina.

- Eu não tenho uma definição.

- Se considera única?

- Você não?

- Se eu te considero única ou se eu me considero único?

- Isso importa?

- Gosta de responder perguntas com outras perguntas?

- E você não? - Sorriu.

- Qual a sua impressão de mim agora?

- Você me parece uma pessoa questionadora, inteligente e é bem curioso. E, qual a sua impressão de mim agora? - Madelyn cruzou os braços em cima do muro.

- Você é uma mulher com a cabeça de uma garotinha inocente que esconde como realmente é talvez por medo do que as pessoas vão pensar de você, então trata todos com ignorância.

Pela primeira vez Madelyn não soube o que responder, então acendeu um cigarro.

- Por que você fuma? - Perguntou ele.

- Tem que haver um motivo para fumar?

- Se não houver um motivo, então para que fumar?

- Nem tudo precisa de um motivo, não há motivos para estar falando comigo e continua falando.

- Por que não falar com uma mulher que parece simpática e toma whisky em um bar? Por que não ir até o terraço depois de ler um bilhete que parece ter sido escrito as pressas ou com raiva?

- Por que ainda não foi embora?

- Por que eu iria?

- Gosta de me contradizer?

- E você não? - Falou tirando o cigarro da mão de Madelyn.

- Devolve meu cigarro.

- Se não há motivos... - Apagou o cigarro no muro.

- Me devolve! - Tentava pegar de volta enquanto ele erguia o braço rindo.

- Te devolvo amanhã. - Guardou no bolso e saiu andando.

- Ei!

[...]

Impulsiva... Impulsiva... Impulsiva... Quem ele pensa que é? Meu cigarro... Meu cigarro! Quem... Argh. Me deixa sem palavras e me contradiz mais do que eu posso contradizer... Oliver... Oliver... Oliver... Quem é você? O jeito que ele faz as perguntas tão suavemente, sem ficar bravo ou irritado com a minha grosseria... O jeito que me faz pensar sobre mim mesma de maneira diferente... Por que estou a pensar nele? Quem é ele? Devo ter raiva? Devo ficar feliz?









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