"A essência do ser"

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O que somos? Somos tanta coisa, o que somos muda para cada uma das pessoas. Sou assim para um, assim para outro, mas nunca algo fixo, então o que sou? Quem sou? Sou apenas suposições para os outros e um segredo para mim mesma. Eu sou uma pergunta. Se sou um segredo, quero desvendar esse segredo, quero saber sobre o ser, mas não sei como. Não sei como ser, a questão não é quem sou como pensava que fosse, mas sim, o que é ser e como ser. - Surgia os pensamentos confusos de Madelyn embaixo do chuveiro.
Seus pensamentos são interrompidos quando ouve um barulho e vozes desconhecidas, desliga o chuveiro, pega o shampoo e sai de toalha do banheiro. Anda cuidadosamente apontando o shampoo para todos os lados como se fosse uma arma. "Se eu ver algum desconhecido por aqui vou espirrar esse shampoo nos olhos dele" - pensou.
De repente se depara com um garoto de altura mediana e cabelos claros que diz:

- Joaquim, você não me disse que tinha uma menina na sua casa. Oi... - Acena para Madelyn boquiaberto.

- Ah, essa é a minha irmã. - Aparece Joaquim no corredor.

- Meia irmã. - Corrigiu Madelyn.

- Vem Théo, eu já encontrei a bola de basquete!

O menino sai andando atrás de Joaquim.

[...]

Madelyn resolve andar pelo campo, era uma menina muito curiosa e queria explorar o local. Passou pelo portão velho e andou mato à dentro. Encontrou um lago e em cima dele uma ponte de madeira para chegar do outro lado. Subiu na ponte com pedrinhas na mão para arremessar no lago.

- Ei! Menina, essa ponte não é segura. - Disse o garoto loiro que a viu no corredor segurando o shampoo.

- Madelyn? - Disse Joaquim.

- O que acha que vai acontecer? Não vou cair no lago, me parece bem firme essa ponte - forçou o pé na madeira para mostrar que era firme, mas ao fazer isso seu pé afundou ficando com a perna presa entre a madeira quebrada.

- Parabéns! - Exclamou  Joaquim e começou a rir.

- Ajuda a sua irmã.

- Eu não consigo.

- Por que?

- Porque estou rindo muito para conseguir ajudar. - Falava em meio ao riso.

Théo se aproximou da ponte e subiu tentando ajudar a tirar a perna de Madelyn do meio da madeira.  Os dois ouvem um barulho de estalo e a ponte cai com os dois.
Joaquim gritou de rir quando isso aconteceu, pegou o celular e tirou foto.

Madelyn não sabia nadar e ficou sacudindo a mão no lago.

- Ai meu estômago. - Filmava a cena rindo.

Théo sai do lago e diz:

- Onde está a menina?

- No lago! - Falou Joaquim chorando de rir.

Théo corre e ajuda Madelyn. Os três voltam para casa e no caminho Joaquim ainda dava risada.

- Para de rir, idiota! - Théo se irritou.

- Eu filmei vocês, foi muito engraçado.

- Engraçado para quem? Só se for para você, babaca! - Madelyn pega o celular de Joaquim e joga no mato.

- Ei! Meu celular! Eu não tenho culpa que você é uma bocó. - Pegou o celular do mato.

- Para os dois!

- Eu te conheço de algum lugar... Meu Deus... Você é o... Fedelho! - Disse Madelyn para Théo.

- Fedelho? - Questiona Joaquim rindo.

- Como assim?

- Não se lembra? Roubou meu bolinho de chocolate na escola no 6° ano. Fedelho!

- Que? - Ria Joaquim.

[...]

Para Madelyn Théo era um fedelho, mas para Théo Madelyn era... Bem, isso se mostrará ao decorrer da história. Mas, temos uma essência para cada uma das pessoas, a essência do ser.

MBTI-INTJ: "Cérebros-mestre"Onde histórias criam vida. Descubra agora