"5 minutos depois"

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  Madelyn pensava sentada encostada na porta.

" Me desculpa, Oliver. Não é que eu não te queira, só não sei o que estou sentindo... É algo novo para mim. Tenho medo... Medo que se canse de mim e de todas as coisas que eu não falo sobre... Medo de estar te usando apenas para preencher o buraco que há em mim... Então, me deixe... Apenas me deixe. Que não dê tempo de dizer o que você sente por mim, vá antes que não consiga mais ir... Sei que me comporto como uma garotinha inocente, mas é porque eu nunca tive a chance de crescer... Queria poder te dizer essas coisas sem que você me achasse boba..."

Levantou e olhou para o cigarro... O que lhe restou foi fumar enquanto pensava que sua mente ia acabar te matando.
Saiu de seu apartamento, comprou uma garrafa de vinho no bar e foi beber no terraço.
Apontou o dedo para uma estrela. Lembrou-se do mito de Karen e olhou para o próprio dedo rindo de sua inocência na época - bebeu um gole de vinho da garrafa.
Ela subiu em cima do muro - já embriagada - e olhou para baixo, não queria pular, mas por um instante isso passou pela sua cabeça.

- Madelyn! - Ouviu um grito e passos que se aproximavam rapidamente.

Cambaleou e sentiu seu corpo caindo nos braços de alguém. A garrafa escorregou de sua mão e quebrou-se no chão.

[...]

Ao acordar, Madelyn olhou ao redor e não reconheceu o ambiente em que estava, era um quarto diferente. A cabeça doía ao tentar se levantar.

- Acordou. Bom dia? - Oliver entra pela porta do quarto.

- O que eu estou fazendo aqui?

- A senhorita bebeu uma garrafa inteira de vinho e foi para o terraço, ficou rindo sozinha apontando o dedo para o céu e depois subiu no muro quase caindo do prédio.

- Ah... Lembrei em partes... Por que eu estava rindo?

- Sério que essa é a sua única preocupação?

- E o que você tinha a ver com isso?

- Eu ia deixar você morrer?

- Como sabia que eu estava no terraço?

- Não sabia. Quando eu fui lá você já estava.

- Eu só me lembro de cair para trás e de alguém me segurando.

- Eu sou o "alguém". Aí depois tive que te trazer e não sabia onde te colocar então te deixei no meu apartamento e no meu quarto.

- Tirou os meus sapatos? - Olhou para os pés descalços

- Sim. De nada por ter salvado a sua vida. - Saiu do quarto.

Ela se levantou com dor de cabeça e um pouco tonta e andou até a sala.

- Ai. - Falou com a mão na cabeça sentando-se no sofá.

- Beba. - Oliver lhe estendeu uma xícara de café quente.

- Obrigada. - Pegou a xícara.

- Por que saiu correndo ontem? - Sentou do lado dela.

- E-eu... Eu não me senti confortável.

- Eu fiz alguma coisa errada?

- Não... O problema sou eu.

- Por que?

- Nada.

- Nada? Conversa comigo.

- Eu penso demais.

- O que você pensou que te fez sair daquele jeito?

- No que poderia acontecer depois.

- Em uns cinco minutos depois ou... Ai! - Com vergonha e nervosismo Madelyn derrubou o café quente nele.

- Desculpa... F-foi sem querer... Ai... - Dizia sem saber o que fazer.

Ele foi na cozinha buscar um pano.

- Oliver... Foi sem querer... Eu sinto muito. - Ia atrás dele até a cozinha com a xícara vazia.

- Tudo bem. - Se limpava com o pano.

- Eu... Bem, eu vou embora. - Colocou a xícara na pia e saiu andando.

[...]

Eu sou um desastre... 5 minutos depois...? 5 min... Minutos... Depois... 5 minutos... Oliver... Oliver?! E foi café para todo lado... - riu pensando no café derramado. - Desculpa... Ai que vergonha... O que eu faço agora? Ele está bravo? Ele vai falar comigo novamente? Oliver... Oliver... Oliver.

- Meu Deus... Meus sapatos! - Olhou para os pés descalços.

Ouviu o som da campainha, abriu a porta e...

- E aí, Cinderela? - Oliver estava segurando seus sapatos.

- Oliver...

- Quem mais? Não quer os sapatos? - Esticou os sapatos.

Quando ela foi pegar ele os ergueu para cima.

- Me dê logo, tenho que ir trabalhar.

- Pega. - Fala esticando eles ainda mais para cima.

- Me dá isso! - Pulou. - Oliver! - Tentava puxar seu braço para baixo.

- Aqui - entregou rindo, apertou o nariz dela e saiu andando.

Ela o observou descer as escadas e fechou a porta.



MBTI-INTJ: "Cérebros-mestre"Onde histórias criam vida. Descubra agora