- Sua tia me disse que achou a última consulta incrível, isto é curioso, pois não falou mais nada além de me contradizer.
- Por isso foi incrível, foi meu único momento de paz durante a semana.
- E o que tirou sua paz durante a semana?
- Os dias, todos os dias.
- Quer falar sobre os dias?
- Você já deve saber sobre eles, já que conversa com a minha tia.
- Não tudo, não sei de você, não sei com clareza.
- Não quero ser uma máquina ambulante de problemas banais, que para cada frase dita, será apresentada uma solução óbvia.
- O que você gostaria de dizer?
- Não gostaria de dizer.
- Então, como posso te ajudar?
- Não pode.
[...]
- Eu sei que deve estar sendo difícil, mas não quero que deixe de falar comigo, Madelyn - Disse Eva.
- E quem disse que já falei com você? No máximo te respondi, como agora, por exemplo. - Madelyn disse lendo um livro.
- Você é a pessoa mais amarga e rude que eu conheço.
- É para apontar os erros e defeitos uma da outra? Então, você é a pessoa mais sem noção e incoveniente que eu conheço.
Eva, saiu do quarto e foi se queixar com Edna, que logo, foi conversar com Madelyn:
- Madelyn, eu entendo que deve estar confusa e que foi afetada por muitas coisas só esse mês, mas não pode descontar os seus problemas nas pessoas ao seu redor. Estou fazendo o possível para te ver bem, acontece que eu também preciso da sua colaboração nisso.
- Devia ter me jogado daquele telhado quando tive a chance. Não quero ser um fardo para ninguém. Eu não faço questão de estar aqui.
- Acha que a morte é a solução? A sua dor pode acabar, mas é passada para as pessoas que continuam seguindo em frente, coisa que você deveria fazer, seguir em frente! Se acumular de rancor e agir como um bicho do mato não te leva a lugar nenhum.
- Não é fácil seguir em frente quando não se tem mais motivos para fazer isso.
- Querida, motivos...? O que são motivos...? Ninguém realmente tem motivos suficientes para seguir em frente, mas continuam seguindo, caso contrário é egoísmo.
[...]
A adaptação na escola nova não foi ruim, sua prima também estudava lá e estava tentando ajudar Madelyn a socializar com o pessoal.
A psicóloga de Madelyn, tentava entender o que tinha por trás dessa mente tão contraditória e pouco comum para a idade. Ela tinha consulta duas vezes por semana. Tinha chegado o dia de sua próxima consulta:- Como foi seu dia, Madelyn?
- Como todos os outros.
- E como são os outros?
- Chatos.
- Por que?
- Porque não possuem sentido algum.
- E o que os faz não ter sentido?
- A minha mente, talvez.
- No que costuma pensar?
- Em tudo.
- Me dê um exemplo.
- Por que mesa se chama mesa e não... copo?
- O que você pensa sobre si mesma?
- Eu não sei quem eu sou, sou um segredo... Uma dúvida... um porque...?
- Por que me dá respostas tão vazias?
- Porque eu sou vazia. Ninguém dá o que não tem. Mas, não sou tão triste assim, eu só estou cansada.
VOCÊ ESTÁ LENDO
MBTI-INTJ: "Cérebros-mestre"
NonfiksiQual é a visão de mundo de um INTJ? Saiba como essa personalidade rara que está entre nós se comporta, poderá reconhecer um perto de você com base em análises comportamentais. Neste livro você verá pontos de vistas contados por um INTJ. O que essa p...