𝐀𝐓𝐎 𝐈𝐈𝐈: o comensal tem seus segredos.

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"Sou como você me vê. Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania, depende de quando e como você me vê passar.
Clarice."

Yeji nos deu alguns minutos de descanso - e mesmo que a conversa com Jungwon estivesse ótima -, eu pedi licença a professora e fui até o banheiro. Minha playlist mudou de Red Velvet para uma romântica do SHINee, acabo não reclamando pois o vocal de Jinki se fazia
presente e eu precisava muito falar com
Heeseung.

Ao chegar naquele cenário, a primeira coisa que faço é me olhar. Vejo se meus fios de cabelo estão certos e arrumados, e após terna confirmação disso, dou pause na música e automaticamente vou para o contato de Lee.

A mensagem que eu mandei a ele explicava muito sobre o que estava acontecendo, além de ser normal e provavelmente Heeseung entenderia. Mandei um áudio de vinte segundos gritando, apenas isso.

Tenho a resposta de Heeseung uns três minutos depois, rapidamente clico nas mensagens.

Seungie: Oh, doido.

Qual é a do áudio?

You: Eu vou beijar o Jungwon.

Seungie: Mas ele não arrasta um caminhão pelo Jay?

You: Infelizmente, né.

Mas é na peça.

Ele será meu par.

Quando eu chegar em
casa, te ligo e explico melhor.

Não espero a resposta de Heeseung pois já havia se passado alguns minutos e eu ainda teria aula. Volto minha atenção para o caminho que eu tinha de fazer, dou play no meu aleatório e começo a andar.

Isso até o momento que eu vejo Sunghoon.

Estaria tudo normal se a situação não fosse, digamos, suspeita. Usava suas vestes costumeiras - o tal do preto que mais se assemelhava a um Comensal da Morte e parecia esconder algo. Ou talvez o local que eu estava mostrasse algo que não fosse. Sim, eu me escondi para focar na vida do Sunghoon. E sim, eu cheguei a esse ponto.

─ Mas, Hee. ─ escutei ele dizer num tom
mais baixo. Tive de me aproximar um pouco mais para entender o que ele dizia, e, de quebra, ainda tive de bancar o espião. ─ Tem certeza? ─ uma pausa de quase três minutos.

Sunghoon deixa um suspiro escapar por entre seus lábios. E que lábios. Foco, Sunoo.

─ Ok. Leve o seu tempo.

Arrumei a minha postura e tento agir do modo mais natural possível. Eu andava enquanto guardava o fone no bolso e acabei por esbarrar em Sunghoon mais a frente.

─ Ah, oi. Desculpa, eu não te vi aí. ─ falei meio sem graça diante dele. O mesmo abaixa o celular desligando a chamada, oculta o aparelho de mim e tenta sorrir. Ele é péssimo em fingir algo.

─ Está aí a muito tempo? ─ foi a resposta que tive.

Sorrio um pouco meigo para ele - já dizia
aquele desenho: sorriem e acenem, rapazes - apenas para manter as aparências e para que ele não soubesse que sim, eu escutei sua conversa misteriosa.

─ Claro que não, Comensal. Acha que eu
perderia o meu tempo prestando atenção em você? ─ comento como quem não quer nada.

Só que o que eu fazia agora ir contra todas as coisas que eu estava dizendo.

Sunghoon 1 x Sunoo 0.

Ele esboça um sorriso diferente dos demais que eu já tinha visto - vamos ser sinceros, eu já vi muitos sorrisos dele e esse era bem diferente. Se aproxima lentamente de mim fazendo com que eu recue alguns passos até o momento que sinto minhas costas baterem na parede. Oh, droga.

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