Capítulo 39 - Monte e Castelo

878 50 17
                                    

Penúltimo capítulo...

Ana Vitória tocava no quarto já escuro. Bianca havia pedido por isso assim que entraram e como Rafaella não era de contradizer sua polegarzinha decidiu acatar seu tímido anseio.

Suas mãos suavam como se fosse fazer algo pela primeira e confessava a loira que nem sequer na gênese de sua relação havia sentido tamanho arrepio na espinha. Era um medo gostoso que deixava o corpo trêmulo e confirmava em seu peito todo sentimento que, como dizia a letra, "adormecido e preservado na geleira do tempo".

Amavam-se tanto e as vezes tão escondido que esqueceram até de si mesmas. A negação era tão forte, a ignorância tão natural que todo mundo foi capaz de enxergar antes das duas. Mas era esse um dos resultados possíveis da colisão dos corações desatentos que as cantoras falavam, certo?

Quando o assunto é amor não há lá muita inteligência. Não há o maior dos investigadores, sequer cabe a autogestão dos sentimentos e sabe porque? Porque quando o coração toma conta os olhos se nublam de uma explosão que de pouco em pouco forma a figura do outro. Deixa de ser sobre si. Passa a ser sobre alguém. E então o controle se vai.

Com o olho de sua polegarzinha implorando um beijo em silêncio a princesa das flores tocou seu belo vestido que a havia feito perder o ar no início da noite. Tateou a alça, com a delicadeza de quem toca uma superfície com uma pena, e abaixando o rosto até o ombro desnudo beijou o lugar se inebriando daquele perfume.

— Rafa... — Choramingou a menor sentindo como o nariz afundava-se no moreno caramelo e perseguia o traço dos pelos eriçados de seu pescoço.

— Paciência polegarzinha... — A maior falou perto do ouvido conforme retirava com os dedos parte do cabelo negro, prendendo-o acima da cabeça. Com o colo exposto começou a distribuir beijos molhados pela região tomando cada suspiro como um cântico dos deuses.

As mãos, um tanto mais inquietas, direcionaram-se para cintura, abertura que conduzida por Bianca terminou com uma afoita mão sobre o traseiro.

— Nem rápido nem devagar — Bianca pediu. Como tudo na vida poderiam fundir sem pressa o melhor dos dois mundos. A suavidade de um movimento lento comparável a asa de uma borboleta abrindo-se após sair do casulo e a rapidez de uma leoa avançando sobre a sua presa. Duas situações igualmente possíveis da natureza. Dois momentos em que o destino se faz.

O destino, aliás, uniu as duas naquele abraço que traduzia o tamanho daquele sentimento que emocionava e causava um formigamento que saia do beijo de Rafaela no pescoço de Bianca e atingia a carioca de maneira encontrava-se totalmente arrepiada.

Depois de tudo a influenciadora só decidiu fechar os olhos e, aproveitando aquele contato, se apoiou no ombro da sua mulher que lambia e mordia a pele tenra, descendo e subindo caricias que ganharam o acréscimo das mãos.

Com elas na cintura da morena a loira aproveitou para conduzir a namorada, e futura esposa, para cama, onde deitou-se com um travisseiro sobre a cabeça e um na barriga. Não tinha ideia do que viria, mas naquela posição e com os beijos descendo cada vez mais conforme Rafa libertava seu corpo das roupas não tinha como ser ruim.

A mineira sabia bem o que fazia. Tirou o vestido de Bianca e deixou-se ficar com a respiração entrecortada pela morena nua em sua frente. Sua polegarzinha era perfeita em todas as suas formas, em cada centímetro que a tornava-a uma princesa perdida entre os reles comuns.

Tinha certeza que Bianca não era comparável aos normais. Não quando seu corpo ficava tão lindo assim nu. Sua pele parecia o mais suave dos lençóis, era como tocar um tecido moreno e agradável, viciante para seu tato e paladar. Por essa razão a beijava.

I'll give you everythingOnde histórias criam vida. Descubra agora