Último capítulo...
Há amores que duram toda uma vida e outros que duram apenas um minuto. Há pessoas que você sonhará ser para sempre e, como diria a música, o para sempre acaba. O amor não é um jogo simples, mas talvez as contradições que ele traz seja de fato o que alimenta a busca das pessoas por ele.
O amar não implica ser amado. Você pode doar tudo de si para alguém e, ainda assim, não receber o que espera em troca, terminando por abrir em seu coração a lacuna de uma ausência que nem sabia que existia.
O amor pode te dar tudo e, de um passo a outro, também tirar. Quando você pensa que ama e isso se torna sua vida a partida de um ente amado pode revirar todas as suas convicções, mas ainda assim o remédio também é o mesmo veneno.
É por isso que ao longo dessa história sempre se perguntou: Se você não tem coragem para amar para o que você tem? Pois amar é para quem sabe que se embebedar de alguém também pode trazer um afogamento, mas que não há vida apenas tocando os pés na margem.
Bianca e Rafaella demonstraram coragem. Tudo bem, todos concordam que na maioria do tempo não da forma mais rápida, mas o amor também é isso: É uma fruta que precisa do tempo certo para nascer, se desenvolver e ser colhida. E colheram.
Do seu amor colheram o mais belo fruto, um príncipe de cabelos negros e uma luz dourada que imperceptível iluminava todo um ambiente quando sorria abrindo-se as novas experiências que o mundo tinha para lhe oferecer.
Num dia foram os primeiros passos. Bianca quase infartou, mas Rafaella seguiu firme guiando o pequeno até que tivesse a autonomia de mover-se sem medo. Deu três e caiu sentado, mas sua gana era tão genuína que tentou o quarto e o quinto, se tornando hoje uma criança que adora correr.
Em outro foi provando comidas. Sabia que não gostava do melão, mas era tão fã de abóboras que suas mães questionavam sua saúde mental. Nada demais, porém, apenas uma criança descobrindo do que gosta.
Em um único aspecto não sobrava-lhe dúvidas: Tinha devoção por sua mãe. Não havia ocasião em que tivesse Rafaella num recinto e os olhos de Cris em outro lugar. Ele adorava sua mãe e, ao mesmo tempo, era amado com a mesma força, intensidade e direção.
Eram uma família feliz por isso e não que não houvessem problemas, os tinham, mas sobrava a vontade de ultrapassar qualquer obstáculo para um final que, não sendo um fim, era a porta de entrada para um lindo começo.
— E o parabéns vai rolar ou não? Preciso de um bolo, a criança está exigindo — Gi se adiantou em dizer no meio da festa enquanto todos dançavam animados. Cris fazia um ano hoje, era motivo de imensa comemoração.
— Eu quem deveria reclamar, afinal sou a grávida, mas me sinto ótima — Marcela disse acariciando sua própria barriga de quase nove meses enquanto repreendia a sua companheira.
— A criança no caso não era a nossa, mas sim eu mesma — Pontuou arrancando uma risada das pessoas. Essa era uma típica postura da advogada e talvez esses pequenos rompantes a tornassem o verdadeiro sol daquele jardim, sendo Marcela, sua lua. Nasceram para coexistir.
— Já vamos bater os parabéns, mas antes acho que temos um detalhe importante pela frente — Bianca disse e Rafaella por apenas um momento se questionou do que se tratava, sendo depois relembrada assim que viu Marcela ir e voltar com uma urna. Era a cápsula do tempo.
Há um ano atrás prometeram que no primeiro aniversário do menino seria revelado os seus segredos mais íntimos escritos em formato de carta. O que guardavam no coração, o que mais esperavam para depois, como imaginavam seu próprio filho. Estava tudo ali.
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I'll give you everything
FanficIn the darkest night hour I'll search through the crowd Your face is all that I see I'll give you everything Baby, love me lights out Baby, love me lights out