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PERIGO

Porra, que caralho eu tava fazendo. não é como se eu fizesse algo "certo" mas qual é, tava sentindo umas paradas estranha em beijar a boca do Lucas, eu não vou negar não tio, ele é bonito, bonito a beça, loirinho natural, branquinho, olho azul, corpo bonito, ainda com aquela bunda! fui lá e beijei mermo, ainda!

Mais que porra também, minha cabeça tava a mil com isso, vejo que ele desapareceu da minha vista e pego o radinho acionando ele, balanço a cabeça pra esquecer.

- Qual é, visão? que porra que tá acontecendo?

- Ae perigo, os cana' tá vindo por baixo, tão em dois bicho, da pra agilizar rápido, já mandei o povo ralar daqui, atividade total, onde tu tá? - Vai se fuder, eu faço o baile pra arrecadar dinheiro pra associação da comunidade, pra ajudar os moradores que precisa, e os de fora também pô, mando vim os cara famoso mermo, pra esses filho da puta vim estragar.

- Caralho, vai toma no cu, tô indo pelo beco 7, faz o procedimento que nem a gente tá testando agora, fechou? marca eles com tudo. - falo correndo pelo beco e vendo um cara vindo olhando pra trás e acerto nele na barriga, devia ser novato infiltrando.

- Certo, vou passar aqui, boa pra nois.- desligo o radinho puto e coloco na cintura.

Tava amanhecendo, tentei ir grudado nas casas mais avisto um e tento atirar nele mas ele foi rápido e se esquivou, continuei correndo trocando tiro, e o filho da puta acerta em mim de raspão, otário do caralho, vi que ele tava carregando a arma e acertei com tudo na cara dele, polícia bom é policial morto, certo rapaziada?

Avisto o Vt vindo, e parece aliviado quando me vê.

- Tá suave chefe?

- Só raspão tá tranquilo, depois vejo um médico daqui do morro, mas como que a parada tá?

- Wl disse que já coletou a farda de quem  provavelmente comandou a operação, porque se fosse aliado, teria avisado.

- Estranho pra caralho.

- Ainda! mas já tamo na boa, eles tão recuando.

- Manda soltar o fogos então caralho. - ele liga o radinho, e escuto os fogos sendo lançando pro alto e mais três de cada vez, era sinal que o complexo do alemão tinham ganhado mais uma vez.

Vt apontou pra moto do seu lado e peguei a chave da sua mão, indo pra boca.

[...]

- Já disse que eu não vou falar nada merda! - o cara na minha frente gritou, paciência tá esgotando já.

- Descobriu o que dele? - sai de perto dele, indo pro cara que era um vapor meu, hacker.

- Bem, quase nada mas ele tem uma filha de 3 anos e um de 7, o mesmo se chama Gilberto da Silva Ramos. - ergo a sombrancelha, não gosto desses bagulho de criança no meio de tráfico mas sorri de lado, já que ele não vai falar por bem, vai falar por mal, sem simpátia.

- Espero que já tenha feito.. - ele sorriu de lado e me entregou um tablet com um vídeo live e uns do meu vapor com a mãe da crianças e os dois do lado num sofá sorrindo.

- Gilberto, né não? eu vou te dar mais uma chance, fechou? ou você fala o porque tá aqui ou...- viro o tablet pra ele e o mesmo arregala os olhos, me encarado com ódio. - ... então? - ele demora um tempo pra falar e bufa.

- Foi o igor porra! o tenente do distrito 28 , satisfeito? solta eles, por favor..- sorri de lado e neguei com a cabeça. - Eu já respondi, o que cê quer mais?

- Caô, não faz sentido.. faz tempo que eu não mexo com ele.- Igor era um famoso tenente do rio, eu nunca consegui erguer um papo com ele e pô na namoralzinha, meu sonho matar esse desgraçado.

- Ele tá se juntando com o cobra - Ah, então era por isso, Cobra o famoso cobra pica rola, vulgo chefe da complexo da maré, mermão bagulho vai ficar louco agora.

- Pode liberar as crias e a mulher.- falo pro vapor. - Agora já você? ainda não sei.. - saio de perto dele e vou pro lado de um vapor que tava ali.

- Faz o que quiser com ele.- bato na suas costas e vou embora da salinha, indo pra minha casa, tinha esquecido do lucas em uma dos galpão, já que era o mais perto que tinha segurança na hora do tiro, e mandei levarem ele pra base dele, já era de noite já, de novo. Meu ombro tava doendo que só a porra e decidi ir lá nele, fazer a boa.

[...]

LUCAS

Passei a mão na boca de vagar, pensando no beijo do perigo, um beijo que porra. felizmente ninguém levou tiro ou algo grave no morro, fiquei um pouco no postinho e fui embora, depois que eu cheguei no lugar onde o perigo disse, parecia ser uma casa, mas não tinha quase nada, a não ser uma sala, parecia ser só um esconderijo, mesmo que a casa fosse linda por fora, sou interrompido com a porta sendo batida, vejo a hora no quadradinho do microondas e vejo que são 22:00 da noite, poxa eu só tava com vontade de fazer um brigadeiro! desligo o fogão, e a batida é mais forte na porta agora.

- Caramba, já vai inferno! - vou até a porta e abro me deparando com o.. - Perigo?

- Eai, tá tranquilo? da pra tu me ajuda aqui.. - ele sorri de lado e eu reparo no seu ombro sangrando, pela camisa do Flamengo branca, arregalo os olhos e o mesmo já vai entrando, ele sempre aparece nas horas mais estranha.

- Que merda aconteceu? - falo trancando a porta e indo pro móvel da tv, onde a mesma tava passando um filme da globo, e aonde tinha uma maleta de primeiro socorros.

- Qual foi, não tá meio óbvio não? - revirou os olhos.

- Claro que tá óbvio, como eu vou ajuda sem saber pra o que precisa? - retruco o mesmo.

- Levei um tiro de uns cana, foi de raspão, mas tá suave, se não quiser ajudar.- ele da de ombros e faz uma careta de dor.

- Tô vendo, tá fazendo até careca de felicidade.- ele me olha sério.

Vou até o sofá onde ele tá, abaixo um pouco a manga da blusa, e é...o negócio tá feio que nossa.

- Tira a blusa, não dá pra passar os remédios assim.- ele sorri de lado e tira de vagar, mas eu tenho que ajudar ele, reparo nas tatuagens, e umas marcas de feridas.

- Precisa de um balde?- Começa a rir, reviro os olhos e pego o algodão com antibiótico pra limpar o sangue, e a ferida, sinto seus olhos queimando na minha boca, respiro fundo e continuo a limpar, assim que termino, coloco o curativo e pronto.

- Ponto, se você ver que tá começando a ver sangue, tira o curativo, coloca o antibiótico no algodão e vai limpando, depois refaz o curativo.

- Ixi, acho que eu não consegui fazer essa parada não pô.

- Tudo bem, vai pro postinho que alguém te ajuda. - saio de perto dele e procuro um remédio pra dor.

- Tu não pode fazer?

- Não tô afim. - ele concorda e ficamos em um silêncio, resolvo quebrar o clima e pergunto o que eu queria perguntar.- Por que me beijou? não que seja algo da minha conta, você não é muito dos cara que pega homem.

- É, acho que não, eu só fiquei com tesão e fui lá, eu não sei dessa paradas não, nunca beijei um homem.- ótimo, um hétero curioso.

- Olha, isso aqui tá estranho, melhor você ir.- falei saindo de perto e o mesmo puxou o meu braço.

- Vai dizer que não gostou? - fico calado e me solto dele, entregando o remédio, e o mesmo pega - Quem fala concente, doutorzinho. - ele sorriu de lado.

- Toma o remédio só se sentir que tá doendo, dando pontadas. - falo com a paciência que eu não tinha, e ele assente concordando e saindo, vejo ele subir em uma moto, maluco doido.

- O seu ombro, idiota! - grito e ele da buzina desaparecendo, mais que filho da mãe!

[...]

𝗠𝗢𝗥𝗥𝗢 𝗗𝗢 𝗔𝗟𝗘𝗠𝗔̃𝗢 - romance gayOnde histórias criam vida. Descubra agora