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LUCAS

2 semanas depois...

Suspirei com tédio, hoje era sábado, de novo, devia ser umas três da tarde, tive folga hoje do postinho, mas infelizmente amanhã já estarei na correria, médico não tem nem um minuto de paz.

Fiquei vendo o jornal, e.. desisto. Desliguei a tv de novo e peguei a minha carteira, chave, celular e sai de casa fechando a porta. Queria conhecer mais aqui, ou melhor, comer algo, sorri de lado e lembrei do dia que fui com a Mari no açaí de alguma mulher.

Lembranças on.

- Mais me diz, você tem algo com o VT? - encarei a Mari, estávamos em uma lojinha de açaí, maravilhoso por sinal! e minha curiosidade não resistiu e perguntei pra ela, tá tão na cara isso. Vi ela arregalar os olhos, e sorri vendo que minhas suspeitas tava certa.

- Da onde você tirou isso, Luquinhas? - sorriu irônica, e eu sorri debochado.

- Por favor né, não vem com essas desculpinha que não vai rolar. - ela revirou os olhos.

- Tá, a gente até tem algo, mas sei lá sabe? ele não tem uma fama boa, principalmente com as putas daqui, e o pior é que ele fala que quer me assumir, mas ao mesmo tempo não, e porra! ainda vem querer meter o louco, que o Perigo não ia gostar, de ele tá se envolvendo comigo, que ele não ia querer alguém desse tipo pra mim, e que eu mereço mais, só que a vida é minha, cê ele não quer, tranquilo! por que não fala? eu já tô tão iludida. - suspirei, e terminei o meu açaí.

- Olha Mari, se ele te quer, ou algo do tipo que goste de você, ou já falou isso, ele deve ter um motivo pra não querer ter algo, e te assumir. E se agora você for conversar com ele, e não for pra dar certo, não deu né? - ela me encarou tristonha.

- É.. mas chega desse papo triste, hoje tem pagodinho daquele jeit-

- Não vou! - já falei de cara, última vez não deu muito certo..

- Pó Lucas, me ajuda né! - ela bufou e eu ri.

Lembranças of.

É cada uma, ri pensando na nossa conversa, enquanto andava na rua, quando comecei a chegar perto do açaí, vi aquele sorrisinho de lado, caralho, vou começar a ser Ateu, né possível!

Ignorei o mesmo, e fui até a lojinha do açaí, vi um menininho correndo até ele pegando-o de surpresa, sorri e vi que era o David, filho do mesmo, passei reto pra não atrapalha, e passei por eles, mas parei quando fui chamado.

- Titio Luca! - me virei e vi ele sorrindo com a boca roxa de açaí, sorri de volta e fui até ele abraçar.

- Oi! pensei que não lembrava de mim mais de mim.

- É claro que eu lembro! o senhor cuidou de mim lembra? - sorri, garoto esperto, quando eu fui pelas três vezes na casa da avó dele, ele tava na escola então não vi ele.

- Não se cumprimenta mais nesse morro? tá foda mermo.- revirei os olhos e sorri pro mesmo.

- Oi, boa tarde como vai? - ele sorriu de lado.

- Tô de boa pô, e tu?- perigo ainda continuo sorrindo de lado, dei de ombros balançando a cabeça e fui pedir meu açaí.

- Olá, boa tarde. - A senhora alegre falou comigo, provavelmente a dona.

- Oi! boa tarde, me vê um açaí de 800ml completo. - sorri de lado, tava muito calor que puta que pariu, ela sorriu e falou um "é pra já".

Olhei pra trás e o Davi e o perigo tavam sentados numa mesa de frente pra mim, me encarando, Davi me chamou com a mão com a boca toda melada de açaí e não resistir, sinceramente? talvez não seja uma boa ideia isso de eu tá me aproximando com o filho do perigo, principalmente depois do beijo.

Principalmente porque um,
eu nem sei quem é ele, tá que eu sei que ele é dono de um morro, mais enfim sei lá, e outra porque eu não sei que porra que tá acontecendo entre nós dois, ou se tem um "nós" dois, porque toda vez que eu passo por ele, e quando eu não consigo desviar, sinto seus olhos queimando em mim.

- Pai posso ir brincar no parquinho? - ele virou pro lado e olhou pro pai sorrindo, e o perigo acenou. - Tio Lucas, um dia você pode ir lá na minha casa brincar comigo? eu sempre venho pra cá, e dai Jajá vai ser meu aniversário também. - ele tagarela, jesus que criança apaixonante, eu sorri e concordei e ele saiu correndo, a pracinha era em frente o açaí junto com uma quadra do lado.

- Senta ai pô. - não queria mais sentei, ele ajeitou a cadeira e ficou encostado na parede, olhando pra pracinha e eu fiquei de frente pra ele, dona Margo tinha trago o açaí, e quando eu ia pagar o Perigo interrompe. - Deixa na minha conta ae Margo, suave? - ela sorriu concordando e saiu.

- Não precisava.

- Tranquilo, mas e ai, não te vi mais, tá me evitando? - ele me encarou com deboche, porque ele tinha que ser bonito?

- Na verdade, tô sim. - falei sorrindo, e comendo meu açaí, que delícia meu deus!

- Tá certo, posso saber o motivo? foi por conta do beijo, ou tá de neurose?

- Olha, não tô afim de conversar sobre, foi só um beijo, pra que isso? - ele sorriu e concordou se levantando.

- Jaé então, boa ai pra tu doutorzinho. - bipolar da porra.

𝗠𝗢𝗥𝗥𝗢 𝗗𝗢 𝗔𝗟𝗘𝗠𝗔̃𝗢 - romance gayOnde histórias criam vida. Descubra agora