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PERIGO

Sem neurose, meu filho é a melhor coisa que aconteceu na porra da minha vida, no começo eu fiquei acanhado, eu tinha acabado de tomar a pose do morro, tava na "emoção" que seria meu legado, e meti sem camisinha.

Me arrependo muito de ter perdido o nascimento, era raro pra caralho eu ver ele e foi assim até ele completar dois anos, porque eu descobri que o dinheiro que eu mandava pra ajuda com o muleke, a desgraçada da mãe dele usava pra se ostentar, fiquei puto se é louco, meti bala nela e fé.

Hoje meu menininho tá com seis anos, não queria que ele morasse comigo no morro por vários motivos, principalmente que poderiam ver ele como meu ponto fraco e me atingir, porra eu não mediria esforços nenhum pra acabar com o filho da puta que ousar mexer com ele, então ele morava com a minha mãe que me criou, fora do morro.

Estacionei o carro na casa que eu comprei, uns 30 minutos do morro, e sai dele, esperando o doutorzinho sai também, ajeitei minha arma na cintura por conta da coroa e do meu filho.

- Vai ser pra hoje, an? - falei apressado e o mesmo saiu me olhando feio, pô eu sei que errei, vou negar nada não, mas ah! que se foda.

Entrei dentro da casa que era considerado média classe no asfalto, com piscina e uns brinquedo no quintal, como balanço, pula pula pro meu filhote claro né.

- Já era hora Anthony, e quem é ele? - a mulher que eu chamava de mãe, de meia idade, tava no sofá com o David no colo, assistindo suas novelas da globo.

- Foi mal coroa - dei um beijo nela, e peguei meu filho, ele tava quente. - Esses o Lucas, acho que ele é médico.

- Eu sou médico! prazer senhora. - ele sorriu pra ela e a mesma comprimentou ele sorridente, deve ter gostado, e foi pra cozinha passar um café e um bolo, mas desviei a atenção pro meu bebê no colo.

- Papai eu tô dodói

- Eu sei filhão, o tio ali vai fazer você mais dodói, suave? - ele sacudiu a cabeça e olhei pro Lucas.

- Coloca ele no sofá, vou fazer checap de tudo pra saber se é febre ou virose mesmo. - faço oque pediu, e deito ele no sofá. - Oi.. como você se chama? - ele sorriu e se aproximou pra ficar perto dele.

- David Hariel. - ele tossiu. - e você? - olhou curioso.

- Uau que nome bonito em, que nem você! - ele fez cócegas nele e ele riu tossindo, até ri porque tava engraçado a risada dele.- Meu nome é Lucas, mas pode chamar de Luc! agora eu vou ver seu coração, tudo bem? - o David concordou com a cabeça e o Lucas colocou aquela parada no ouvido de ouvir coração.

[...]

- Olha, realmente é virose mas..

- Nossa! ele vai ficar bem? ele é difícil pra ficar doente, parece o pai teimoso que só.- ela ficou preocupada e eu revirei os olhos, mas fiquei quieto, tava preocupado de certa forma.

- Vai sim, fica preocupada não, só não de coisa gelada, e continue com alimentação saudável por pelo menos duas semanas, e a cada 5 horas der o remédio, até acabar, e o da febre só se passar de 39°, que ele vai melhora rapidinho. - ele deu uma procurada na maleta lá e deu duas caixas de remédio com as instruções.

- Obrigada anjo! fico até aliviada, essas crianças de hoje em dia só quer comer besteira que olha. - eles engatilharam uma conversa e como eu tava no sofá com o David deitado, comecei a me despedir.

- Davi, papai já vai, tudo bem? quando você melhorar eu te levo lá pra casa, suas férias tão chegando Jajá an, vamo jogar videogame, e fazer tudo que cê quiser, mas tem que obedecer a vovó, certo? - dei um beijo na bochecha dele.

- Sim!! eu vou ver a titia Mari? e poder comer açaí? - concordei com a cabeça, e ele sorriu cansado e feixou os olhos, fiz carinho nele até pegar no sono, e levei lá pra cima pro quarto dele.

- Tô indo já, tenho quer resolver uns assuntos, tá tranquila? - cheguei perto da coroa e abracei por trás.

- Tô menino, mas já? fica mais um pouco o bolo acabou de sair do forno e..- quando eu ia interromper, ela fala rápida. - Não falei com você. - sai de trás dela e fiquei bravo.

- Obrigado Eliana! o café tava ótimo mas tenho que ir, tô cansado, e tenho que ir trabalhar amanhã. - eles se despediram.

- Tô vendo mesmo, caô, qualquer coisa me liga, certo?

- Tabom Anthony, dirige com cuidado.

Sai da casa, e entrei no carro, esperando o Lucas entrar também, e comecei a dirigir pra ir pro morro.

- Olha, obrigado, tá ligado, não sei o que eu faria se ele tivesse pior, e me desculpa de novo, ce ajudou pra caralho aqui.

- Tudo bem, ele é um amor de pessoa, diferente de você.. - falou debochado, porra é foda.

- Se liga mermão. - ele riu e ficamo queto o caminho todo, foi confortável até.

𝗠𝗢𝗥𝗥𝗢 𝗗𝗢 𝗔𝗟𝗘𝗠𝗔̃𝗢 - romance gayOnde histórias criam vida. Descubra agora