A viagem se aproximava cada vez mais, e com essa aproximação os amigos começaram a organizar-se para não deixar tudo para a última hora.
– Vocês já pensaram em tudo que a gente vai ter que levar? – perguntou Augusto para ninguém em específico.
Os amigos estavam reunidos na casa de João Paulo, largados na sala apenas existindo, cansados de fazer listas e mais listas de tudo o que precisariam para duas semanas na praia sendo os adultos responsáveis por si mesmos.
– A gente não vai precisar levar roupa de cama nem toalha de banho e de praia. – disse Jade. – Eu falei com a vovó ontem e ela disse que tem tudo lá.
– Mesmo assim vamos ter que levar um monte de coisa. – reclamou Augusto.
Dos seis amigos, o estudante de medicina era o mais preocupado com as coisas. Tudo sempre precisava estar programado e organizado, senão ele dava pane. Os outros cinco não tinham ideia de como ele aguentaria passar todo aquele tempo na bagunça em que certamente fariam sem surtar e fazer todo mundo arrumar a casa pelo menos cinco vezes, mas era um risco que estavam dispostos a correr.
– Cara, relaxa que vai dar tudo certo. – falou João Paulo com seu jeito calmo que na maioria das vezes tirava todos do sério, afinal não era normal alguém ser tão calmo daquele jeito, principalmente sendo da mesma família de Jade. Ninguém naquela família era calmo. Aliás, quando eram mais novos, Jade tinha certeza que o primo tinha sido encontrado na lata de lixo, porque apesar das aparências físicas com o resto da família, João era o oposto de todos na questão de personalidade.
– Antes que o Guto surte, vamos fazer uma lista do que precisamos comprar no mercado. – disse Maria Fernanda. – A gente divide em coisas que nós podemos comprar aqui e coisas que vamos ter que comprar lá que podem estragar no meio do caminho. Vão falando as coisas que a gente pode comprar aqui que eu vou anotando.
– Miojo.
– Pão de forma.
– Macarrão.
– Água.
– Álcool.
Aquela foi, certamente, a pior ideia da vida de Maria Fernanda. João Paulo, Jade, Felipe, Nina e Augusto começaram a falar ao mesmo tempo, um por cima do outro e cada um falava uma coisa diferente, igual crianças.
– Será que dá pra vocês calarem a boca e falar um de cada vez? – perguntou Maria Fernanda. – Desse jeito não vai dar. Vamos começar de novo, mas eu vou chamar o nome de vocês e cada um fala uma coisa.
– Parece eu com os meus alunos no estágio. – falou Jade. – A única diferença é que eles estão no ensino fundamental e nós já somos maiores de idade há anos.
– E você não vê problema nisso? – perguntou Felipe.
– Só não vou responder como você merece porque não estou afim de brigar hoje. E porque o vovô e a vovó querem que a gente vá na casa deles hoje, acho que eles querem dar algumas recomendações pra gente.
– E você só fala isso agora, sua praga? – perguntou João Paulo.
– Eu esqueci, criatura. É normal esquecer as coisas.
– Será que a gente pode voltar pra lista do mercado? – perguntou Nina. – Senão a Mafê vai colocar só o que ela quiser e nós vamos passar duas semanas comendo pipoca de microondas.
– Pipoca de microondas é ruim. – resmungaram Jade e Felipe ao mesmo tempo.
– Bom, pelo menos vocês conseguem concordar em alguma coisa, mesmo que o resto de nós discorde de vocês. – falou Nina. – Já é uma grande evolução.
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Season of Love | Felipe Drugovich
FanfictionSeis amigos, um verão, uma casa de praia e festas. Nada para dar errado, certo?