12 | Um por todos, todos por um

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– Acho que agora nós precisamos voltar. – disse Jade se separando de Felipe. – Eles já devem ter ido dormir.

– Ah, não.

– O que foi?

– O Guto já deve estar roncando, então minha técnica de dormir antes que ele para não precisar ouvir a sinfonia foi pelos ares.

Jade caiu na gargalhada ao ouvir o que o piloto falou.

– Se te servir de consolo, a Nina deve estar esparramada na cama e não deve ter espaço pra mim.

– Nós pegamos os piores companheiros de quarto. – falou Felipe e Jade concordou.

Quando entraram na casa, as luzes estavam todas acesas, mas o silêncio reinava. Os outros quatro já deveriam estar no décimo sono.

– Eu duvido que eles já estejam dormindo. – comentou Felipe quando os dois pararam no meio da sala para observar o caos que tinha ficado para trás.

– O João deve estar em coma alcoólico, então a Mafê deve estar dormindo no meu quarto com a Nina, ou seja, vou ter que dormir na sala.

– Eu durmo na sala com você. – disse Felipe. – Se você quiser, claro.

Jade não falou nada, apenas deu uma risadinha e saiu andando em direção ao quarto que estava dividindo com Nina desde o primeiro dia da viagem. Quando entrou no cômodo, se deparou com as amigas dormindo esparramadas na cama, o que fez Jade suspirar. Ela teria que dormir na sala. Claro que poderia dormir no quarto dos avós se quisesse, mas aí Felipe não poderia dormir com ela, era a única coisa que os avós tinham pedido.

Devagar e em silêncio, a estudante de Letras trocou a roupa que estava, tomou banho, colocou seu pijama, escovou os dentes, pegou seu travesseiro debaixo da cabeça de Maria Fernanda sem que ela acordasse, e saiu do quarto em direção à sala enquanto respondia as mensagens que os amigos da faculdade tinham enviado mais cedo.

Jade estava tão distraída que não reparou na presença de um corpo parado em sua frente no meio do corredor, apenas quando já era tarde demais e seu corpo, pequeno, colidiu com o maior e, sem olhar para cima para ver quem era, a garota soltou uma série de palavrões.

– Se for ficar praguejando e me xingando tanto assim me mata de uma vez que é mais fácil. – disse Augusto e Jade precisou respirar fundo para não agredir o amigo de alguma maneira.

– Se você não ficasse andando por aí sem fazer barulho e quase matando os outros eu não te xingaria, inferno. – resmungou a garota. – O que você está fazendo acordado ainda? Todo mundo já foi dormir.

Os dois começaram a andar em direção à sala.

– Alguém precisava ter certeza que os dois alecrins dourados voltariam inteiros da praia. – respondeu o garoto com um sorrisinho de quem sabia mais do que estava demonstrando.

– Vai se foder, Guto.

– Por que você está com o seu travesseiro?

– Porque a Mafê e a Nina estão esparramadas na cama e não tem espaço para mim, então eu vou dormir na sala.

Alguns segundos depois Felipe surgiu na sala com os cabelos molhados, vestindo a calça do pijama e sem camisa.

– Vocês fazem de propósito, né? – perguntou Augusto.

– O quê? – perguntaram Jade e Felipe ao mesmo tempo.

– Tudo. – respondeu o estudante. – Mas agora eu estou falando do pijama. Não é possível que vocês não tenham combinado isso.

Season of Love | Felipe Drugovich Onde histórias criam vida. Descubra agora