8 | Lobo em pele de cordeiro

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– AHHHH!

Aquela foi a primeira coisa que Jade, Nina, Maria Fernanda, Augusto e Felipe ouviram ao acordar naquela manhã, e todos eles sabiam muito bem a quem aquele grito pertencia: João Paulo.

Felipe foi o primeiro a chegar onde o amigo estava e não controlou a vontade de rir quando viu João em cima de uma cadeira tentando ficar o mais longe possível de uma aranha que estava no chão ao lado da geladeira.

– Não ri da minha desgraça e mata logo esse monstro, pelo amor de Deus! – pediu o estudante de administração.

– Eu estou descalço, como eu vou matar? – perguntou Felipe.

– Isso é problema seu, eu só quero que ela morra.

João mal tinha terminado de falar quando ouviram os passos dos outros quatro amigos se aproximando e a voz raivosa de Jade.

– JOÃO PAULO, SE EU CHEGAR AÍ E VER QUE ESSE ESC NDALO TODO FOI POR CAUSA DE UMA ARANHA EU VOU TE MATAR!

– Boa sorte, cara. – disse Felipe. – Pelo jeito o bom humor de ontem não existe mais.

– EU OUVI ISSO, PRAGA!

– Não sou só eu que vou precisar de sorte pelo jeito. – comentou João. – Mas é sério, alguém mata logo esse bicho.

A essa altura já estavam todos os seis na cozinha. Nina e Maria Fernanda com cara de sono, Augusto e Felipe se divertindo mais do que deviam da situação, João Paulo em pânico em cima da cadeira e Jade parecendo pronta para matar alguém, e ninguém tinha dúvidas de que ela realmente poderia matar alguém.

– Desce logo dessa cadeira, João. – pediu Maria Fernanda. – É uma aranha minúscula.

– Mas ela pode me matar!

– Quem pode te matar sou eu, o máximo que a aranha pode fazer com você é te transformar no Homem-Aranha. – falou Jade, o que fez todos caírem na risada, risada essa que foi logo interrompida após a garota lançar um olhar mortal a eles.

Com isso, Jade saiu da cozinha e seguiu em direção ao quintal e à piscina. Os amigos sabiam que ela ia praticar um pouco de yoga para se acalmar, e sabiam também que funcionaria. Sempre funcionava. E eles estavam certos, porque meia hora depois Jade voltou para perto dos amigos totalmente calma, até sua expressão estava diferente. Só não estava diferente com Felipe, mas aquilo não era novidade, o que era novidade era a harmonia entre eles no dia anterior.

– O sentido-aranha já começou aparecer, João? – perguntou a garota quando encontrou com o primo no caminho para o quarto.

– Pelo amor de tudo o que é mais sagrado, não fala de aranhas perto de mim, eu imploro.

O medo que João Paulo sentia de aranhas era igual o medo que Jade tinha de cobras e de animais que voavam, principalmente pombas. A conclusão que os amigos e a família tinham chegado era que os dois, juntos, não formavam um, e bom, era verdade.

– Ei, prima.

– O que foi, João?

– Eu não esqueci daquela conversa que nós tivemos outro dia, viu? Eu ainda quero saber o que aconteceu entre vocês dois.

– Você vai ser a primeira pessoa a ficar sabendo quando eu quiser contar, João. Não tem ninguém em quem eu confie tanto, grandão.

– A recíproca é verdadeira, baixinha. – falou João Paulo dando um beijo na cabeça da prima.

*

Jade já estava com o humor perfeito quando ela e os amigos saíram de casa para ir à mais uma festa do cronograma de Nina e Augusto. Seu humor estava tão bom que nem reclamou de ir sentada ao lado de Felipe no Uber que os levaria ao local da festa.

Season of Love | Felipe Drugovich Onde histórias criam vida. Descubra agora