11 | A cuba-libre dá coragem

1.4K 127 123
                                    

Com o fim da viagem se aproximando, nenhum dos seis amigos tinha mais ânimo para sair de casa à noite e só chegar na manhã seguinte. Tudo o que eles queriam era paz, sossego e tirar a areia que sempre ficava grudada no corpo, não importava se eles tinham ido à praia ou ficado em casa na piscina.

Naquele dia, no entanto, o grupo estava determinado a fazer algo à noite, mesmo que não saíssem de casa, então, durante o dia, apenas existiram cada um à sua maneira. Jade terminou mais um livro da saga de Percy Jackson e começou a ler um que tinha ganhado de Natal de sua tia, Pessoas Normais, e não demorou muito para se viciar com a história e os desencontros de Connell e Marianne. Augusto encarnou o dono de casa que existia no fundo de sua alma e trocou todas as roupas de cama e banho da casa, além de lavar e pendurar as que tirou. Maria Fernanda e João Paulo passaram o dia na rua comprando algumas coisas para a noite de drinks que o sexteto tinha planejado. Nina aproveitou a tranquilidade da casa sem João fazendo escândalo por qualquer coisa para fazer um bolo de chocolate, com cobertura de chocolate e granulado por cima. Felipe passou o dia completamente perdido. Ele não sabia ficar sem fazer nada. De manhã saiu para correr na praia, na hora do almoço se apossou da cozinha e depois lavou toda a louça e, quando se conformou que não tinha absolutamente nada para fazer, foi assistir televisão na sala.

– Nós precisamos de uma foto de todos nós juntos para marcar nossa primeira viagem sozinhos como adultos responsáveis. – disse Nina à Guto enquanto os dois arrumavam a mesa que tinham montado no quintal para a noite.

– Se você conseguir fazer todo mundo se juntar e ficar quieto por cinco minutos, a gente tira uma foto.

Augusto estava certo. Por mais que os seis estivessem sempre juntos durante esses dias de férias, não tinham conseguido ficar parados sem provocações e piadinhas nenhum momento sequer para tirarem uma foto para mandar para os pais. Era praticamente impossível, sempre acontecia alguma coisa que atrapalhava o momento, fosse João fazendo graça ou a dupla dinâmica discutindo por besteira, mas naquele dia Nina estava determinada e ela tinha uma solução simples para conseguir a foto.

– Eu já sei como eu vou fazer. – começou. – Vou deixar todo mundo beber bastante primeiro, porque assim ninguém vai reclamar quando eu mandar todos se juntarem para a foto. Não vai ter briga hoje também, porque a Jade e o Felipe finalmente estão se dando bem. – Augusto não conseguiu discordar da amiga, porque aquele realmente era o plano perfeito. – Ah! Quase me esqueci. O álcool talvez dê uma forcinha pra dupla dinâmica se acertar de uma vez por todas.

– Hoje à noite a tensão sexual daqueles dois finalmente vai acabar. – comemorou o futuro médico.

– Não vamos comemorar antes do tempo, Guto. A última vez que nós comemoramos alguma coisa antes do que deveríamos, o Lewis perdeu o campeonato pro Verstappen. – disse a ruiva. – Aqueles dois são mais teimosos que qualquer coisa, nós nunca sabemos o que vai acontecer.

– O que vocês estão tramando? – perguntou Jade enquanto colocava alguns pratos na mesa, o que assustou tanto Nina quanto Augusto.

– Meu Deus, mulher. Isso não é coisa que se faça com os seus amigos. – resmungou o garoto.

– Nós não estamos tramando nada. – respondeu a ruiva. – Só estava contando pro Guto meu plano de embebedar todo mundo para conseguir uma foto decente de nós seis para marcar a viagem.

– Só não deixem o João muito bêbado perto da piscina. Não quero ter que ir para o hospital com uma criança de 21 anos com a cabeça rachada. – disse a garota antes de virar as costas e voltar para dentro da casa onde Maria Fernanda estava preparando algumas coisas de comer na cozinha.

*

A noite, desde que os amigos tinham começado a beber, estava sendo tranquila. Ninguém tinha dado bola para as piadinhas e comentários infames de João e a única discussão de Jade e Felipe tinha sido pelo violão que ele queria pegar e ela não deixou, mas em sua defesa, ninguém queria que ele pegasse o violão. Tudo estava indo perfeitamente bem, até o momento da foto.

Season of Love | Felipe Drugovich Onde histórias criam vida. Descubra agora