Meio Jimin

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ATENÇÃO - ALERTA DE GATILHOS, relacionados a abusos. Pessoas sensíveis não leia.

[...]

O loirinho parecia uma pessoa bem diferente daquilo que todos diziam, a contradição do que andavam dizendo para que o ruivo estava vendo era enorme. As pessoas tarjavam o Park como alguém extremamente mimado e que tinha dentro de si um sentimento bem egocêntrico também, isso para completar o que já foi citado anteriormente. E na universidade, ninguém tinha coragem de ser amigo dele por achar que se tratava de um dedo duro daqueles que diria tudo o que estava acontecendo, o que de mal era dito para o professor e posteriormente, uma encrenca enorme estaria armada para o lado do dito cujo.

Então ele vivia sozinho, cercado de livros e de qualquer coisa que lhe distraísse. Poucos ou quase ninguém tinha coragem de falar com ele e assim mal ouviam a sua voz. Aquela sensação de total receio e abandono não parecia lhe atingir visto que ele aparentava viver mergulhado em um mundo diferente. Era como ele vivia e por mais que não quisesse, era assim que era obrigado a permanecer. No fundo o ruivo sentia pena do loiro, mas também tinha medo de ser dedurado como diziam que ele seria. Naquele momento nada disso parecia ter importância e sorriso de Jimin era o mais verdadeiro de todos.

Andavam pela loja de colchões como se fossem os donos dali, olhando tudo e escolhendo exatamente o que precisavam, ou melhor, o que o Park necessitava, visto que o Jung achou bem caro o valor de algumas coisas e preferiu não adentrar muito esse mundo por causa de suas condições financeiras. Já seu companheiro de viagem pelo mar dos móveis estava bem animado para escolher alguma coisa e isso era notório, bem como sua indecisão que pairava no ar. Então ele realmente estava se fazendo necessário e querendo ou não isso lhe deixou feliz.

Fazia tempo que ninguém precisava de si genuinamente. Sem segundas ou quintas intenções sexual, apenas pelo prazer de sua companhia. Esse sentimento era bom e lhe deixava com uma vontade enorme de gritar de felicidade. O Park cantarolava baixinho enquanto lhe arrastava sessão por sessão e isso era bem reconfortante. Sua vontade era de gravar aquilo e mostrar ao mundo que Jimin era mais do que boatos. Porém não faria isso, não ainda. As pessoas às vezes só acreditam no que querem e podiam muito bem tarjar mal seu ato. Por hora ele viveria o momento e só.

— Meus pais se separaram há pouco tempo, eles ainda estão resolvendo algumas coisas e infelizmente querem que eu decida com qual dos dois eu vou ficar, isso como se eu fosse uma criança de três anos. – comentou enquanto passeava por perto de um novo colchão no qual se jogou sem se importar com a face nada agradável do vendedor. O ruivo não sabia se o loirinho compreendia que não se podia fazer isso, mas ficou em silencio o ouvindo falar. – No começo eles queriam que eu passasse por um psicólogo para que ele me ajudasse a lidar com tudo isso. O motivo, sabe? – o Park suspirou. – Tudo por culpa do motivo. – ele voltou a fazer o que fazia e seu tom de voz mudou de uma hora para outra.

— Você não é uma criança, certo? Não que adultos não precisem de terapia, eu mesmo se pudesse teria feito várias quando era um pouco mais jovem. – o ruivo ditou em tom brando, não sabia o motivo pelo qual a ajuda profissional fosse requerida, mas era importante perguntar antes de julgar. – Mas no seu caso, tipo... – ele não sabia como abordar aquilo. – Então o porquê disso? – o loirinho deu de ombros e pediu ao vendedor uma opção específica, perguntou se eles faziam entrega do produto e se dispôs a pagar aquilo no cartão de crédito.

— Eles acharam que eu precisava continuar sendo ajudado depois da violência que me aconteceu. – o ruivo parou onde estava. Aquilo era pesado demais para falar assim como se não fosse nada. Hoseok não era daqueles que tinha um nível absurdo de intimidade com o mais novo, na realidade eles mal se falavam. Conhecia-se de vista e como dito antes, por causa daqueles motivos... – O que causou a separação deles, o que os levou a se odiarem.

Quando um ruivo sai para curtir a noiteOnde histórias criam vida. Descubra agora