Fim da ida ao bar

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Taehyung não sabia quais palavras usar naquele momento, ou se ao menos conseguia dizer alguma coisa, isso porque sua maior preocupação era em não cair naquele chão em posição fetal e chorar de felicidade e de vergonha, isso por ser tudo o que ele sentia no dado instante, era uma mistura de constrangimento com alegria. Tudo isso por achar que a primeira coisa que aconteceria assim que passassem por aquela porta era um sexo violento sem nem ao menos saber qual a cor da cueca alheia. Mas não foi isso que aconteceu e algo dentro de si soube que estava diante da pessoa certa.

Pelo menos uma única vez.

Detestava ser chamado de amante, odiava a forma como todos acreditavam que ele não passava de um objeto que poderia e devia ser usado para prazer, apenas. Fossem nas mãos de homens ou de mulheres, não importava quem ou quando, tudo o que achavam que teria dele era apenas aquilo, sexo. Não era para a sua cama que as pessoas com quem esteve voltavam no final do dia, muito menos eram ao seu lado que estavam quando ele mais precisou. Ele chorou sozinho, riu sozinho, comeu suas comidas prediletas ao som das musicas que mais gostava, não teve com quem compartilhar os gostos mais intensos que eram guardados por sua alma. Ele pintou sua parede, decorou seu coração, fez de cada pedaço de estrela um novo quadro e dedilhou sobre seu corpo prazeres que ninguém saberia lhe dar. Dançou aos mais diversos sons, caiu e se levantou diversas vezes. Ele assistia a seus programas sem que ninguém compartilhasse uma opinião sequer consigo sobre eles. Tomou da sua bebida predileta e no, final de cada dia, achava um novo motivo para continuar vivo.

Ele estava sozinho.

Estava.

Hoseok estava ali para quebrar tudo isso, esse singular que se tornaria um plural.

Quando entraram no apartamento, o Jung segurou sua mão de uma forma tão pura e simples que lhe fez querer nunca mais soltá-la. Ele lhe sorriu de um jeito verdadeiro, como quem quer passar a ideia de que estava ali, por mais que fosse apenas conhecidos de horas, o azulado sentiu que havia algo diferente no toque daquele homem. A sensação foi tão boa a ponto dele se atrever a puxar o corpo alheio contra o seu e convidar o ruivo para um abraço que demonstrava intenções corretas, as mais simples e ternas para aquele momento.

Para o mais velho aquilo também era uma surpresa. Fazia anos que ele não ganhava um abraço daqueles, sem qualquer pingo de maldade. Certo que achou que fosse ter uma transa daquelas com o azulado do sorriso quente, mas quando viu um outro lado daquela forma inusitada de sorrir, algo dentro de si derreteu. Não foi uma questão meramente sexual e ele pode notar que estava indo alem daquilo que pintou para aquela noite. Era bom, ao passo que se completava com uma sensação de estranheza que era salgada ao paladar, mas doce para a alma.

— O que quer fazer agora? Podemos... – Taehyung sentiu a mão alheia escorrer para sua cintura, um peso foi se acumulado dentro de si. Aquela vontade de chorar que estava guardada dentro de si, lhe invadindo. Não era como pensou, ou era? Mais um engano? Não estava cansado deles há pouco tempo atrás? Decidiu que mandaria aquele homem embora de sua casa, caso ele não fosse dizer o que seu coração precisava. Estava cansado de satisfazer o seu corpo, esse o tempo leva já seus sentimentos não era qualquer coisa que alimentava.

— Admirar o teu sorriso. – o ruivo confessou rapidamente, as palavras saltando da boca sem filtros. – Não sei o motivo pelo qual estou tão meloso assim, eu juro que não sou sempre desse jeito, mas desde que te vi sorrir, sorrir de verdade, a minha maior vontade é de me deitar ao teu lado e ver o quão bonito pode ser a satisfação estranha de mirar um completo estranho feliz. – Era oficial, Hoseok nunca tinha pensado aquilo quando olhou para um alguém aleatória pela primeira vez. Era apenas com aquele azulado e sentia que seria somente com ele. – Será que eu estou ficando louco? – a pergunta era mais para si do que para o dono do apartamento.

Quando um ruivo sai para curtir a noiteOnde histórias criam vida. Descubra agora