O ruivinho pediu mais um lanche, dois shakes de chocolate e uma banana caramelizada. Isso mesmo já tendo comida demais em sua mesa. Ali já jaziam dois sanduíches que ele ainda não tinha tocado, frango frito, um Milk shake pela metade, uma salada, – que não fazia o menor sentido no meio de tanta gordura – um pratinho de doces açucarados, um prato de lamen – que também não combinava muito com o que já estava disposto, – uma Coca-cola grande e um copo de suco de laranja. Ter pedido mais comida foi um exagero. O ruivo se sentia mal por não estar pagando nada.
— Não se acanha, pode comer o que quiser e o quanto quiser. – disse por fim. O ruivo ficou um pouco encantado, admitia, por aquele sorriso doce e simplista vindo do rapaz que estava a sua frente. –Como já comentei, me chamo Jeon JungKook, mas pode me chamar de Kook como todo mundo me chama. – o ruivinho pareceu pensar por um momento. – Aliás, estão faltando cookies aqui. Gosta de quais? Prefere os de gota de chocolate ou os de baunilha com raspinhas de laranja? Pode acreditar em mim, esses últimos são uma delicia e você não dá crédito nenhum a eles.
Hoseok sorriu, achou que a gentileza do outro era tamanha que ele não podia deixá-lo se entupir de comida e ficar com uma dor de barriga enorme. Era mais velho – ou acreditava ser – por isso não deveria fazer com que aquele rapaz perdesse a linha. Aceitou ficar na mesa apenas para acompanhá-lo, lhe ouvir como uma compensa por estar lhe pagando uma refeição e posteriormente, quem sabe, não se tornariam amigos? Era algo a se pensar e o ruivo mais velho era bom com isso, fazer amigos sempre era divertido em seu mundo.
— Nada de mais comida, Kook. Eu duvido que eu ou você conseguimos comer o que já tem aqui. – o mais velho optou por se sentir de um lanche de carne com bacon. O Jeon deu uma risadinha adorável demais para resistir a vontade de apertar sua bochecha, e foi o que o mais velho fez, por mais que se arrependesse disso por ser um ato bem evasivo para se fazer, ainda mais por terem se conhecido a muito pouco tempo. – Mas você disse que tinha terminado uma relação, eu também e nem faz muito tempo assim. Se quiser comentar, eu vou adorar. E eu posso falar sobre a minha.
— Posso te chamar de hyung? Eu tenho apenas vinte e dois. – Hoseok tomou um gole do suco de laranja que parecia sozinho demais. Fez que sim e comentou que tinha vinte e cinco. Assim o mais novo pode continuar o seu relato. – Na realidade é o meu terceiro relacionamento terminado essa semana. – ele tomou um gole grande da Coca-Cola. Hoseok se assustou com aquilo e quase se engasgou com o suco. – Aqueles safados me iludiram legal. – suspirou. – Acredita que eles disseram que me aguentavam, que seria legal sair com alguém como eu e tudo mais só para depois terminar como se não fosse nada? Eu disse a eles como eu era e do que eu gostava.
Hoseok começou a sentir uma dorzinha no estômago lhe tomar completamente. Era aquela mesma dor que dizia que ele estava ficando em perigo ou se metendo em uma encrenca daquelas. Ele parou de comer, olhou para um lado e depois para o outro, viu que a porta da saída estava bem ali e que ele poderia correr a qualquer momento. Observou a forma calma como o mais novo comia e viu que ele não seria ágil a ponto de correr atrás de si.
Notou que os donos da lanchonete estavam por perto, isso por acreditar que aqueles eram os donos. Só havia mais um funcionário limpando uma mesa e ele não parecia ser mancomunado com o ruivo mais novo, por isso seria seguro para ele sair correndo sem ser pegue. Seu coração estava quase saindo pela boca tamanho nervosismo estava lhe abatendo. Onde é que tinha se metido? E o pior, porque tinha de estar se afogando tanto em curiosidade? Queria saber o que era aquilo e porque os ditos cujos não aguentaram o rapaz.
— Como assim eles? Porque eles terminaram e o que eles tinham de aguentar? – soltou de uma vez, já largando a comida e afastando um pouco a cadeira da mesa. Qualquer coisa era sair correndo e isso era fácil de fazer. O Jeon parou de comer também e olhou nos olhos assustados do mais velho.
— Não se preocupe, hyung. Eu sou um bom menino, eu não uso drogas, não bebo nada alcoólico e nem me meto com crimes de qualquer natureza. Meus pais sabem sempre onde eu estou e que eu adoro um homem. – o mais novo riu daquilo. Hoseok ainda estava assustado. Então o que podia ser.
— Olha eu também não tenho preconceito, ainda mais por ter namorado dois caras em vez de uma de uma vez. – não soube o motivo pelo qual soltou aquela informação, mas parecia bem o mais correto a dizer. Deu mais uma afastadinha na cadeira e olhou de novo para a rota de fuga que parecia bem segura. – E se você não é desses, então porque seus parceiros lhe deixaram? Você é dos que ama trair? – foi direto ao ponto que pensava, porém o outro riu e fez que não. E se não era isso, o que era? – a pergunta que não queria calar.
— Eu sou ninfomaníaco. – o ruivo abriu a boca em sinal de espanto. Como assim? Ele nunca tinha visto uma pessoa dessas. Na realidade achava que se tratava de apenas uma lenda urbana e que ninguém tinha capacidade de pensar em sexo vinte e quatro horas por dia e querer isso como se não houvesse amanha.
— Está brincando comigo! – disse sem pensar. Claro que era deselegante duvidar das pessoas, mas era o que lhe parecia, uma grande mentira. – Como pode ser isso, eu... Eu... eu não entendo. – estava prestes a explodir de vergonha e curiosidade também. Seria verdade o relato do rapaz a sua frente. – Me explica. Se você é assim, então me explica...
O ruivinho riu, mas não era mais aquela risada doce e simplista que o acompanhava em outrora. Essa parecia carregada de uma luxuria que fez algo dentro do mais velho se mexer inquieto na cadeira. Ele sentiu seu baixo ventre dar uma fisgada daquelas quando o olhar do outro não pareceu mais o mesmo. E quando se focou em si era como se estivesse sendo visto de forma despida. Ele engoliu em seco e sua curiosidade o obrigou a ouvir aquele relato.
— Vou te contar como funciona a mente de um ninfomaníaco. – ele suspirou.
“O ninfomaniaco vê sexo em todas as situações. Ele avalia as pessoas pelo que podem lhe oferecer de sexual. Melhor é quando o outro preenche por completo a sua ninfomania. Na ausência do todo, ele sexualiza as partes. Ele sempre está a procura de algo excitante. Ele pode sexualizar o sorriso de um. Pode se excitar com a voz do outro. Pode enlouquecer com os braços daquele. Pode vibrar com as pernas daquela. Enfim, qualquer pessoa só lhe é interessante quando possui algo de muito excitante. Ele não apenas olha as pessoas enquanto anda pela rua. Ele olha selecionando aquelas que o excitam. Seu olhar é o tempo todo muito ansioso – como se estivesse perdido algo muito valioso. Fixa apenas em quem mexe com seu desejo – como se só existisse aquela pessoa no ambiente. Em uma festa, ele passa o tempo todo contando o que faria na cama com aquele convidado específico. Ele não apenas vai ao dentista. Ele aproveita o tratamento dentário para se excitar com os dotes físicos do profissional. Ele não vê o filme. Ele vê o ator. Usa o almoço para devorar os frequentadores do restaurante. Ele torce muito para que alguém desejável assente ao seu lado no avião. A beleza do mar e a temperatura do sol é o que menos importa em um dia de praia cheia. Ele é capaz de comprar muitas vezes em uma mesma loja apenas para se deliciar com os dotes físicos do vendedor. Seu cabeleireiro além de ser um bom profissional é também alguém muito interessante sexualmente. “
Terminado o relato, o ruivo não sabia mais em que pensar. Estava mesmo diante de uma pessoa assim?
— É assim que eu penso e que vejo o mundo, hyung. E quando lhe vi passar por aquela porta eu vi uma possibilidade. Quando vi a cor dos seus cabelos eu enlouqueci por dentro, se você tocar aqui... – o mais novo levou sua própria mão ate o meio das pernas – poderá ver que está durinho. E só de imaginar o que você também tem entre as pernas dentro de mim eu fico babando. Eu te convidei para comer na esperança de que no final da noite você me comesse também. Eu não me importo que seja aqui ou não meio da rua. Eu posso ser...
— Espera garoto! – o ruivo mais velho se levantou. Seu coração palpitando dentro do peito. – Você acha que não precisava de tratamento? Que... – ele não queria ter chamado o outro de doente. Mas era quase assim que ele lhe parecia.
— Eu já faço. Meu psiquiatra diz que eu posso viver bem em sociedade e que hoje em dia está tudo bem. Mas ele também disse que eu vou aprender a controlar melhor meus desejos com o tempo e com os remédios certos. – o ruivo mais novo deu uma piscadinha para o Jung. – Bem, o que acha de me acompanhar essa noite? – sorriu muito sugestivo. – Prometo que vai ser inesquecível.
[...]
Se você quer que ele continue, vá para o capítulo 12
Agora, se quer que ele mude de rota, vá para o capítulo inicial e escolha outra saída.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Quando um ruivo sai para curtir a noite
FanfictionHoseok estava entediado, era um sábado a noite e ele estava de folga e tinha acabado de terminar uma relação a três que lhe rendeu mais dor de cabeça do que alegrias. Então porque não sair? Ele tinha algumas opções em mente e muitas possibilidades...