O amor é cego? || l.s

•20•

                 -Sim.

•

-Sim??

-Sim.

-O-ok.

-Ok.

E Louis levantou de seu sofá numa lentidão torturante saindo da sala em seguida. Seu coração batia tão rápido que parecia estar sendo bombeado por um ratinho entupido de açúcar em sua rodinha, ele mal podia acreditar no que tinha acabado de fazer.

Estava noivo de alguém que nem sabia o nome, alguém que não conhecia o rosto, e não qualquer alguém, um homem. Um homem o qual ele não conseguia tirar da cabeça um segundo se quer.

Ficou surpreso pela falta de medo nos sentimentos que a ideia causou, pensou que ficaria assustado, no entanto, ele sorriu. Pura e simplesmente, um sorriso sincero formou-se em suas bochechas e ele se quer ousou protestar contra.

Respirou fundo lembrando que agora era a hora da comemoração, entrar gritando na sala e receber tapinhas nas costas de tod- menos um...

2 não poderia estar na sala também, ou poderia??

Acelerou o passo em expectativa, quem não estivesse na sala era 2- não que fizesse alguma diferença descobrir sua identidade agora, mas mesmo assim- andava com tanta pressa que seus pés não pareciam capazes de acompanhar o ritmo. Aquele corredor nunca tinha sido tão longo.

Estava quase chegando, quase conseguindo alcançar a maçaneta da grande porta quando alguém da produção o parou.

•

Do segundo em que Louis deixou a cabine até o presente momento, a mente de Harry era apenas um branco, um eco esvaziado a vácuo- mesmo sabendo que sons não se propagam no vácuo, logo, é impossível que se tenha eco- Simplesmente não fazia sentido.

Ele o tinha pedido em casamento. ELE. O. TINHA. PEDIDO EM >>CASAMENTO!!!<<

Vê se ha nisso algum nexo.

Louis era hetero, jurava de pé junto ser, e agora isso?? Era alguma espécie de pegadinha?? Um castigo por ele ter ousado tentar mudar as regras???

Sua cabeça era uma bagunça de ansiedade e insegurança. Mau conseguia conter o sorriso no rosto ao pensar que Tomlinson era seu noivo, no entanto, essa felicidade só durou até ele lembrar que com certeza o mais velho já estaria arrependido, e se não, se arrependeria no segundo que o visse.

Era tarde demais para desistir??

Pra que ele foi naquele lugar para início de conversa??

Para se apaixonar por um homem baixinho de olhos azuis e passivamente assisti-lo quebrar seu coração??

Estava imóvel, simplesmente não conseguia se mexer. Não havia mexido um músculo se quer desde que aquela pequena palavra de três letras saíra desesperada de seus lábios como um grito de socorro.

"Sim".

Ficava ecoando em sua cabeça num zumbido insistente de um mosquito irritante que não quer te deixar dormir.

Em toda sua vida, nunca uma resposta foi tão certa, mas também, nunca nenhuma tinha sido tão assustadora.

De repente a porta foi aberta com cuidado e um jovem, pequeno com uniforme da produção, enfiou a cabeça por ela. Parecia com medo de se intrometer.