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            -Podemos ir? - um homem grande, com um sorriso gentil, interrompeu a atmosfera de silêncio para chamá-los.

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-Ah, claro- o azulado respondeu prontamente com um sorriso simpático, soltando a mão do noivo para se levantar.

Harry sabia que era bobo e sem sentido, mas a separação física o deixou envergonhado por acreditar que duraria mais tempo, tinha medo de nunca mais ter essa oportunidade outra vez.

Sentia-se decepcionado com sigo mesmo por não ter aproveitado o suficiente enquanto durou.

No entanto, assim que o azulado terminou de se levantar, esticou o braço em sua direção, oferecendo ajuda para que o outro fizesse o mesmo.

Não que o achasse incapaz de concluir tal tarefa, só não podia negar a si tal oportunidade de reivindicar de volta o calor da palma do mais novo na sua mais uma vez.

Algo brilhou confuso nos olhos do esverdeado, algo inseguro e temeroso, como se o ato de deixar que Louis o guiasse até o meio vertical fosse o mesmo que permitir que o guiassem vendado por um labirinto cheio de armadilhas.

Parecia desconfiado, levemente assustado e... perdido. Era algo novo, alguém demonstrar tanto cuidado a ele. Mesmo assim, estendeu a mão e aceitou o convite silencioso do noivo, realocando seus dedos compridos à pequena mão do azulado.

E juntos, foram atrás do guia, que explicava didaticamente o que fariam a seguir.

Harry estava torcendo para que Louis estivesse prestando atenção, pq ele mesmo só conseguia se concentrar no carinho distraído que o azulado distribuia no dorso de sua destra.

Chegando ao local, o homem alto parou indicando a entrada da trilha. O que logo animou o cacheado que já até tinha esquecido que a primeira atividade do dia seria uma caminhada romântica.

Ele amava caminhadas.

-É aqui que os deixo. Entenderam as instruções??

Mas nenhum dos dois tinha prestado atenção, pois igualmente a Harry, Louis estava ocupado demais explorando a textura da pele alheia para se concentrar em meras explicações.

Ao notar as expressões sincronizadas de confusão que o casal não conseguiu disfarçar, o guia soltou uma breve risada divertida e se repetiu de maneira sucinta.

-É só seguir as placas que não tem erro. A subida deve durar uma hora e meia. É uma trilha para iniciantes, então não acredito que encontrarão grandes problemas, mas qualquer coisa, basta assoprar esse apito- e entregou o objeto ao mais velho. - No topo da trilha temos uma surpresa pra vocês. Espero que gostem.- e se despediu com um sorriso bonito de quem sabia que estava sendo filmado.

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Já fazia uns 10 minutos que estavam na trilha e nenhum dos dois homens se dispões a terminar o contato. A cada passo se tornava mais difícil andar lado a lado, mas nenhum deles parecia disposto a desentrelaçar os dedos e andar só.

O suor já começava a escorrer pegajoso sobre as palmas tornando tudo mais difícil. A resolução do problema era óbvia, mas nenhum das partes queria ser a primeira a tomá-la.

Contudo, mesmo com relutância, o azulado soltou a mão do noivo dando passagem para que o maior fosse na frente, visto que este estava evidentemente mais entusiasmado com o exercício.

Tudo corria bem, até que, distraído por uma delicada gota de suor que corria atrevida da nuca do cacheado até o vão que os músculos de suas costas definidas faziam na camisa, Louis esqueceu de prestar atenção no caminha e tropeçou na raiz de uma árvore que sobressaltava da terra.

O amor é cego? || l.sOnde histórias criam vida. Descubra agora