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              Ele estava pronto?

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-ao...

A respiração acelerada não permitia que ele focasse a visão em algo específico, tentava  se concentrar no borrão colorido do painel a sua frente quando as palavras simplesmente saíram de sua boca como um grito desesperado, por mais que não passasse de um sussurro.

-N-não, não posso fazer isso Eleonor, me desculpe.

E saiu correndo.

Atravessou o corredor em questão de segundos, logo chegando a sala comum onde foi direto até o bar colocar uma daquelas malditas cápsulas de café em uma daquelas malditas máquinas.

Demorava apenas um minuto pra ficar pronto, mas, naquele momento, um minuto equivalia a uma eternidade. E o chão era martelado com tanta força e ritmo abaixo do pé do homem que sinto pena dele.

Quando a máquina finalmente terminou de fazer seu serviço, Louis apenas pegou a xícara e virou seu conteúdo dentro da boca sem pensar muito, como se fosse um shot de vodka ou algo assim. Ignorando o amargo, ignorando a temperatura, apenas apreciava a sensação do líquido descendo rapidamente por sua garganta.

Antes mesmo que terminasse de engolir já botava outra cápsula na máquina.

Mais um infinito de 60 segundos se recusando a passar, fazendo com que o azulado batucasse mais forte com o pe nos azulejos coloridos. Louis olhava pro chão desesperado tentando se concentrar em alguma coisa, mas sua respiração ainda insistia em ser inútil em levar ar ate seus pulmões.

O som seco do aparelho finalizando seu trabalho chamou a atenção de Tomlinson, que logo subiu os olhos até a xícara branca. Esticou o braço para alcançar seu tão precioso café, finalmente se dando conta do tanto que seus dedos tremiam, naquele ritmo seria impossível segurar qualquer coisa sem deixá-la cair ao chão. De repente notou que não eram só os dedos a executar aqueles movimentos teimosos e involuntários, todo o seu corpo o traia participando da dança. Logo, seus olhos cansados de ficar de fora, resolveram se juntar aos outros também, começando a lacrimejar de maneira absurda, ameaçando lançar lágrimas ao mundo sem autorização prévia.

A cada segundo ficava mais difícil respirar, e ele sentia que estava prestes a ter seus miolos espalhados na parede pelo estresse, ao mesmo tempo que seu corpo parecia se comprimir numa tentativa inútil de espremer os sentimentos para fora.

Ele estava tendo uma crise. A tão conhecida, depois de tanto tempo separados, finalmente ela voltara para lhe dar um beijo e ver como ele estava.

Percebendo o estado em que estava ficando, e temendo que alguém o flagrasse assim, foi se esconder no banheiro. Sentado no vaso, com a porta fechada e uma torneira ligada para que ninguém escutasse seus resmungos.

Poucos minutos depois, no entanto, alguém bateu na porta do banheiro e entrou sem esperar resposta, fazendo com que Louis prendesse a respiração na tentativa inútil de não ser descoberto.

Inútil pq 1.Liam estava ali com o objetivo de acalma-lo, ele o tinha visto pelas câmeras; 2. O azulado estava falhando miseravelmente em sua missão de ser silencioso.

Segundos se passaram, se tanto, e a torneira foi desligada. Tomlinson pode ouvir o som dos sapatos do homem contra o piso branco se aproximando da cabine em que ele estava escondido, até que pararam.

O amor é cego? || l.sOnde histórias criam vida. Descubra agora