6. ALEXANDRE

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O Alexandre entrou de rompante na minha vida dois meses depois de eu ter conhecido o Miguel. O Miguel apresentou-mo na discoteca que serviu de pano de fundo à intensidade da nossa relação e eu percebi logo que estava condenada.
- Como é que é mano? - O Miguel cumprimentou o Alex ao mesmo tempo que me empurrava em direção à mesa onde o seu amigo estava sentado. Eles trocaram um aperto de mão e depois o Miguel apresentou-me ao seu amigo - Alex, esta é a Eva, a minha miúda. - Eu sou a sua miúda!
- Vejam só! E que bonita que ela é! Saiu-te a sorte grande, meu! - senti-o examinar o meu corpo de cima a baixo. Senti a intensidade dos seus olhos verdes pousar sobre a minha minissaia preta e subir até ao meu decote. Senti um arrepio, senti nojo, senti uma enorme vontade de desaparecer.
- Querida, podes ficar aqui com o Alexandre enquanto eu vou pedir bebidas para nós? - NÃO! NÃO, NÃO ME FAÇAS ISSO, POR FAVOR!
- Claro. - Acabei por responder - Pede um mojito para mim, por favor. - Ele deu-me breve beijo e foi em direção ao bar. E eu quando dei por mim estava numa mesa redonda, minúscula, sentada ao lado do Alexandre.
- Então... Eva... Parabéns... conseguiste conquistar aqui o coração do Miguelito... Mas sabes? - ele começou a aproximar a sua boca da minha orelha e a sua mão descer para o meu colo. Tentei impedir, mas ele simplesmente não deixou, ele simplesmente me magoou ainda mais - Isto foi tudo uma aposta... Eu estava naquele bar, naquela noite... Nós apostámos que tu ias ser fácil... Que tu ias cair que nem um patinho... - as palavras dele eram geladas, insuportáveis... A mão dele estava cada vez mais próxima da minha intimidade e eu só queria fugir... Mas eu enchi-me de coragem e respondi-lhe à letra, antes de me levantar e ir embora, não aguentava mais:
- Sabes Alexandre... Eu posso ser fácil, mas é muito difícil arranjar raparigas como eu... - ele começou a rir-se - Porque a maior parte das raparigas já está habituada a lidar com rapazes porcos como tu, que só se sentem bem a destruir a vida dos outros e que não têm onde cair mortos. Mas eu espero que tu caias num poço bem fundo e morras depressa. - Reparei que ele. Ficou perplexo e que o Miguel se estava a aproximar com as bebidas, mas mesmo assim cortei caminho entre as pessoas, encontrei a saída e corri o mais depressa que pude em direção à minha casa. Mas durante muito tempo ouvi o Miguel aos gritos, a pedir desculpa pelas atitudes do "amigo", a pedir-me para voltar. Mas eu não voltei. Nunca mais voltei a meter os pés naquela discoteca.

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