7. AS DESCULPAS

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Não dirigi a palavra ao Miguel durante uma semana. E durante essa semana, todos os dias, recebia uma mensagem sua com um pedido de desculpas. A verdade é que, por muito que ele tente, nunca conseguirá o meu perdão pelas atitudes deploráveis do seu amigo. E pelas atitudes deploráveis que ele tem comigo sem dar conta.
Mas, apesar de tudo, o meu coração estúpido continua a amá-lo. Mas preciso de fazer algo por mim mesma, porque me sinto na lama e estar ao lado dele, embora me deixe bem, é tudo o que eu não quero.
Ao nono dia, estava eu a ir para casa depois de sair da escola, fui puxada por alguém totalmente vestido de preto, que me encostou à parede de um beco sem saída. O mesmo beco. A mesma pessoa. Ele.
- Larga-me! LARGA-ME! - ele tapou-me a boca com a mão e olhou para os meus olhos com uma expressão suplicante
- Eva, deixa-me falar contigo. Por favor. Só cinco minutos. Depois deixo-te ir. - a voz dele implorava por perdão, implorava por mim. Eu suspirei e abanei a cabeça afirmativamente. Só. Cinco. Minutos. - Por favor. Desculpa-me. Desculpa o Alexandre. Ele não foi bom para ti e sei que eu também não tenho sido grande coisa. Tenho sido uma merda contigo e tu não mereces, porque não fizeste nada de mal. O problema é comigo. Eu quero ter algo bonito e sério contigo, quero um compromisso... quero que me ames, que não tenhas medo... Mas não sei como... - ele estava à minha frente, a chorar que nem um bebé e eu não sabia como reagir... Eu soltei-me das minhas amarras, respirei fundo e voltei para os seus braços.
- Tem calma... vamos ficar bem... vai ficar tudo bem... vamos amar-nos... - tentei tranquilizar a sua alma cheia de medo, deixei que ele repousasse a sua cabeça no meu peito. E ficámos assim, a absorver o cheiro um do outro. Unidos de novo pelo perdão.

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