Capítulo 12

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Gigi

Após terminar o meu horário de trabalho despeço-me dos meus colegas e saiu da esquadra. Enquanto ando até casa recebo uma mensagem do Justin a dizer que está em casa e que precisa de falar comigo, não consigo evitar de revirar os olhos.

Como de costume vai fazer o típico discurso de arrependimento e pedir-me mais uma chance. Mas para mim basta. Já não consigo dar-lhe mais chances ou perdoá-lo, ele nunca irá mudar e eu não posso ser hipócrita ao ponto de estar num casamento, se é que lhe podemos chamar disso, com um homem como ele sendo que o meu trabalho é prender homens como ele.

De certa forma forma esta mensagem veio em ótima altura, está na hora de pôr um fim á minha tortura psicológica e meter o Justin na rua, se ele precisa que "alguém o ajude a ser uma pessoa melhor" como ele mesmo diz que se faça á vida e vá procurar um psicólogo. Ele vai sair de casa e vai ser esta noite, se formos a ver não sou eu que tenho de fugir, ele é que têm de sair, o apartamento já era meu antes de casarmos. 

Em alguns minutos estou em frente do prédio, respiro fundo uma última vez e preparo-me mentalmente para o que vou fazer.

Mal abro a porta o cheiro a tabaco deixa-me enjoada. A mesinha da sala está cheia de garrafas de cerveja vazias, o cinzeiro cheio de beatas de cigarros e a TV ligada no canal de desporto aos altos gritos. 

Pouso as chaves e ando até ao centro da sala para desligar a TV. - Justin, onde estás?! - grito para que ele me oiça.

Oiço os seus passos no corredor, ando até ao cabide e penduro o casaco e mala. Ao virar-me para a porta do corredor encontro os seus olhos vermelhos, quando se aproxima noto que além de bêbado também está com uma expressão zangada.

- Temos de falar Justin e desta vez vais-me ouvir até ao fim. - digo indo até ao centro da sala.

- Do que é queres falar exatamente? - pergunta colocando-se em frente da porta.

- Entre nós os dois não funciona, eu já cheguei ao meu limite. - digo vendo a sua expressão mudar de apática para assustada. 

- O que...o que é queres dizer com isso? Qual limite? - pergunta assustado.

- O que é que eu quero dizer com isto? O que é que tu achas que eu quero dizer com isto Justin? Não percebeste ainda? - pergunto sarcástica.

- Não. - diz baixo.

Se não fosse uma conversa séria eu ria-me da sua estupidez, mas em vez de me divertir só me está a irritar .  - O QUE EU QUERO DIZER COM ISTO É QUE VAIS AO QUARTO AGARRAS NAS TUAS COISAS E SAIS DESTA CASA AINDA ESTA NOITE! - grito irritada.

- Só podes estar a brincar... - rebate indignado.

- NÃO EU NÃO ESTOU A BRINCAR! ESTA CASA É MINHA, JÁ ERA MUITO ANTES DE NOS CONHECERMOS ENTÃO NÃO TENS DIREITO NENHUM A RECLAMAR! - GRITO FURIOSA.

- EU NÃO SAI DAQUI! EU SOU O TEU MARIDO E SOU EU É QUE TE SUSTENTO! - GRITA IRRITADO.

- POR AMOR DE DEUS JUSTIN TU NEM TE SUSTENTAS A TI PRÓPRIO! QUEM PAGAS AS CONTAS SOU EU! O DINHEIRO QUE TU GASTAS COM TODOS OS TEUS VICIOS É O QUE ME ROUBAS! - rebato fuiosa.

Como pode alguém ser tão hipócrita. Ele nunca sequer pagou uma conta da luz ou água, todo o dinheiro dele é roubado de mim.

- EU NÃO VOU A LADO NENHUM! - grita irritado.

- VAIS SAIR DAQUI AGORA NEM QUE EU TENHA DE TE ARRASTAR! E AMANHÃ VOU FALAR COM UM ADVOGADO PARA COMEÇAR A TRATAR DO DIVÓRCIO! - grito virando costas.

Sinto uma mão apertar o meu braço e puxar-me para trás.

- NÃO VAIS FALAR COM ADVOGADO NENHUM PORQUE NÓS NÃO NOS VAMOS DIVORCIAR! - grita apertando o meu braço.

- TU A MIM NÃO ME DÁS ORDENS NÓS VAMOS DIVORCIAR-NOS E TU VAIS DESAPARECER DA MINHA VIDA! TU NÃO PASSAS DE UM EMPECILHO NA MINHA VIDA, NÃO PASSAS DE UM INÚTIL E MERECES ESTAR ATRÁS DAS GRADES! - grito furiosa.

No segundo seguinte sinto a sua mão atingir o meu rosto com força. Mas como se não bastasse sinto o meu corpo ser empurrado para o chão e logo em seguida sinto o seu peso em cima de mim.

Começo a debater-me enquanto o verme tenta atingir-me, fúria estampada no seu rosto.

Como se alguém ouvisse as minhas preces a porta do apartamento é pontapeada com força, assim que é aberta dois polícias entram com as armas nas mãos. Para minha sorte ou azar, ambos são colegas meus, inclusive a minha nova chefe é um deles.

- MÃOS NO AR! - grita apontando a arma para a sua nuca.

- SAIA DA MINHA CASA! - grita o imbecil.

- SOLTA-A OU EU DESPARO! - grita irritada despertando a atenção do imbecil para si.

- META-SE NA SUA VIDA! ISTO NÃO LHE DIZ RESPEITO! - GRITA IRRITADO.

Antes que ele possa voltar a sua atenção para mim pego no jarro sobre a mesinha e acerto-lhe na cabeça ouvindo-o grunhir de dor.

Antes que possa reagir acerto-lho uma joelhada entre as pernas, o que só o faz gemer mais de dor e empurro-o para lado. Sem perder mais tempo, levanto-me e corro para trás do sofá.

Quando já se estava a levantar Danai não perde mais tempo e corre na sua direção colocando o pé sobre as suas costas e deitando-o de volta no chão.

- Quieto! - diz guardando a arma e tirando as algemas.

Um outro polícia, também um dos meus colegas, entra no apartamento olhando para tudo com uma expressão confusa. Quando os seus olhos param em mim, a sua expressão passa de confusa para assustada e ao olhar para o traste passa para surpresa e indignada.

- Eu quero apresentar queixa contra ele. - digo apontando para o verme.

- Ainda bem. - diz sorrindo. - Levem este verme para a esquadra, metam-no numa sala de interrogatório. - diz empurrando-o para os agentes.

- Sim senhora. - dizem agarrando-lhe os braços de forma rude enquanto ele luta para se soltar.

O imbecil olha para mim com uma expressão furiosa. - VAIS PAGAR POR ISTO MINHA CABRA! - grita enquanto os agentes o arrastam para fora.

Sinto os olhos da Danai sobre mim, nenhuma das duas diz nada. Em segundos sinto lágrimas escorrerem-me pela face ao que a mesma responde por vi até mim e puxar-me para um abraço.

{...}

🤔Então amores o que acharam deste capítulo?

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Beijo da Key🗝

Gangsta || (Zigi) ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora