Gangsta || (Zigi) ✔

Capítulo 14

Após chegarem ao hospital, a detetive falou com médico de serviço apresentando-lhe o caso e explicando-lhe a situação. Em alguns minutos o mesmo levou Gigi para uma das muitas salas de exames, entregando-lhe uma bata branca e pedindo que esperasse pela enfermeira que havia sido designada para analisá-la e fazer alguns testes mais íntimos.~

 Nesse tempo, o homem fez algumas perguntas básicas para a ficha médica, em seguida a detetive entrou com um bloco e caneta nas mãos fazendo-lhe também algumas perguntas básicas sobre aquela noite. De inicio ficou relutante em responder, até porque o médico se encontrava presente, mas isso era uma necessidade, para que pudesse colocar no seu relatório que tipo de exames ou testes seriam precisos. Além do mais as perguntas eram básicas, já que a detetive lhe havia garantido, quando chegavam ao hospital, que as perguntas íntimas sobre o relacionamento abusivo seriam feitas sem presenças masculinas. 

Uma batida gentil na porta despertou a atenção de todos. - Boa noite, eu vim tratar da paciente. - explica a enfermeira, dando um sorriso gentil.

- Claro entre, fique á vontade. -diz o médico. - Bom eu já tenho tudo o que preciso, vou fazer o relatório médico, e já lhe entrego uma cópia. - diz tirando os olhos de Gigi e pondo-os na detetive.

- Obrigado doutor, eu vou ficar por aqui mesmo então depois não precisa de andar a correr atrás de mim. - diz apertando-lhe a mão.

- Boa noite. - diz acenando em despedida e saindo do quarto.

A enfermeira prepara sobre a pequena bancada ao lado da cama, todo o material que irá precisar, inclusive uma máquina fotográfica. - Isto não vai custar, é só para termos a certeza de que está tudo bem contigo querida. - diz num tom sereno e sorriso gentil.

- Eu só estou um pouco ansiosa. Mas já passa. - diz dando de ombros.

- Bom eu estou lá fora á espera, depois volto para recolher o depoimento. - diz virando-se para sair.

- Espere. - chama, antes que Danai possa alcançar a saída. - Eu preferia que ficasse, eu prefiro contar tudo enquanto faço estes exames, vai ser mais fácil. - pede entreolhando para as duas mulheres.

- Por mim tudo bem... - suspira com incerteza. - Para si está tudo bem? - pergunta á enfermeira.

- Eu não me importo é como vos der mais jeito, e isso também não me vai atrapalhar em nada. - diz dando de ombros.

As duas prepararam-se e após alguns minutos em silêncio, enquanto a enfermeira fotografava e procurava por mais nódoas negras ou hematomas pela pele pálida de Gigi, esta relatava á detetive Danai tudo o que havia passado nas mãos de Justin.

Desde o abuso físico e psicológico, até ás ameaças á sua vida e á da sua irmã, Bella, que nem sequer vivia na mesma cidade.

Falou também dos ataques de fúria e das bebedeiras, e que não o tinha denunciado ainda por conta do medo do que ele pudesse fazer em resposta.

Revelando também que noite em que se conheceram quase apresentou queixa, mas que quando Danai saiu para ir buscar uma folha de denúncia, Justin apareceu na esquadra agarrou nela e levou-a dali para fora.

Quando lhe perguntou como é que ele sabia onde é que ela estava, o mesmo contou que um amigo dele que trabalhava nessa esquadra a tinha reconhecido e ligou para avisar.

Aí a detetive percebeu o motivo do desaparecimento repentino naquela noite.

Contou também que a partir de uma certa altura Justin passou a dormir no sofá e ela no quarto sozinha, mas para ter a certeza que ele não se aproximava trancava a porta e que para falar com Bella usava um telemóvel do qual Justin não sabia da existência, visto que o idiota lhe tinha colocado uma escuta e um localizador no aparelho de que tinha conhecimento.

Após o fim de todos os exames a detetive anotou tudo, informando que iria apresentar queixa e fazer um relatório para que Justin fosse despedido da polícia, preso e julgado em tribunal, visto que agressão não foi o único crime que havia cometido.

A enfermeira despediu-se dela, levando consigo o carrinho com o material que havia utilizado informando-a que iria entregar tudo no laboratório para que o médico pudesse juntar tudo ao seu relatório.

Após ficar sozinha com Danai perguntou se podia emprestar-lhe o seu telemóvel, para falar e avisar á irmã onde estava e o que havia acontecido.

A detetive assentiu, entregando-lhe o aparelho. - Eu estou lá fora, se precisares de alguma coisa chama. - diz retirando da sala.

- Obrigado. - agradeceu baixinho.

Após ficar sozinha olhou para o aparelho e começou a marcar o número. Após alguns segundos ouviu a voz de Bella do outro lado da linha.

Chamada On:

"Quem é vivo sempre aparece, não é dona Gigi!" - diz num tom sarcástico. 

"Desculpa, eu não ando muito bem." - diz, num tom fraco.

Lágrimas começavam a formar-se nos seus olhos. O seu tom triste e fraco não passou despercebido por Bella.

"Gigi...conta-me o que aconteceu!? - diz num tom sério.

Não havia como fugir, ela teria de contar. Respirando fundo, começou a contar tudo do inicio, inclusive onde estava neste momento. Após terminar Bella estava furiosa, dizendo que iria para Nova Iorque e que ia atropelar ou torturar o filho da mãe, ao que Gigi a acalmou dizendo-lhe que o mesmo foi preso e iria ser apresentado a um juiz, isso tranquilizou Bella, mas não lhe tirou o ódio que sentia do idiota de Justin.

"Bella eu gostava de passar uns tempos contigo. Há algum problema?" - pergunta.

"Claro que não, eu tenho um quarto vago e podes ficar aqui o tempo que quiseres ou precisares."  - diz num tom animado. - "Quando é que o imbecil vai a tribunal?" - pergunta curiosa.

"Daqui a alguns dias, não sei bem quando, depois disso eu vou ter contigo." -  diz ajeitando-se sobre a cama.

"Depois diz-me o dia que vens para eu preparar tudo." - pede. 

As duas falam da ida de Gigi para São Francisco. Bella diz-lhe ainda que ela iria adorar a cidade e que ao contrário de Nova Iorque, é uma cidade colorida e que deixa qualquer um com boa disposição. A duas por fim despedem-se e encerram a chamada.

Chamada off:

Após pousar o telemóvel sobre a cómoda, deita-se na cama ajeitando as almofadas e deixa-se adormecer.