31• Crudele

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*Yana*

Entrei naquele bar, mas parecendo um cassino, e entreguei meu convite, onde tinha conseguido ontem a noite por meios de um dos homens do meu pai infiltrado na gangue do Piero. Olhei em volta vendo as mulheres com vestidos caríssimos e jóias brilhantes, deviam ser as mulheres dos cafetões, parceiros do Morgan. Homens velhos engravatados jogando pôquer e outros jogos de mesa, apostando dinheiro e alguns bens mais preciosos. Esse meio é o que me dava mais nojo e repulsa, porque muitos deles davam até as próprias casas ou até mesmo algum membro da família, como ia acontecer com minha prima por causa do Luca. Sentei em uma das mesas e peguei algumas cartas para me distrair um pouco.
Não demorou muito para eu avistar dois homens me encarando e logo um saindo para entrar numa sala privada. O outro falou algo na escuta de seu orelha e veio em minha direção. Continue observando as pessoas em minha mesa mexerem com as cartas até que senti uma mão no meu ombro.
- Licença, a senhorita tem que vim comigo. - Encostei na cadeira e o encarei.
- Eu cheguei agora e nem posso aproveitar? - Falei com um sorriso sínico e um bico. - Que pena. - Levantei e ele tentou segurar meu braço, mas me afastei do mesmo.

Ele me levou em um corredor escuro e logo abrindo uma porta, dando uma visão de uma sala enorme e escura com apenas alguns homens formais e Piero Morgan no meio.
- Não lembro de ter enviado um convite para você, senhorita Marino. - Ele disse depois do trago em seu charuto, empreguinando a sala toda. O homem que me trouxe me empurrou para sentar em uma cadeira na frente de Piero e os outros.
- Não sabia que o senhor estaria aqui, vim apenas para aproveitar alguns jogos, como falei para esse imbecil aqui. - O encarei séria.
- Não minta, Marino. Eu conheço sua índole, ragazza. (Garota.) - Disse com o mesmo sotaque italiano de seu filho, bebendo seu copo de Whisky. - Sabe, você facilitou meu trabalho vindo até aqui.
- Sei disso, matar seu filho deve ter te desesperado.
- Cody não era exatamente o filho que eu sentia orgulho. Sempre ganancioso, querendo herdar meus negócios com aquele jeito imaturo dele.
- Isso devo concordar com o senhor. - Sorri.
- Mas, mia cara ragazza (minha querida menina.), você matando ele não me deixou escolha a não ser ir atrás de você e fazer o mesmo. Tirou meu único filho e tirarei a querida filha do seu pai.- Sua risada rouca por causa do cigarro me causou calafrios em minha espinha, me deixando em alerta.
- Acho que o senhor já tirou de mais da minha família, não acha? Tia Sara foi morta por um de seus homens na noite que sequestraram o Luca. - Novamente ele soltou uma risada. Eu acabaria com essa felicidade hoje ainda. - Apenas devolvi o preço que ela pagou.
- Luca me deve ainda mais pela falta de responsabilidade que teve com meus negócios, Sara foi um efeito colateral no meio disso. Mas deixa de falar sobre o passado de muitos anos atrás, minha dívida agora é com você.
- Se eu botar no lápis o preço que você vai me pagar pelos estragos que seu filho fez na minha vida, acho que até o senhor se assustar...
- STAI ZITTO. (Cale-se.) - Ele bateu na mesa fazendo todos se tremerem e encará-lo. - Você é uma garota insolente, Marino. Nunca gostei do seu namoro com meu filho e sabia que essa merda ia chegar cedo ou tarde. Leve-a até o galpão Pills, não vou sujar o bar com o sangue dessa verme. - O cara segurou meu ombro novamente, mas segurei sua mão e levantei a torcendo para trás em suas costas e forçar sua cara na mesa, fazendo o mesmo gemer de dor.
- Acho que não vai rolar, senhor Morgan. - Sorri e logo alguns homens entraram e atiraram na cabeça dos demais que estavam naquela sala. Meus tios entraram junto com a Kate e meu pai veio por último me entregando uma pistola com silenciador. Atirei na cabeça do cara que eu estava segurando e o empurrei para o chão.

- Piero Morgan, quanto tempo? - Meu pai falou passando por cima do corpo de um dos homens. - Pensava que você estava mais magro.
- Figlio di puttana. (Filho da puta.) - Piero falou entre dentes. - Seu senso de humor nunca mudou, Vincenzo. Veio salvar sua filhinha?
- Não, apenas vim assistir o espetáculo. - Meu pai debochou. - Já matei gente de mais, acho que vou me aposentar.
- Aposentar? O grande Vincenzo Marino pensando em se aposentar? - Piero riu que fez a sala dá eco.
- Mia figlia ti ucciderà nel modo più crudele che puoi immaginare. (Minha filha vai te matar do modo mais cruel que você pode imaginar.) - Meu pai falou em Italiano deixando Kate confusa.
- O que ele falou? - Ela chegou mais perto e sussurou para mim.
- Você não gostaria de saber.
- Credi che lascerò che una ragazza inutile mi uccida? (Você acha que deixarei uma garota inútil me matar?) - Piero respondeu na mesma língua.
- Non hai diritto a niente da oggi, Piero. (Você não tem nenhum direito a partir de hoje, Piero.) - Falei. - Agora chega. Você queria me levar para o galpão Pills então é para lá que vamos. - Meus tios chegaram perto de Piero e amarraram suas mãos para trás.
- Avrei dovuto ucciderti quando ne ho avuto la possibilità. (Eu deveria ter te matado quando tive a chance.) - Piero falou para Luca.
- Pagherai per aver ucciso Sara e avermi portato via da mia figlia. (Você vai pagar por matar Sara e me tirado da vida da minha filha.)

𝐍𝐚 𝐌𝐢𝐫𝐚 𝐝𝐨 𝐀𝐦𝐨𝐫Onde histórias criam vida. Descubra agora