29• Mudança

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*Jungkook*

Minha vida daqui para frente mudaria drasticamente e eu sabia que precisava ser forte para encarar o que estava por vim. Claro que queria ficar com minha irmãs e depois encontrar a Yana, mas meus erros não iriam me deixar em paz até que eu cumprisse o castigo. 5 anos preso seria uma eternidade e ainda mais rodeado de monstros de todas as espécies.
- Documentos, acessórios, roupas, coloque todos os seus pertences aqui. - Um policial falou quando chegamos na recepção do presídio de Pohang. Entregaram minha mochila, tirei meus brincos, anéis, relógio e coloquei na caixinha. - Veste essa roupa ali. - Apontou para onde tinhas vários outros homens se trocando. Fui na direção deles e tirei minha roupa, colocando o uniforme verde.
- EM FILA, MOCINHAS. - Um agente penitenciário gritou. O nojo que eu estava daquele lugar só aumentou depois que entramos no corredor das celas dos outros presos, que começaram a gritar e nos ameaçar de acordo que eu e os outros novatos andava pelo meio.
- Carne nova.
- Aquele ali vai ser meu.
- Que delicinhas.
- Vão aguentar nenhum dia aqui.
- Ei, mauricinho. - Encarei um e o mesmo sorriu com os dentes amarelos horríveis.

- Entre. - O agente disse depois que destrancou a cela 9 e me entrou meus lençóis. Tinha duas beliches, 2 caras estavam sentados em suas camas, um musculoso com uma cicatriz enorme na cara e o outro magricelo porém aterrorizante. Na outra beliche tinha um cara lendo algum livro mas logo fechou para me encarar sério. Ele não era coreano, seus olhos eram castanhos claros, sua pele bronzeada, seu cabelo raspado com alguns fios brancos pequenos e barba por fazer. Ele se levantou e o musculoso da outra cama esperando eu andar até eles.
- E, ai. - Limpei minha garganta e coloquei meu cobertor na cama de cima.
- Ei. - O cara musculoso me chamou. - Tua cama é essa, play boy. - Ele bateu na beliche de cima onde estava deitando segundos atrás.
- Não é sua? - Perguntei.
- Não, apenas tava nela porque não tinha dono.
- Entendi. - Peguei minhas coisas e coloquei na outra e subi. Senti os olhares dos 3 em mim enquanto deitava na cama e fechava meus olhos para descansar.
- Qual é seu nome, garoto? - Não vi quem perguntou. Eu tava nem aí para eles, só queria dormir para que esse dia passasse logo.
- Ei, seu merdinha, o Raj está falando contigo. - Abri meus olhos assustado com o tapa que o magricelo deu no ferro da cama e sentei.
- Meu nome é Jungkook. - Encarei eles sério.
- Abaixa tua bolinha, otário.
- O que vocês querem comigo?
- Ele não vai sobreviver aqui. - O musculoso riu. Levantei da cama e fiquei cara a cara com ele.
- Por que? Você vai me matar?
- Poderia mesmo...
- Calma, Si-Woo. - O estrangeiro falou segurando o cara que avançou um pouco e eu o encarei.
- Pra que quer saber meu nome?
- Tenta relaxar, garoto. - Ele riu. - Não precisa ter medo.
- Quem disse que eu estou com medo? - Os 3 riram. - Vão tomar no cú.
- Epa, epa. Olha, cara. Aqui existe uma hierarquia, ok? Se você passar dos limites não vamos poder te proteger.
- Não preciso de proteção nenhuma, obrigado.
- Estou avisando. Nós 3 aqui somos os menos perigosos que você vai encontrar nesse lugar. - Ele explicou e foi a vez de eu rir.
- Eu não ligo.
- Eu também não ligava, mas depois que recebi isso aqui.. - O musculoso apontou para o corte em seu rosto. - Tudo mudou.
- Quem fez isso contigo?
- O cara que comanda a maioria dos presos daqui. - O macricelo disse. - Sou o Duri, esse cara aqui é o Si-woo e esse o Raj.

- De que país você é? - Perguntei para o tal Raj.
- Morava no Brasil. Sou metade brasileiro, metade indiano. E você porque veio para cá? Tem carinha de filhinho de papai.
- Tráfico de narcóticos.
- Tráfico de órgãos. - O Si-woo falou.
- Homicídio culposo. - Duri disse.
- E você? - Perguntei para o Raj.
- Eu meio que vim para Coréia para roubar, as coisas daqui são mais fáceis de se ter. Vocês são lerdos para um caralho.
- Tão lerdos que você acabou preso em fragrante não é, imbecil? - Duri disse fazendo eu ri fraco.
- A merda do alarme disparou.
- Foi burro.
- Teu cú. - Ouvimos o sinal tocando e eu fiquei paralizado. - Se acalma, é apenas para avisar que podemos sair para área externa.
- Pensa que aqui é sua faculdade, porém com psicopatas no meio. - Duri comentou e segurou meus ombros e sussurou. - Não olhe muito tempo para ninguém, não fale se não falarem com você, não arrume encrenca que você sai daqui ileso.
- Já está quanto tempo aqui? - Perguntei enquanto caminhávamos até o pátio junto com um monte de caras ao nosso redor.
- 2 anos, mas na primeira semana passei tranquilo e depois aprendi mais coisas com o Raj e Si-woo que estão mais tempo aqui.
Chegamos no pátio e a luz do sol penetrou meus olhos me deixando um pouco cego. Quando me acostumei vi vários caras espalhados pela área, alguns malhando, outros jogando biloca, futebol ou basquete, alguns grupos separados apenas encarando o pessoal. Não encarei muito e segui o Duri e os outros 2 para uma mesa isolada.

𝐍𝐚 𝐌𝐢𝐫𝐚 𝐝𝐨 𝐀𝐦𝐨𝐫Onde histórias criam vida. Descubra agora