1• O Começo

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Nem tudo é um mar de rosas pra quem vem de berço de ouro. Eu, por exemplo, sou filha do casal de advogados mais famosos da Coréia/Itália. Assim como meu pai, eu nasci na Coréia mas cresci na Itália por motivos pessoais envolvendo ele, agora estamos morando na Ilha de Malta e vivendo com o resto da família Marino. E pra falar a verdade, eu não me abro muito com o povo daqui, gosto de ficar na minha e sem pertubação, mas com minha prima aqui eu não consigo o que eu quero.
Eu e Maya parecíamos muito na aparência, mas nas emoções éramos completamente diferente. Eu gostava da calmaria e ela da diversão, eu de ficar sozinha e ela gostava de ter a casa cheia. Os opostos sempre se completam, é o que sempre dizem.
- Não é só porque você vai estudar na Coréia você vai deixar de me ligar, não é? - Falou se jogando na minha cama e fazendo carinho na Athena, nossa Pitbull, enquanto eu estava fechando minhas malas. Ela era a única que eu suportava, até mesmo quando mexia nas minhas coisas e enchia a paciência, ela era o típico de adolescente resmungona, mimada, com a voizinha fina que se gritasse estouraria todas as janelas da mansão, mas eu a amava e faria qualquer coisa para protegê-la.
- Maya, eu queria muito que você me ajudasse a terminar de arrumar minhas coisas e parasse de resmungar. E não. Eu não vou deixar de ligar pra cá, principalmente por causa dos meus pais. Você sabe que logo, logo, irei voltar para ser encarregada de toda a família. - Bufei. Odiava essa idéia de ser a mais velha e a herdeira dos Marino, e ainda mais herdeira de toda a nossa história. Mas eu poderia fazer o que? O nosso sangue é mais importante além de tudo.
- Eu sei. - Resmungou manhosa. - Mas quanto tempo você vai passar? E quem vai assistir filmes de comédia comigo? E fazer cafuné no meu cabelo? Eu posso morrer sem você aqui. - Mais dramática que ela só minha mãe.
- Voltarei assim que terminar o que me mandaram fazer. E você não vai morrer por causa de uns meses. - Fechei minha última mala e sentei do seu lado. - Eu preciso de férias também, longe de tudo isso.
- Você é estranha, Yana. Eu daria tudo pra ser herdeira disso tudo.
- Então pode ficar pra você.
- Sério? - Disse surpresa levantando e me encarando com aqueles olhos inocentes. Não dava pra acreditar na ingenuidade daquela menina, mesmo depois de tudo que aconteceu na sua infância.
- Não. - Disse e empurrei ela de volta na cama.
- Aii... sua chata.
- Olha quem fala.
- Senhorita Yana, seu carro está pronto. - O mordomo Lim me avisou.
- Ok. Tchau, chatona. - Falei e abracei ela. Eu iria sentir saudades da minha priminha. - Desce, Athena.
- Tchau, Nana. Quando chegar me liga. - Acenei com a cabeça e sai do quarto.

Nossa casa não era tão grande, como os casarões das outras famílias aliadas, mas também não era tão pequena. 3 andares eu achava um pouco demais, contendo vários quartos, banheiros, salas privadas e comuns, área de lazer com piscina e tudo mais. Olhava para todas as decorações e quadros que tinham de todos os herdeiros dos Marino e eu ficava me perguntando se um dia estarei ali pendurada, mesmo não gostando muito dessa idéia.
- Filha. - Ouvi meu pai me chamando e virei para vê-lo descendo as escadas.
- Senhor.
- Você sabe o que deve fazer. Agora tudo estará em suas mãos. - Ele colocou suas mãos em meu ombro e fitei seus olhos.
- Sim, eu sei.
- Muito bem. Sentirei saudades. - Me abraçou.
- Também sentirei.
- Não vai se despedir de sua mãe? - Mamãe apareceu atrás do meu pai e com os olhos marejando. - Eu não queria que isso acontecesse, nunca gostei nada disso, mas se for pelo nosso bem eu aceito. - Me puxou e me abraçou, me aconchegando mais naquele abraço maternal que eu amava. Eu não disse nada, eu também não queria participar disso mas eu deveria fazer.
- Tchau, mãe.
- Tchau, filhinha. Cuidarei da Athena e até você voltar, não se preocupe
- Obrigada, mãe. Tchau, garota. - Athena se abanou e colocou suas patinhas na minha perna e eu acariciei a mesma, depois saiu rebolando como fosse uma madame. É muita folga mesmo.
Dei uma última olhada para meus pais antes de entrar no carro e vi meu pai abraçando minha mãe como se fosse o mundo dele. Eu admirava tanto esse amor puro e genuíno. Falando em amor, mandei mensagem pro meu namorado avisando pra ele me buscar no aeroporto. Cody era um homem que sempre esteve do meu lado, carinhoso, atencioso, mas ultimamente ele estava distante, estranho e com uma frieza que me deixava com medo.

𝐍𝐚 𝐌𝐢𝐫𝐚 𝐝𝐨 𝐀𝐦𝐨𝐫Onde histórias criam vida. Descubra agora