Capítulo: 2

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Andrew Narrando 

depois de alguns minutos andando, cheguei em frente a escola, adentrei aquele imenso portão, encontrei meus amigos sentados embaixo de uma árvore, me aproximei dele e lhes cumprimentei, ficamos conversando bastante sobre assunto aleatórios 

- Andy, posso te fazer uma pergunta um pouco íntima ?- perguntou a menina da grana 

Nós todos nomeamos Ester desse modo, por que quando nos conhecemos ela sempre vivia dizendo que era cheia da grana, e realmente ela era rica, mas não precisava ficar se gabando a todo momento 

- fala amiga 

- você e gay ?- perguntou ele sendo bem direta do jeito que eu gosto 

por muitas vezes eu questionava a minha sexualidade, nunca fiquei com meninas e nem meninos, e por esse motivo eu tinha medo de descobrir que eu realmente era

- não, eu acho 

- você não tem certeza ? - perguntou beto levantando uma das sobrancelhas 

- não sei, eu nunca fiquei com meninas, e nem meninos, isso acabou confundindo minha cabeça, mas não se preocupem, quando eu descobrir serão os primeiros a saber- falei sorrindo 

reparei que o Moisés tinha feito uma cara de reprovação, acho que ele não gostava da ideia do melhor amigo ser gay, mas infelizmente ele vai ter que aceitar. Logo o sinal tocou, seguimos para a sala e logo se deu inicio as aulas. Depois de muito tempo sentado naquela cadeira o sinal para o intervalo toca, nesse momento  Moisés passa por mim e me encara.

- posso falar com você a sós ?

-sim, vamos conversar na biblioteca, lá e mais calmo - falei sorrindo 

saímos da sala, avisamos o resto do pessoal que iriamos conversar em algum lugar mais solitário. Entramos na biblioteca e tudo estava extremamente calado, seguimos para uma mesa bem ao fundo, peguei um livro qualquer para disfarçar, me sentei e abri o livro em uma página qualquer

- o que tanto está te incomodando ? - perguntei assim que ele se sentou 

- Andy, você não pode ser gay- falou ele me encarando 

- Moisés, eu não tenho como escolher, eu já nasci assim, mas tem a grande chance de eu gostar de mulheres, ainda não descobri minha sexualidade. Mas por que você não quer isso para mim ?

- não sei, se você querer eu te apresento algumas meninas, mas por favor não me dá a noticia de que está gostando de homens - falou ele segurando em minha mão 

naquele momento eu senti um calor extremo percorrer o meu corpo, foi bom, mas não foi muito natural para mim.

- Moisés, por muito tempo vocês me perguntaram sobre minha sexualidade, e eu sempre disse a mesma coisa, por que isso agora ?- perguntei retirando a mão dele de cima da minha 

- esquece, eu não devia ter feito isso, me desculpe - falou abaixando a cabeça 

- não precisa pedir desculpas, apenas nunca mais fale essas bobagens sem motivo algum - falei segurando em seu queixo 

ele apenas me deu um sorriso singelo. O sinal toca, seguimos para a sala, depois de mais três aulas, finalmente saímos daquela cadeia. Tecnicamente nós saímos da escola quando já está escurecendo, e nesse meio tempo, eu tenho que passar em casa para colocar o uniforme do curso. 

Abri a porta de casa, corri para meu quarto, tomei um banho super rápido, coloquei o uniforme, peguei minha mochila, uma maça pois estava com fome, e sai de casa. Assim como a escola, a universidade também não ficava muito longe, conseguia sem nenhuma dificuldade ir andando.

Assim que cheguei, o portão estava quase se fechando, mas por sorte eu ainda consegui entrar, fiquei conversando com meus amigos, até que o professor de design aparece, ele começa a sua aula, e eu presto muita atenção em cada detalhe. 

Depois de umas horas finalmente o curso chega ao seu fim. Sai da universidade junto com meus amigos 

- Andy, nós vamos esticar a noite em uma balada, está afim de vir conosco ?- perguntou Lara sorrindo 

- não amiga, vou ir para casa, estou morrendo de cansaço  

- ok, quando chegar em casa, manda mensagem no grupo avisando, você sabe que todo mundo fica preocupado com você- falou ela me dando um beijo na testa  

- pode deixar

segui para o outro lado da rua, comecei a andar rapidamente por conta do horário e dos perigos que eu estava correndo. Quando estava quase chegando perto de casa, escutei uma conversa um pouco baixa, o som vinha detrás de alguns arbustos. Com muita curiosidade, me aproximei e pude ver dois homens e um garoto. A conversa estava baixa mas dava para ouvir algumas coisas 

- sua mãe não te avisou sobre os perigos noturnos ?- falou um dos homens rindo um pouco alto 

- moço, por favor, eu prometo que não conto para ninguém que vi vocês- falou o menino em desespero  

- eu nunca deixei uma vitima sair viva, e não é você que vai ser a primeira 

um dos homens entrou atrás do garoto e posicionou uma faca em seu pescoço. O menino acabou me vendo, seus olhos suplicavam por ajuda, mas o único movimento que fiz foi balançar a cabeça negando.

sem demora, o homem arrasou a faca cortando o pescoço do menino, o sangue jorrava para todo o lado, e enquanto ele morria permanecia me encarando. Aquele olhar acabou me dando um certo calafrio, sabia que aquela cena nunca iria sair da minha cabeça, mas a curiosidade do ser humano foi maior 

depois de um tempo os homens seguiram para dentro da mata, com muito cuidado me aproximei do corpo, e ao ver aquilo mais de perto meu peito se apertou. Dava claramente para perceber que ele era um menino extremamente lindo, esses pensamentos acabou fazendo meus olhos encherem de lágrimas.

mexi em um dos bolsos do garoto e acabei encontrando um celular. Por sorte estava sem senha, rapidamente entrei nos contatos, e encontrei um numero escrito casa, disquei o número e logo começou a chamar

📱📱Chamada

Casa - Arty, você sabe que não pode ligar para casa essa hora da noite, onde você esta menino ?, sua mãe está preocupada 

- Boa noite senhora, eu tenho uma noticia extremamente ruim

Casa- quem é você ?, e cadê o meu Arty

- lamento senhora, mas ele foi morto por dois homens, o corpo está na rua Manuel Sousa, atrás de dois arbustos que dão acesso para a mata 

Chamada 📱📱

a família havia ficado muito arrasada. E o meu estado também não estava dos melhores, fui o resto do caminho todo em lágrimas, acho que aquela cena mexeu demais com meu psicológico. Abri a porta de casa e minha mãe estava sentada no sofá.  

Ajoelhei em sua frente e coloquei a cabeça no seu colo, e ali eu deixei as minhas lagrimas caírem. 

- o que aconteceu querido ?- perguntou minha mãe passando a mão pelos meus cabelos

Eu não conseguia responder, apenas conseguia chorar.

Paixão FantasmaOnde histórias criam vida. Descubra agora