Capítulo: 23

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Archie Narrando

Meu coração estava destruído, não sabia o que fazer, só sabia chorar. Eu até entendo que Andy tenha gostos por outras pessoas, mas eu achei que não iria me machucar tanto assim.

- Florence

- pois não Arty, em que posso ajuda-lo ?- perguntou ela calmamente

- lá onde o Alister comanda, onde que ele deixa os espíritos ?- perguntei curioso

- então Arty, lá em cima, cada espírito, tem tecnicamente  o seu quarto.  No seu caso, o Alister deve ter separado algum para você

- mas é como eu faço para ir falar com ele ?, tenho algumas coisas para acertar - falei dando um sorrindo perverso

- bom, feche seus olhos, e imagine o local, você já foi então é mais fácil para você

Fechei meus olhos e imaginei o local, e logo quando eu abri, ali estava Alister sentado em uma cadeira, e anotando algumas coisas em meio que uma prancheta

- hum, olha só quem apareceu - falou ele colocando a prancheta de lado para me encarar

Me aproximei dele e dei um murro em seu rosto

- se você não tivesse ficado no meu cangote, eu estava feliz agora, eu tenho nojo de você- falei com raiva

- como se atreve a me dar um murro. Eu estava apenas cumprindo ordens

- ordens de quem ?- perguntei rangindo os dentes

- de um ser mais superior a mim. Eu não vou ficar te contando sobre meus serviços, eu deixei bem claro que era para você  ajudar o garoto, e não se apaixonar.  O que você está passando é as consequências pelos seus atos

- eu vou embora, foi um erro vir aqui - falei dando as costas para o homem

- você acha mesmo que ele vai querer alguma coisa com você, ele ama aquele garoto, e logo você não passará de uma simples memória. Eu até iria te prender, mas ver você sofrer com isso e melhor ainda

- não se preocupe Alister, um dia você vai pagar por tudo que está fazendo, e eu quero estar por perto quando isso acontecer - falei dando um sorriso diabólico

Fechei meus olhos, e logo eu estava de volta às ruas. Não sabia para onde ir, então o que eu fiz foi retornar para a pracinha onde eu estava, e de onde eu nunca deveria ter saído. Me sentei em um banco que ficava de frente para uma floresta. Quase nao tinha ninguém na praça, pelo menos não na parte em que eu estava.

Atrás de mim eu escutei um ronsnado leve, mais ainda assim assustador

- quem está aí ?- perguntei curioso,  mesmo sabendo que não iria obter respostas

Eu sabia que já estava morto, e um morto não pode morrer duas vezes. E por esse motivo eu não estava com tanto medo. Logo de dentro dos matos saiu uma raposa, confesso que meu corpo de gelado começou a esquentar, mas apenas o que a raposa fez foi pular em meu colo e me encara,  deitando ali logo em seguida.

Com o cú na mão, fiz um leve carinho sobre a orelha daquele animal belo e perigoso

- Florence,  sabe alguma coisa sobre isso ?, raposas são animais muito ferozes em algumas das vezes- perguntei encarando o animal, que repousava lindamente em meu colo

- eu não sei se já te mencionaram algumas vez, mas alguns espíritos possuem guias. Esse guia pode vir de qualquer forma, tipo, uma pessoa que era muito amada pelo espírito,  ou o seu animal interior. Quando você enfrentou o Alister, acabou liberando o seu extinto animal. E agora como seu guia espiritual,  ela vai te proteger contra tudo. Bom, se quiser dar um nome para ela, fique à vontade

Eu estava assustado, mas ao mesmo tempo surpreso, não sabia que tinha um espírito animal dentro de mim. Bom, poderia ser um lobo, já que é maior e mais feroz. Nesse momento a raposa rosnou alto

- ahh, esqueci de avisar, ela pode ler seus pensamentos, então pense em nada que a deixe irritado, igual fez agora - falou Florence  calmamente

A raposa passou o dia inteiro em meu colo. Quando anoiteceu eu acabei dormindo ali naquele banco, já que não podia voltar para casa de nenhuma forma.

Paixão FantasmaOnde histórias criam vida. Descubra agora