Andrew Narrando
Já fazia algumas horas que eu estava chorando no colo da minha mãe. Fazia anos que eu não sentia aquela sensação, eu deveria ter ajudado aquele garoto, mas eu não consegui me mover
- Andy, me conta com calma, o que te deixou assim ?- falou minha mãe passando a mão no meu cabelo
respirei um pouco, e logo após sequei as lágrimas
- eu....eu, estava vindo do curso, tudo estava na maior tranquilidade, até que eu ouvi uma conversa atrás de um arbusto. Eu como sou muito curioso fui ver o que era, e tinham dois homens e um garoto. Mãe, eu vi eles cortando o pescoço do garoto- falei voltando a chorar
- Andy, eu não sei o que te falar. Esses homens viram você ?
- não, apenas o garoto
- Andy, suba para o seu quarto, tome um banho e tente descansar, se não conseguir dormir, pode ir dormir comigo - falou ela acariciando meus cabelos
dei um abraço em minha mãe, subi as escadas e entrei em meu quarto. Acabei entrando no chuveiro de roupa e tudo. Me sentei no chão e deixei a água correr pelo meu corpo, fechei meus olhos, e tudo que eu conseguia me lembrar era a hora da morte do garoto.
Rapidamente abri meu olhos, e ao meu lado eu avistei uma pessoa vestida de preto, aquilo me deixou assustado, mas o que mais me assustou foi o que a coisa falou em meu ouvido
- você não devia ter ficado vivo, quem deveria estar em um velório era você, era para ser você no lugar dele
- sai daqui, me deixe em paz- falei colocando a mão sobre o rosto
- você e um nada, merece morrer mais cedo
a coisa apenas deu uma risada bem macabra. Retirei a mão dos meus olhos e novamente estava sozinho. Depois de um tempo desliguei o chuveiro, me troquei e deitei em minha cama, mas não conseguia dormir, eu olhava para os pês da cama e via vultos, eu tinha certeza que aquilo era coisa da minha cabeça, mas estava parecendo muito real.
Depois de tanto tentar dormir, acabei tendo sede, sai do meu quarto e desci as escadas, minha mãe já havia ido dormir, peguei um copo e enchi com água, e virei na boca, sobre a pia tinha uma faca, olhei para a mesma e logo escutei no pé do meu ouvido
- pegue a faca, se mate, e isso que você merece
peguei a faca que estava sobre a pia, e passei levemente em meu braço fazendo um corte, o sangue começou a respingar pelo chão
- isso, corte mais fundo, faça o que eu te peço
quando estava prestes a enfiar a faca em minha barriga, alguém segura minha mão, olhei para cima e se tratava da minha mãe
- o que você está fazendo com essa faca Andy ? - perguntou ela com cara de preocupada
- não posso sobreviver assim, eu fui o culpado por aquele garoto ter morrido
- não fique se martirizando, você não teve culpa - falou ela tirando a faca da minha mão e me abraçando logo em seguida
acabei chorando novamente. Naquela noite eu dormi com minha mãe, e consegui com êxito.
NO DIA SEGUINTE
Abri meus olhos, olhei para o lado e minha mãe já havia ido trabalhar. Esfreguei meus olhos, me levantei da cama, escovei meus dentes, e logo após desci as escadas. Eu estava sem fome então não conseguia comer nada.
Escutei meu celular tocando no quarto, subi as escadas e atendi
Chamada
Mãe- filho, não vai para a escol hoje, fique em casa e relaxe um pouco
- pode deixar mãe, vou procurar alguma coisa para me distrair
Mãe- qualquer coisa me liga, vou estar com o celular perto de mim
- pode deixar
Chamada
estava quase na hora do almoço, eu não estava com fome, acho que isso era efeito das cenas da noite passada. escuto a campainha tocar e logo vou atender, dando de cara com um menino
- bom dia senhor, pode me ajudar com um prato de comida, estou morrendo de fome
- sim, entre por favor - falei dando espaço para ele entrar
ao olhar para aquele garoto, eu não via maldade no olhos dele, o que de fato me fez ter uma grande confiança em relação a ele. Segui com o menino até a cozinha
- sente-se, vou preparar um prato de comida para você.
NARRAÇÃO EM TERCEIRA PESSOA
Arty passou a manhã inteira procurando quem lhe desse um prato de comida, logo o homem que havia o mandado de volta para a terra, disse um endereço, e assim ele seguiu até onde o homem havia falado.
Ao dar de cara com o garoto na porta Arty se sentiu muito bem, ele tinha medo de que a missão dele fosse aquele, pois o menino não queria retornar para o "quase céu".
Enquanto Andrew preparava algo para o menino comer, Arty examinava tudo o que podia do corpo do garoto, e logo chegou no pequeno corte que tinha em seu braço.
- o que aconteceu com o braço ?, se me permite saber - falou Arty educadamente
- foi um acidente com uma faca, acabei me cortando
Na cabeça de arty o homem do "quase céu" falava
- Arty, ele é a pessoa que você deve ajudar, por ele te presenciado a sua morte, muitas coisas estão sendo difíceis para ele, inclusive dormir, sua missão e ajudar ele passar por esses momentos, não faça nada de errado - falou o homem na cabeça do garoto
o menino estava disposto a ter um vinculo de amizade com Andrew, mas seu medo era maior.
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Paixão Fantasma
Non-FictionAndrew vive com sua mãe em uma pacata cidade, o pai do garoto acabou falecendo quando o menino tinha apenas seus seis anos de idade. Andrew doce e delicado, e desde criança cisma que tem um amigo imaginário, e assim ele cresce até que esse amigo des...